domingo, 11 de abril de 2010

Corrida de Alternativa de Joana Andrade


- Título: Pouco público na Alternativa de Joana Andrade.
- Praça de Toiros Amadeu Augusto dos Santos, no Montijo
- Data: 10-de Abril de 2010
- Empresa: Bravura e tradição
- Organização: Aplaudir
- Ganadaria: Herdeiros de D. Salvador Guardiola Fantoni
- Cavaleiros: Ana Batista, Manuel Caetano e Joana Andrade que recebeu a Altenativa.
- Grupos de Forcados Amadores: da Tertúlia Tauromáquica do Montijo, Amadores do Montijo e Amadores do Redondo, sendo cabos: Márcio Chapa, Ricardo Figueiredo e João Santana, respectivamente.
- Assistência: Menos de ½ Casa
- Delegados da IGAC: Delegado técnico tauromáquico Sr. Alberto Bartissol, assessorado pelo médico veterinário Dr. Carlos Santos
- Cornetim: Sr.José Henriques
-Banda: Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro do Montijo
-Embolador: Estorninho

A empresa Aplaudir trouxe ao Montijo, um curro de toiros da ganadaria de Herdeiros de Salvador Guardiola Fantoni, que pastam nos arredores de Sevilha, com antiguidade reportada a 23 de Setembro de 1945, tendo procedência de Marques de Villamarta.

Os toiros vinham muito bem apresentados, embora dando jogo desigual, deixaram-se tourear, pedindo meças aos artistas, fruto do sentido que a idade lhe deu. Á excepção do lidado em quarto lugar, ferrado com o
número 6, todos os outros o vinham com o número 5 nas espáduas, logo com cinco anos, com pesos entre os 520 e os 590 quilos, sendo o sobrero o que menos pesava:490 Kg.

No início do espectáculo foi guardado um minuto de silêncio sem que a empresa comunicasse ao público qual a razão.

Na comemoração dos dez anos da sua Alternativa, Ana Batista deu a Alternativa a Joana Andrade, toureira da terra.
Como é da norma e após a cerimónia, testemunhada por Manuel Caetano, abriu praça a novel cavaleira, agora já profissional.
No seu primeiro, com 560 quilos, bem apresentado com os demais, Joana esteve acertada nos compridos, começando as dificuldades na mudança para os curtos.
Não se compreende como se vem para a Alternativa com montadas que não entram aos toiros, e que se não fosse a vontade da cavaleira, até fugiam deles.
Nesta primeira lide destaco os dois últimos curtos.
No seu segundo, - o sobrero, já que o da ordem saiu com problemas nos quartos traseiros - voltaram as dificuldades com as montadas que se recusavam a encarar o toiro e só com muito querer conseguiu colocar a ferragem da ordem, ficando, contudo, muitos ferros no chão, no final da lide.
Tem muito trabalho de casa para fazer, a Joana Andrade, se quer ser figura, como a sua madrinha de hoje.

Ana Batista, que foi a primeira mulher, em Portugal, a dar a Alternativa a outra, coube-lhe tourear o segundo da ordem. Andou com acerto, cravando dois bons compridos. Após mudar de montada, com temple e saber desenvolve uma brega esforçada, pisando terrenos de compromisso, quando o toiro parecia estar a acabar-se. Depois de descobrir as distâncias certas, crava os dois últimos curtos muito bons.
No quarto da tarde, cravou dois compridos à tira, correctos e em “su sítio”. Nos curtos, mais uma vez com uma brega muito inteligente, bem a escolher os terrenos, com muito temple, sem pressas cravou quatro curtos, sendo o último o melhor da lide.

Manuel Caetano vinha ao Montijo, como triunfador da corrida onde tinha sido integrado no ano passado.
Desta vez as coisas não lhe saíram tão bem!
Com o seu tremendismo, por vezes, é posto perante situações absolutamente evitáveis.
O seu primeiro é recebido, sozinho na arena, no centro de praça.
O toiro sai descomposto e o cavaleiro tenta fazer um quiebro, mas o ferro fica quase no rabo do toiro, acabando por cair. O segundo resulta, mas o terceiro, com receita igual, fica na perna do morlaco.
Vêm os curtos e a coisa ainda se complica mais, as montadas são agarradas a cada passo, os ferros ficam onde calha, até na barriga do hastado.
Termina com a receita do costume: dois violinos! O público gosta e vibra!
No seu segundo, ainda foi pior.
Tenta uma sorte igual á que não resultou no primeiro. Desta vez o ferro fica, mas no remate, com um tremendisdo, que por vezes roça a irresponsabilidade, a montada é colhida e o cavaleiro desmontado. Em todos os ferros a montada é colhida. Há uma sucessão de situações que não abonam em nada o toureio a cavalo.
Tendo em conta o que ficou dito, não entendi a razão de tocar a música.
Termina com um bom ferro a quarteio e um violino.
O público esqueceu o que de mau aconteceu e aplaude forte.
Para pegar os Guardiolas, estiveram em praça três grupos de Forcados: os dois da terra; os da Tertúlia Tauromáquica e os Amadores do Montijo, e os Amadores do Redondo.

Abriu a contenda, pelos da Tertúlia, o cabo, Márcio Chapa. Bem a citar o toiro arranca sem dificuldade, e entra pelo grupo com muita pata. O grupo desuniu-se, mas os quatro reforços vindos da trincheira ajudam a consular a pega.
Volta para Cavaleira e Forcado.
Para pegar o quarto da ordem, o seu segundo, foi escolhido Luís Friezas. O toiro arrancou mal viu o forcado, ensarilhou na reunião, e com um piton entre as pernas e derrotando alto, não deixou o forcado fechar-se. Depois de várias tentativas sem sucesso, é toiro pegado em sorte a sesgo por José de Jesus Martins, que dobrou Friezas.
O cabo não autorizou, e bem, que o forcado desse a volta.
Volta só para a cavaleira

O segundo da tarde coube Aos Amadores do Montijo. Para iniciar a função, quis o cabo dar o exemplo. Citou com calma mas o toiro arrancou mal o viu, com serenidade, recuou até reunir, fê-lo com a propósito, sendo no entanto necessário reforços da trincheira, para consumar a pega.
Volta para cavaleira e forcado.
Para pegar o quinto da ordem, saltou Pedro Santos, que após citar com galhardia, aguentou a investida pronta, com uma enorme ajuda de Luís Alves. Até pareceu simples. O toiro veio sem derrotar mas com muita pata, entrou no grupo, empurrou, mas o grupo uniu-se e consumou uma boa pega.
Volta para cavaleiro, forcado e primeiro ajuda.

O terceiro coube aos Amadores do Redondo. O eleito para pegar este seu primeiro foi Roberto Mataloto. Depois do grupo não ter ajudado a contento na primeira tentativa, à segunda, com uma viagem vistosa na cara do toiro, foi o forcado bem ajudado, não sendo necessário os reforços que já estavam na arena.
Cavaleiro e forcado agradeceram nos médios.
Para pegar o que cerrou praça, saltou Nuno Oliveira, mais uma vez o toiro arrancou mal viu o forcado e este correcto na cara do toiro, fechou-se bem, fazendo uma viagem vistosa na cara do toiro que só derrotou já no meio do grupo.
Volta para cavaleira, e forcado, depois de muita insistência deste.

O mais e o menos

+ A apresentação, irrepreensível do curro de toiros de Guardiola e o seu comportamento no geral.

- A má forma das montadas da neófita cavaleira profissional. Exige-se muito mais para uma Alternativa.
O tremendismo sem explicação nem utilidade de Manuel Caetano.
A fraca assistência de público para uma corrida que prometia.
A demora inusitada na troca de montadas por parte da Joana Andrade, chegando a director a mandar tocar um aviso.
A duração excessiva da corrida, mais de três horas, contribuindo para isso, o facto do sobrero não estar embolado e ter que substituir o último toiro.
A quantidade de forcados necessários para pegar alguns toiros.

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