segunda-feira, 13 de abril de 2009

E o Triunfador da Corrida da IIª Festa do Forcado foi…O Grupo de Forcados de Mazatlán (México)


Praça de Toiros Arena d´Évora
- Data: 11/04/2009
- Empresa: Terra Brava
- Organização: Terra Brava
- Ganadaria: Veiga Teixeira
- Cavaleiros: Rui Salvador, Rui Fernandes, Victor Ribeiro e o praticante João Soller Garcia
- Grupos de Forcados Amadores: de Mazatlán cuja antiguidade data de 10-10-1987 (México) e Alter do Chão cuja primeira aparição ocorreu em 20 de Junho de 1999 , sendo cabos respectivamente, Exmos. Srs. Rene Tirado e João José Saramago..
- Assistência: ¾ de casa
- Delegados da IGAC: Delegado técnico tauromáquico Sr. Nuno Neri assessorado pelo médico veterinário Dr. João Infante
- Banda: Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 de Alcochete

Por ocasião da Corrida da IIª Festa do Forcado na Praça de Touros de Évora, foi lidado um curro de touros de 4 anos da Ganadaria Veiga Teixeira (encaste actual de Oliveiras Irmãos e Parladé), com divisa Vermelha e Negra, e antiguidade de 6-05-1928 (Madrid). Os toiros primaram pela sua apresentação, permitindo aos cavaleiros uma lide regular, com excepção do 6º touro, cujo comportamento permitiu a melhor lide e pega da noite.

Havia alguma expectativa em saber qual seria o 2º Grupo de Forcados que se apresentaria nessa corrida, uma vez que a acompanhar o Grupo oriundo do México, estaria o Grupo que vencesse ao longo dessa tarde bem passada, a competição de pegas de cernelhas realizadas entre 43 grupos de forcados. Posso adiantar que foi uma iniciativa com extremo sucesso, pois estima-se que tenham passado mais de 5.000 aficionados nessa tarde pela praça de Évora. Uma vez que o vencedor do IIº Torneio de Pegas de Cernelha foi Grupo de Forcados da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, e uma vez que não se encontravam em Évora o número suficiente de forcados para actuar na corrida, coube ao Grupo de Forcados de Alter do Chão, a oportunidade de se apresentarem pela primeira vez no seu historial, na Praça de Évora.

Antes do início da corrida, foi guardado um minuto de silêncio em memória de alguns intervenientes na festa que muito recentemente partiram.

Em virtude de ser o Cavaleiro que primeiro obteve a sua alternativa (9-08-1984 no Campo Pequeno), abriu praça Rui Salvador. Após receber o touro, cravou 2 compridos regulares. Embora o touro tenha andado atrás do cavaleiro, não permitiu grande lide ao cavaleiro, tendo-se destacado o seu 2º ferro na cravagem dos curtos. No 5º touro da noite com o peso de 480 kg, naquele que talvez tenha sido o touro que menos cumpriu, apresentava uma investida um pouco tardia, proporcionou uma lide muito morna, após a cravagem dos 2 compridos à tira o touro foi ficando a menos, obrigando o cavaleiro, a ter que trabalhar muito a preparação dos curtos, impedindo que o cavaleiro obtivesse qualquer momento de registo.

A lide do 2º touro da noite (530kg) coube a Rui Fernandes (alternativa em 6-08-1998 no Campo Pequeno). Após a cravagem do primeiro comprido à tira, teve alguma dificuldade no segundo pois o touro adiantava-se ligeiramente ao cavaleiro. No entanto, a partir desse momento, o cavaleiro iniciou então uma lide que empolgou o público, desde a preparação da ferragem, até ao momento da sua cravagem. Parece atravessar um bom momento pois obteve o êxito da noite no 6º touro da corrida (490 kg de peso), no touro que talvez tenha transmitido mais emoção. Recebendo o touro à porta dos curros, foi preparando a cravagem ao longo da sua lide, alterando com diversas sortes, apresentando diversas montadas, pelo que em especial nos curtos, conseguiu chegar a um público até ao momento um pouco adormecido.

O 3º touro da ordem (480 kg) foi lidado por Vítor Ribeiro (alternativa em 28-05-2000 na Moita do Ribatejo). Regular na cravagem do primeiro comprido à tira, alguma dificuldade na cravagem do 2º face à distância que se encontrava do touro. Na cravagem da ferragem curta foi do menos ao mais, ou seja, não começando bem a sua lide, foi melhorando à medida que ia cravando os curtos, realçando os últimos 3 ferros curtos cravados ao estribo e que traduzem o valor do cavaleiro. Perante um touro ( 525 kg) que vinha a menos no momento da investida, o cavaleiro esteve em plano regular perante o 7º e último touro da corrida. Foi cravando a ferragem da ordem, com o seu elevado sentido profissional, tendo o seu primeiro curto de praça a praça, sido o momento mais marcante da lide.

Para a lide do 4º touro (475 kg), esteve em praça João Soller Garcia (Prova de Praticante em 4-04-2009 em Barrancos). Perante a responsabilidade de se apresentar na importante praça de Évora, o cavaleiro foi lidando o touro, cravando com acerto a diversa ferragem, sendo de realço o 4º ferro curto, como qual contagiou o público.

Sendo Évora considerada a capital do FORCADO, mais uma vez foi com estes que o público mais vibrou.

Pelo Grupo de Forcados de Mazatlán, abriu praça Anuhar Nahara. Após brinde à memória do forcado Francisco Matias do Grupo de Forcados Amadores de Portalegre que recentemente faleceu. Citou e carregou o touro na perfeição pelo que este veio franco, após a reunião fez a viagem com a cara alta, entrando pelo meio do grupo que não teve dificuldade em concretizar a pega. No 3º da corrida, foi à cara Fernando Enciso. Brindou a pega ao actual cabo do Grupo de Forcados Amadores de Évora, Bernardo Patinhas. Quando o forcado ainda citava, encurtando terrenos, o touro saiu solto, no entanto, o forcado aguentou dando voz ao touro, recuando 2 ou 3 passos, reuniu à barbela na perfeição, levando o touro a fazer a viagem para o interior do grupo. Primeiro ajuda chamado à volta de agradecimento. Para o 4º touro a ser lidado, o Cabo do Grupo Rene Tirado teve o bonito gesto de convidar para a pega, 4 elementos do Grupo de Alter do Chão. Na primeira tentativa descompôs-se na cara do touro, tendo adiantado um joelho, pelo que o touro não lhe permitiu o consumar da pega. No segundo intento carrega com decisão o touro, aguenta um primeiro derrote forte, entrando de seguida o resto do grupo para consumar mais uma pega. Estava guardada para o 6º da noite, aquela que seria a pega mais espectacular. Carlos Tirado após brinde aos forcados de Vila Franca que se encontravam a apoiá-los nas bancadas. Com um cite muito bonito, carregando com decisão e reunindo à barbela, fez uma longa viagem com o touro que foge um pouco ao grupo, aguentando diversos derrotes permitindo que os seus companheiros recuperassem e concretizasse a pega. Durante a volta, foi o grupo todo chamado à arena, tendo dado 2 voltas e sido chamados aos médios. Foi sem dúvida uma grande actuação do grupo nesta sua estreia na capital do FORCADO.

O Grupo de Alter do Chão começou a sua actuação com o forcado Manuel Estevão. À primeira tentativa o touro arranca solto, não aguentando o forcado, pelo que não consegue reunir bem, como tal, foi despejado antes de chegar aos ajudas. À segunda e após novamente sair solto o touro, o forcado concretiza uma pega na qual o seu oponente já sem força, pouco se aplicou. José Bilé foi o elemento escolhido para a pega do 5º touro da noite. Não esteve bem na primeira tentativa, permitindo que o touro sai-se solto e atropelasse o grupo. Esteve melhor na segunda tentativa, em que carrega com decisão o touro, este investe com alguma violência, aguentando o forcado diversos derrotes sem que o grupo tenha conseguido ajudar, pelo que saiu junto às tábuas. À terceira tentativa e já com as ajudas carregadas concretiza então a pega. Melhor sorte teve o seu colega Nuno Basso a fechar a corrida. Foi citando o touro, chegando a terrenos onde seguramente se sente mais à vontade. Carregou o touro com decisão, no entanto como não aguentou, não consegue uma reunião nas melhores condições, sendo no entanto muito bem ajudado pelos outros elementos do Grupo.

Mais e Menos:
+ O empresário fez questão de que fossem utilizadas as bandarilhas “à espanhola” que em muito diminuí o risco de acidente com os forcados. Que bom seria outros empresários seguissem o exemplo do Carlos Pegado;
+ A actuação do cavaleiro Rui Fernandes, em especial no 6º da noite;
+ 14 Forcados do Grupo de Mazatlán, que obtiveram uma grande actuação, sinal que aprenderam e executam com muita qualidade, a tradição Portuguesa que é a Arte de Pegar Touros;
- Quase 3 horas de corrida é muito para um espectáculo que até nem teve intervalo.

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