sexta-feira, 12 de março de 2010

Outra vez Arroz com Feijão!!


Estamos a uma semana do inicio das corridas formais na temporada 2010, depois de uma serie de festivais já realizados (outros agendados), neste magnifico festival que é o Portugal das toiradas.

Sem duvida que os acidentes sofridos pelos forcados, mais de duas dezenas, foram o ponto mais negativo de 2009. Desde a partida de Francisco Matias numa pega num treino, até á incapacitação de João Salvação numa corrida em Agosto. Se no primeiro caso nada se poderia fazer, no segundo já algo foi feito. Mas esperávamos todos, os que nos preocupamos com a “causa”, que mais tivesse sido feito em quatro a cinco meses de defeso. A A.N.G.F. promoveu um concorridíssimo e participado teste na Arena de Évora, proveitoso de conclusões quanto á ferragem comprida, todos concordaram que qualquer uma das soluções apresentadas eram melhores que as até aí existentes, o certo é que parece ter-se resolvido meio problema. Testaram-se de forma “acessória” as bandarilhas curtas com mola, gerou-se confronto claro de opiniões, tendo alguns cavaleiros presentes manifestado de viva voz desagrado quanto á sua utilização. Ficou o compromisso de realização de novo teste para se aquilatar melhor solução para esta parte do “problema”.

O inverno chegou e está quase de partida, nada se avançou. Duas marcações no mínimo estranhas de teste, agora por iniciativa do Sindicato dos Toureiros Portugueses, ambas para meio da semana e a meio da tarde para a Praça de Salvaterra, muitos dos mais directamente interessados, os cabos dos Grupos de Forcados não poderiam estar porque tem o seu sustento noutras actividades que decorrem em horário laboral. É certo que a A.N.G.F. estava também envolvida, representa os seus associados, quase 100% dos Grupos existentes. Estar….a ANGF estaria! Mas não era mesma coisa do que uma grande parte de cabos. O tempo inviabilizou ambos testes. Em Fevereiro era muito provável….Porque não na Arena d’Évora, Coliseus de Elvas ou Redondo, ou mesmo Campo Pequeno, com condições para debate de ideias e primeiras ilações em comodidade e sobretudo tempo útil antes de se iniciar a temporada?

Actualmente está, que se saiba, sem data o teste às bandarilhas curtas com sistema de protecção, aquelas a que os cavaleiros mais se opuseram, alguns utilizam-nas sempre, outros não. O principal motivo evocado foi o de que os toiros não se paravam tanto e chegavam com mais violência à pega, pelo que nem para forcados elas seriam solução.

Nada paga uma vida e já morreram forcados com bandarilhas destas. Se os toiros não passam directamente do primeiro para o terceiro estado, talvez seja necessário lidá-los mais no segundo, Cravar com ganas e não deixar pendurado um arpão em verdadeira “pescaria”,preocupar-se ainda mais em ter montadas, coração e pundonor para o fazer, está sempre um capote à mão para dar uma “tareia” numa troca de montada, mas olho….o público sabe ver…Não parece mas sabe ver algumas coisas, para além do folclore de piruetas, violinos, pares de bandarilhas, quiebros, ladeios e outros números tais que utilizados corriqueiramente como se tem visto ultimamente nas nossas praças, mudaram o toureio e retiraram a magia que é presenciar, um bom executante lidar um toiro de lide. São bonitos e tem mérito, como adorno ou remate de uma lide correcta, séria e criteriosa dentro dos cânones, foi nesta lógica que foram inventados os tais “números”….A tal lide que é preciso dar quando os curtos são só isso… curtos.

Quanto aos forcados…não se utilize a violência como argumento, seria uma forma indirecta de separar o trigo do joio. Quem pode, pode! Quem não pode… arreia! Ganha o espectáculo, o público e a arte. Estou certo que muitos não tem problemas e até preferem um toiro com mais pata no momento da pega, do que um inválido pronto na defender-se, ainda por cima “armadilhado”.

Srs. Cabos, pelos vistos vamos ter festivais, corridas, touradas e nada se resolve em definitivo. Sob o argumento de que se renunciarem a pegar sem sistemas de segurança, outro grupo aparecerá para ocupar o lugar na corrida, compactuam com um risco elevado e desnecessário, que agora já não tem desculpa de continuar a existir… e o passar do tempo apenas corre contra e aumenta a probabilidade de se voltarem a viver situações como as variadas de 2009 (cruzes, canhoto!).

Os amigos do bate-latas das quintas em Lisboa não podem ter razão ao acharem que nós os que gostamos das corridas somos bárbaros. Por isso mãos aos ferros e que se resolva depressa. (Escrevi algo assim em Julho do ano passado….)

Boa época 2010 para todos!!

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