sexta-feira, 2 de julho de 2010

O “rejoneo” chegou à cidade…


- Praça de Toiros: Campo Pequeno
- Data: 01/07/2010
- Empresa: Campo Pequeno
- Ganadaria: Fermin Bohorquez
- Cavaleiros: João Moura Jr. e Diego ventura
- Grupos de Forcados Amadores: Alcochete e Aposento da Moita comandados pelos Exmos. Srs. Vasco Pinto e Tiago Ribeiro
- Assistência: Casa Cheia
- Delegados da IGAC: Delegado Técnico Tauromáquico Sr. Agostinho Borges assessorado pelo médico veterinário Dr. Carlos Santos.
- Banda de música: Sociedade Filarmónica Progresso e Labor Samouquense

O rejoneador Diego Ventura veio confirmar ao Campo Pequeno a alternativa tirada em 13 de Setembro de 1998 em Utiel (Valência), tendo como testemunha João Moura Jr. que pisou pela primeira vez desde há dois anos a arena da capital.

A ganadaria eleita veio da vizinha Espanha, propriedade do rejoneador Fermin Bohorquez, teve comportamento díspar na bravura e na nobreza, os primeiros dois com manifesta falta de força e os restantes cumprindo, sendo o 5º e 6º mais sérios.

Assim sendo, estavam reunidos todos os ingredientes para uma grande noite de rejoneo, e foi isso que se verificou, saindo o público na sua maioria satisfeito e com um sorriso na cara.

Iniciou Ventura, a sua aventura em terras de seus Pais, brindou a António Ventura, recebendo o toiro nº40, do ano de 2006, com 546 kg de peso, dobrou-se bem nos médios com o hastado e cravou um comprido ao piton contrário, nos adornos o cavalo Maletilla perdeu as mãos e foi tudo parar ao chão, formando-se uma enorme algazarra, no centro da arena, recuperado do tombo, colocou mais um comprido em que levou um toque na montada.

Nos curtos sacou o cavalo Nazari, e após bregar o toiro em tábuas, na hora de cravar falhou o toiro, sendo apupado pelo público, cravou dois ferros ao piton contrario, rematados com galopadas à garupa, foi buscar o Califa e colocou um par de bandarilhas em que ficou apenas uma cravada no dorso do toiro, no entanto repetiu o par e colocou um palmito adornado com o popular “telefone” com que rematou a faena. O magnânime público brindou-o com uma efusiva volta à arena.

No terceiro da noite, Ventura ao tentar parar o toiro nos médios levou um valente toque no cavalo Cheke, e efectuou duas passagens em falso, fruto do pouco entendimento que teve do toiro, colocou um comprido algo traseiro e outro a cilhas passadas. Nos curtos com o cavalo Wellington, usou e abusou de quiebros para colocar os ferros, indo depois buscar á sua quadra o Ginés, com o qual se balanceou diante do toiro e colocou mais dois ferros ao piton contrario, terminou com dois palmitos na mesma onda dos ferros anteriores. Volta.

No quinto, a praça quase vai abaixo, com o rejoneo de Ventura, exceptuando o ferro com que recebeu o toiro á saída dos curros, o resto foi mais do mesmo, ferros ao piton contrário, ladeios com passagem entre tábuas, e para rematar o “numerito” circense da mordidela do cavalo Morante no toiro após cravagem dos ferros. Três voltas sendo na segunda acompanhado de alguns cavalos da sua quadra. O magnânime entrou em delírio.

Moura Jr. parecia vir com ganas de contrariar o toureio do seu companheiro de actuação, ao receber o toiro de meia praça e cravando á saída dos curros num ferro emotivo, mas cedo se rendeu ás evidências e optou pelo toureio ao piton contrario adornado com piruetas na cara do toiro, terminou com um ferro de palmo. No entanto a sua actuação foi do agrado do público que lhe concedeu uma volta e chamada aos médios da praça.

No quarto da noite que brindou ao Padre Vítor Milícias, iniciou a contenda dobrando-se bem com o toiro nos médios e cravando de seguida o primeiro comprido, colocou mais um á tira. Nos curtos cravou quase todos ao pitón contrário exceptuando-se o segundo ao estribo, terminou com um ferro de palmo a cilhas passadas, lide com pouco sal e excesso de capotazos por parte do bandarilheiro de serviço, também não deve o cavaleiro de Monforte solicitar as palmas do público como se de um gladiador se tratasse quando enfrenta as feras no circo romano. Volta.

No último da noite, João esteve acertado e recebeu de porta gaiola, tendo colocado dois bons compridos á tira, nos curtos galopou com o toiro a perseguir a garupa do cavalo e cravou ao pitón contrário uns e através de “quiebros” outros, destacando-se os dois últimos que puseram os aficionados de pé a bater palmas, terminou com um ferro de palmo a sua melhor lide desta nocturna lisboeta. No final deu três voltas sendo a última acompanhado por Diego Ventura em ombros, saindo ambos pela porta grande.

A forcadagem teve uma noite calma e sem problemas, não tendo complicado toiros fáceis de pegar.

Abriu praça o GFA de Alcochete (1ª,1ª,1ª) por intermédio do Cabo Vasco Pinto, brindou a Diego Ventura, citou de largo, indo com calma e serenidade para o toiro, recebeu mal e o toiro entrou-lhe por alto, no entanto ficou á córnea com decisão.Volta.

Para o 3º toiro foi escolhido o experiente forcado José Manuel Vinagre que brindou ao público aficionado, meia praça, com cite calmo e a saber andar para o toiro, carregou no momento certo e fechou-se como uma lapa, sendo muito bem ajudado pelos restantes companheiros. Volta.

Para pegar o quinto da noite, foi Ruben Duarte, brindou ao médico que acompanha o Grupo (Dr. Manuel Pasarinho), citou de meia praça, carregou duas vezes precipitadamente, sem o toiro se arrancar, mercê de um capote na trincheira, o toiro saiu solto, mas o forcado conseguiu fechar-se bem à barbela, sendo eficazmente ajudado pelas ajudas. Volta.

O GFA do Aposento da Moita (1ª,1ª,2ª) pegou o seu primeiro toiro por intermédio do forcado José Broega, brindou ao público e citou de meia praça, recuou bem com o toiro mas fechou-se mal de pernas tendo o toiro afocinhado após um derrote por alto, as ajudas foram rápidas e eficazes. Volta no final.

Para o 4º toiro foi escolhido o forcado Pedro Brito de Sousa, brindou a Rui Bento, citou com determinação batendo as palmas ao toiro, aguentou sereno a investida do toiro, e fechou-se sem problemas, ajudando o grupo com coesão. Volta.

Para o último toiro da Corrida foi o Cabo Tiago Ribeiro, brindou a Ventura e a Moura Jr., citou bonito e com garbo, recebeu bem e fechou-se com garra, mas as ajudas falharam e acabou por ser desfeiteado junto ás tábuas, na segunda tentativa esteve menos correcto a receber, tendo-se fechado com as pernas no piton do toiro que empurrou com velocidade, sendo as ajudas mais eficazes, dando o corpo ao manifesto. Duas voltas.

O Mais e o Menos

+ da Corrida – O magnânime público que enche repetidamente o Campo Pequeno e o paciente aficionado que aguenta tudo e mais alguma coisa.
- da Corrida – O triunfo do rejoneo em Terra de Marialvas.

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