
Paulo Caetano comemorou os seus 30 anos de Alternativa no Campo Pequeno, numa noite onde deixou bons apontamentos de toureio...
Quando há 30 anos recebeu a alternativa de cavaleiro tauromáquico, num momento em que as figuras apertavam forte em todas as corridas, Paulo Caetano procurava um rumo que descobriu, serenamente, voltando as costas ao mar (como no seu livro), se inspirou nas «tágides» (ninfas do Tejo cantadas por Camões), e rumou ao Alentejo profundo, encontrando aí o seu refúgio e base para uma carreira de altíssimo nível e que o guindou por mérito próprio ao estatuto de figura.
A corrida da comemoração dos 30 anos de alternativa de Paulo Caetano teve alguns bons momentos e a classe do toureiro de Almada esteve presente e permitiu ver esses cites bonitos e as entradas ao pitón contrário e alguns pormenores de brega, quer na colocação quer nos remates das sortes. Uma lide muito ao seu estilo pessoal, com um cunho próprio e inimitável, sublinhada com imensos aplausos.
Joaquim Bastinhas esteve com a garra e entrega habitual, apesar dos muitos anos de alternativa que também já carrega. Entrega na brega, nas sortes e nas cravagens, nos remates. E sempre com uma energia transbordante e contagiante. Rematou com o par de bandarilhas e deixou a praça de pé a bater-lhe palmas.
João Moura Caetano tem outra concepção do toureio, mais moderna e por vezes nem sempre com o acerto que se requer na colocação da ferragem. Mas desta vez esmerou-se em especial nos curtos com algumas reuniões ajustadas em ferros cambiados mas foi o seu terceiro em sorte frontal bem executada o melhor do seu labor.
Marcos Bastinhas esteve a contento no cômputo geral da sua actuação. Bem na brega, subiu de tom nos curtos, com um quarto de muito boa nota em sorte frontal, rematando a sua actuação com um de palmo.
Nas lides a duo estiveram melhor os Caetanos que os Bastinhas, sendo que os primeiros conseguiram mais e melhor ligação desde o início e os segundos só na fase final da lide conseguiram empolgar o público.
Os Forcados de Santarém estiveram em bom plano com intervenções seguras mas seria Gonçalo Veloso, esse pequeno gigante, a levantar o público das bancadas com uma enorme pega de caras suportando os derrotes e alguma ajuda menos boa, dando duas voltas á arena. Os Amadoresde Portalegre cumpriram nos seus primeiro e segundo toiro e sentiram bastas dificuldades para pegarem o último.
Numa corrida de toiros deveriam ter-se lidado toiros, mais ainda quando se trata da primeira praça do País. Sabemos que o regulamento não obriga a que tenham 4 anos cumpridos nem que tenham trapio. Mas os novilhos de Maria Guiomar Moura, que serviram para o espectáculo apesar da sua escassa emoção e transmissão, tinham 3 anos e escasso trapio na sua generalidade, retirando com isso importância à função.
Dirigiu a corrida José Tinoca com assessoria veterinária de Francisco Barata e com casa quase cheia.
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