Aldeia da Venda, situada na freguesia de  Santiago Maior/Concelho do Alandroal, terra de gente aficionada, possui  uma praça de toiros desmontável, onde ano após ano, se realizam corridas  de toiros.   
    Nesta temporada e na próxima, a Empresa  “Aplaudir”, será a gestora do referido tauródromo, e montou para este  seu primeiro espectáculo uma corrida à portuguesa, com um cartel  constituído por jovens cavaleiros, já com provas dadas de inegáveis  condições para futuras figuras do toureio a cavalo. O público respondeu  positivamente, e registou-se uma boa entrada de público (3/4 da lotação  preenchida), a melhor dos últimos anos, numa tarde já de Verão, em que a  brisa de vento que soprava, tornava a temperatura na parte do Sol,  perfeitamente suportável.
  
 O destaque desta corrida, terá de ser dado à  GANADARIA  de S. MARTINHO,  pois enviou um curro de novilhos( algarismo 7 na mão, nascidos em  Novembro de 2006) de excelente apresentação, sérios, com trapio, com  cara, e com pelagens variadas( negro e castanho) ,  que  como seria normal, tiveram comportamentos diferentes, destacando-se os  lidados em 2º, 3º e 4º lugares, e os restantes a exigirem dos  cavaleiros.
  
 MOURA  CAETANO abriu a  corrida, lidando um exemplar castanho bragado, que logo no primeiro  estado de saída mostrou a casta que possuía; deixou-lhe dois ferros  compridos eficazes, com o hastado a doer-se no momento da cravagem.  Depois com a ferragem curta, o cavaleiro soube aguentar as investidas  violentas do novilho, desenvolvendo uma lide correcta, cravando a  quarteio, bons ferros curtos. O seu segundo oponente (pelagem negra),  foi um dos bons exemplares lidados nesta corrida, com nobreza e que  cumpriu com nota alta. Caetano limitou-se a deixar a ferragem comprida,  mas depois com os curtos, subiu o tom da lide, estando muito toureiro,  mostrando a sua boa equitação e brega, e sempre com entradas a quarteio e  arredondando no momento de cravar, deixou ferros curtos de muito bom  nível, sempre rematados a condizer, e com o público a tributar-lhe  fortes ovações. Fechou a actuação com dois ferros de palmo, também eles  fortemente aplaudidos.
  
 DUARTE PINTO cavaleiro  de dinastia ( filho de Emídio Pinto) teve uma boa passagem pela Aldeia  da Venda, rubricando duas boas actuações, na continuidade do bom inicio  de temporada que vem desenvolvendo. Lidou o segundo da tarde, um novilho  sério, com trapio, que veio a mais, com o decorrer da pelea. O jovem  cavaleiro, começou por despachar a ferragem comprida, para depois nos  curtos mostrar um toureio de estilo clássico, bregando correctamente e  cravando de frente(pena a ferragem ficar descaída), com remate da sorte.  Estava a lide a agradar aos tendidos, quando já na parte final sofreu  um forte toque na montada(aquando da cravagem do quinto ferro), e em  seguida o último ferro, foi cravado como se diz na gíria “pescado”.A  segunda actuação foi sem dúvida a melhor da tarde, calhou-lhe em sorte  um novilho castanho albardado listão, que estava muito bem apresentado.  Duarte, logo com os ferros compridos mostrou a disposição que trazia,  citando de largo e partindo recto para a cara do oponente, deixando duas  boas tiras. Depois veio montado num bonito cavalo preto, ferro Ortigão  Costa, e os momentos de bom toureio a cavalo estiveram à vista de todos  os presentes. Bregou com intuição, e a gosto, aproveitando as  meias-investidas do novilho partiu recto e a quarteio, sucederam-se  bonitos ferros curtos, sempre com a preocupação de rematá-los.
  
 FRANCISCO  PALHA curiosamente,  teve uma lide irregular com um bravo toiro, e uma  lide  meritória, com o mais complicado da tarde. Assim por partes, começou  por lidar o terceiro da tarde (castanho chorreado), de bonita  apresentação e que veio a revelar bravura , com o qual o jovem ginete  não se entendeu muito bem, decorrendo a lide com altos e baixos;  indefinições no momento da cravagem e algumas passagens em falso, com  toques na montada. A espaços, ainda deixou dois bons ferros curtos. A  encerrar a corrida, com um hastado sério e com cara, o cavaleiro de Vila  Franca, teve uma actuação muito meritória, dado que foi necessário  pisar terrenos de compromisso, pois o novilho estava distraído e virava a  cara à luta.O público soube premiar o esforço e entrega do cavaleiro,  tributando-lhe muitos aplausos.
  
 Para as pegas estiveram em praça os grupos  de forcados de ALCOCHETE e APOSENTO  DO ALANDROAL, que apesar de apenas concretizarem só uma pega à  1ª tentativa, não se pode dizer que tiveram uma tarde dura, apenas por culpa própria, as coisas não correram  melhor. Por Alcochete (que trouxe muitos jovens elementos),foram caras,  Luís Saramago(à 2ª), Pedro Belmonte(à 2ª) e Tiago Domingues(à 2ª).Pelo  grupo da região, foram caras Mário Pinto(à 2ª), Fábio Raposo(à 3ª) e o  cabo do grupo João Passos, que à 1ª tentativa, efectuou a pega da tarde,  fechando-se muito bem à barbela e aguentando sozinho, com o novilho a  fugir aos restantes ajudas.
  
 Dirigiu o espectáculo, que decorreu em bom  ritmo, o Sr. Francisco Farinha, assessorado pelo médico-veterinário Dr.  José Guerra. A parte musical esteve entregue à Banda da Escola de Música  do Centro Cultural de Alandroal, e o cornetim de serviço foi o Sr. Nuno  Narciso.