quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Entrevista de fim de temporada a Vasco Pinto, Cabo do GFA Alcochete


No seguimento das entrevistas sobre o balanço da temporada que agora findou, a Tauromania foi ao encontro do Cabo do Grupo de Forcados Amadores de Alcochete, Vasco Pinto, que respondeu desta maneira ás nossas perguntas:

Tauromania (T) - Chegámos ao final da temporada. Qual o balanço geral que fazes da época do teu Grupo?

Vasco Pinto (VP) - Faço um balanço muito positivo, porque julgo que tal como muitos grupos actualmente, o nosso Grupo também está a passar uma fase de renovação com a entrada de jovens valores e a afirmação de outros, que apesar de ainda serem jovens já têm alguns anos de forcado. Penso que ao longo da temporada demonstrámos grande coesão e regularidade nas nossas actuações, que me deixam a mim, enquanto cabo, optimista para os próximos anos.

T - Quais foram os momentos que destacarias?

VP - Ao longo de cada temporada existem sempre momentos que marcam a actuação de um grupo, pelas actuações boas ou pelas menos conseguidas. Mas o mais importante é a regularidade e a qualidade demonstradas até porque gosto que os forcados encarem todas as corridas com a mesma responsabilidade e empenho. Por uma questão de visibilidade, destacaria a corrida da TVI a 9 de Julho no Campo Pequeno com uma actuação limpa e destacaria ainda a corrida do Concurso de Ganadarias em Alcochete onde pegámos 6 Toiros de 6 Ganadarias de Prestigio.

T - Em termos estatísticos já tens alguns dados que nos possas:

VP - Nº de corridas – 20 Corridas e 2 Novilhadas
Nº de toiros pegados – 72 Toiros pegados
Nº geral de tentativas – 90 tentativas, dando uma média 1,25.
Os 5 forcados que pegaram mais toiros e quantos pegaram – Ruben Duarte e Ricardo Mota com 8, Nuno Santana, João Pedro Sousa, Vasco Pinto e José Vinagre com 7.
Os 5 primeiros ajudas que deram mais primeiras e quantas deram – Fernando Correia 27, João Rei 23, Diogo Toorn 16, Daniel Frieza 2 e Daniel Silva 2.

T - Como analisas o momento geral da tauromaquia?

VP - A Tauromaquia nacional vive um período importante para o seu futuro, em que urge a tomada de decisões que defendam a festa, os intervenientes e os aficionados. Os números estão do nosso lado, visto que, a cada ano que passa há mais aficionados e essencialmente mais juventude nas Praças de Toiros, que nos confere um sinal de longevidade. Mas julgo que em nenhuma outra altura foi tão importante a união de todos os que amam a nossa festa para que esta possa perdurar por muitas décadas.

T - Existem actualmente mais de 40 Grupos de Forcados. O que achas desta realidade, é positivo ou negativo?

VP - Bem é um assunto delicado, porque considero que todos os Grupos chamados hoje “grandes” também um dia foram “pequenos”. Mas sou da opinião que há demasiados grupos neste momento, até porque alguns deles não dignificam em nada a imagem do forcado e “remam” em sentido oposto daqueles que lutam para que o forcado seja visto e tratado como uma figura e não como o parente pobre da festa.

T - Como vês o papel da ANGF na Defesa dos Forcados e da Festa? O teu Grupo tem tido um papel activo na associação?

VP - O papel da ANGF foi e continuará a ser muito importante para a defesa do forcado na festa. Trouxe as bases necessárias para que os Grupos possam zelar pelos seus direitos. Porém, há ainda um longo caminho a percorrer e os passos que agora são dados para a alteração das bandarilhas já deveriam ter sido dados há muito, evitando desta forma lesões recentes. Mas é crucial que todos os Grupos que integram a ANGF respeitem e honrem os compromissos a que se propuseram ao entrar para a mesma, porque se assim não for será muito complicado. O papel dos Amadores de Alcochete na ANGF foi sempre activo e do que de mim depender, continuará a sê-lo cada vez mais.

T - A internet é hoje uma realidade na vida das pessoas. Mas na Festa ainda parece um pouco afastada. Como vês o papel da net no futuro da Festa? E como é que o teu Grupo a utiliza actualmente?

VP - A Internet é, sem dúvida, hoje o maior veículo de comunicação. Neste sentido devemos em muito melhorar olhando para os outros espectáculos, na forma como nos publicitamos e damos a conhecer ao mundo. O meu grupo há um ano que possuiu uma página web onde comunica com os aficionados de todo o mundo, com actualização constante de notícias, agenda e galeria de fotos, dando a conhecer toda a sua historia e aqueles que a compuseram. Emitimos ainda trimestralmente ou mensalmente newsletters consoante a altura do ano. Para termos uma noção da importância da Internet posso confidenciar que já respondi, entre outros, a e-mails de emigrantes nos Estados Unidos da America que nos colocavam questões quanto à utilidade e legitimidade da pega de cernelha. E quem sabe, um dia, não são transmitidas corridas de touros pela net bem como pequenos filmes ou documentários das várias actividades centrais ou paralelas ligadas à festa brava.

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