
Grande ambiente no bonito e cómodo Coliseu de Redondo, com as bancadas praticamente preenchidas de público, que não deram por mal empregue o preço do bilhete, pois assistiram a uma boa corrida de toiros. Está também de parabéns a Associação Tauromáquica Redondense, que é a responsável pela organização das corridas neste novo tauródromo e que montou para esta data tradicional da Vila, um bom cartel.
RUI SALVADOR, cavaleiro que este ano comemora 25 anos de alternativa, apresentava-se pela primeira vez nesta remodelada praça, daí os brindes à lide dos seus dois toiros terem sido dedicados aos presentes. Foram duas boas actuações, apesar de os seus oponentes virem a menos com o decorrer das lides. No seu primeiro, começou por cravar dois bons ferros compridos, devidamente rematados; com a ferragem curta e fiel ao seu estilo frontal e sério, cravou também ferros pisando terrenos de compromisso. Trocou a montada e tentou cravar com ligeira batida ao piton contrário, mas o luzimento não foi o desejado, pois o toiro atravessava-se no momento da reunião daí resultando um toque na montada e o último ferro ter sido pescado. Na segunda actuação o cavaleiro foi nitidamente prejudicado por uma contingência da própria corrida, o toiro tinha-se desembolado nos curros, daí ter ido à manga, para de novo sair e portanto gastou energias e não recuperou mais; ainda saiu à praça com codicia, durante a ferragem comprida cumpriu bem, mas depois foi evidente a sua fadiga e a procura de terrenos de tábuas. Rui Salvador soube tirá-lo para os médios, onde depois de frente lhe deixou ferros curtos de excelente colocação.
MARCOS BASTINHAS também actuava pela primeira vez neste Coliseu, e triunfou em ambas as lides, deixando muito bom ambiente nos tendidos. Ao 2º toiro da tarde, o jovem ginete deu-lhe uma boa lide, que começou logo no inicio, dobrando-se bem de saída e à tira cravando bons ferros compridos, sempre rematados, coisa que infelizmente já se vai vendo pouco nas nossas praças. Trocou a montada e a actuação continuou em bom nível, deixando-se ver nos cites e a quarteio cravando a ferragem curta e tal como seu pai criando alvoroço entre a assistência. Terminou a lide com a cravagem de um ferro de violino, seguido de um de palmo, saindo debaixo de forte ovação. O seu segundo oponente, um bonito exemplar de pelagem "jabonero", proporcionou-lhe mais uma lide triunfal, tal como na primeira, assente numa boa brega, colocação do toiro nos melhores terrenos e com uma suavidade e segurança, cravando a quarteio, com remate da sorte. Voltou a terminar com dois ferros de palmo em reuniões ajustadas, sendo por isso muito ovacionado.
TIAGO CARREIRAS cavaleiro praticante, voltou para triunfar, já tinha actuado na corrida de inauguração deste Coliseu, e realmente não defraudou os presentes; confirmou a excelente temporada que tem feito e agora terá de ser a alternativa, o próximo passo na carreira deste jovem cavaleiro. Duas boas actuações, melhor e com mais impacto a segunda, no toiro que encerrou a corrida e que também foi o melhor da tarde. A primeira teve muito mérito, pois teve pela frente um imponente toiro, que após a ferragem comprida começou a ficar reservado e pouco claro, daí ter sido necessário pisar-lhe os terrenos e foi isso mesmo que Carreiras fez, daí resultando sortes com muita emoção, o toiro a carregar e a ferragem a ficar bem no alto, destacando-se o 5º ferro curto. No inicio da sua segunda lide e talvez porque era a última desta temporada, o cavaleiro chamou à arena todos os que fizeram parte da sua equipa e visivelmente emocionado, brindou-lhes a lide que ía efectuar de seguida; sem dúvida um bonito gesto de agradecimento e reconhecimento aqueles que de várias formas contribuíram para os êxitos e não só, deste jovem praticante. O toiro saiu à praça e desde logo se viu que iria colaborar, aliás viria a ser o melhor da corrida e o triunfo naturalmente aconteceu. Começou com a ferragem comprida, sempre bem cravada e dobrando-se bem com o hastado. Com os curtos e já outra montada, também excelente e que por momentos fez esquecer o “Quirino”, que se calhar a maioria dos presentes esperava ver, assistimos a uma grande lide, ferros citando de frente e cravando bem no alto, depois rematados dobrando-se na cara do toiro, ou trazendo-o junto de tábuas num galope a duas pistas. Saiu debaixo de calorosos aplausos e como já vai sendo habitual pelas praças onde tem passado, não acedeu a cravar “mais um”, conforme o público lhe pedia.
No que diz respeito às pegas, as coisas não foram muito claras para os dois grupos intervenientes, os toiros até nem apresentaram grandes dificuldades, os grupos é que estiveram desacertados, principalmente nas ajudas.
Pegaram pelos ACADÉMICOS DE ELVAS Gonçalo Machado, à segunda, Jorge Dias, à segunda e David Barradas também à segunda tentativa.
Pelo grupo da casa foram à cara Roberto Espigão, à segunda a dobrar o seu colega João Laranginho que saiu lesionado da sua tentativa, Roberto Mataloto, a grande pega da tarde, aguentando uma enormidade de derrotes e conseguindo fechar-se já em terrenos de tábuas e com o grupo desfeiteado, e finalmente Hélder Delgado, à segunda.
A ganadaria de CANAS VIGOUROUX enviou para esta corrida seis bonitos e muito bem apresentados novilhos-toiros (número 6 na espádua),com os pesos de 575, 570, 615, 550, 615 e 520 Kg respectivamente e no geral cumpriram bem, com excepção do 3º, merecendo nota alta o sexto da tarde.
Dirigiu a corrida o Sr.António José Martins, assessorado pelo médico-veterinário Dr. João Infante. A embolação e ferragem esteve a cargo de Gastão Miguens. Abrilhantou, e muito bem, o espectáculo a Banda de Música da Sociedade União Montoitense.
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