
Mas sim uma manifestação ancestral de cultura que ainda vigora e movimenta massas, de todos os géneros, credos e idades, que com a mesma tenham contacto (ou pelo menos se interessem em perceber melhor o que é), nos tempos modernos.
Nota de apareço para a presença da Exmª. Srª. Ministra da Cultura Drª. Gabriela Canavilhas e do “já habitué” Exmº. Sr. Secretário de Estado da Cultura Dr. Elísio Summavielle , numa altura complexa politicamente para qualquer membro de governo aparecer em publico, tal o risco de reacções adversas em virtude de recentes decisões politico-sócio-económicas. O olé dos aficionados, dos defensores da festa e daqueles que ainda sentem algum orgulho em ser portugueses.
Foi um marco este encerramento de abono 2010 no Campo Pequeno, por estes factores, mediática e publicamente, de importância extrema e uma enorme ajuda, na cruzada que os taurinos não conseguem encetar de forma organizada e consequente. Vamos aproveitar a onda! Quanto à Srª. Ministra, apareça mais vezes e noutros locais, mesmo que um dia deixe de o ser…será sempre bem-vinda e os que consigo trouxer!
Do ponto de vista artístico não nos alongaremos em considerações, apenas referir que os artistas tiveram todos uma entrega grande, para que o espectáculo resultasse impactante junto do publico, dentro e fora da praça e acabaram por consegui-lo. Mesmo que tecnicamente não se tenha assistido a nada de extraordinário e no que tocou às reuniões no momento do ferro, forma geral, foi mesmo muito pobre.
Joaquim Bastinhas e Luis Rouxinol, tradicionalmente mais comunicativos fizeram disso gala e “puxaram” pela noite nas duas primeiras lides, com as respectivas imagens de marca. Salgueiro esteve valente ante um reservado terceiro, que esperava na reunião. Deu-lhe a volta e chegou com força às bancadas à base da sua valentia e do Zamorino. Ana Batista, voltou a assinar lide muito bonita, sóbria e de inspiração, no mais difícil dos colaborantes “Rochas”, repetiu êxito em Lisboa na mesma temporada. Exito também para Brito Paes, após emotiva série de compridos a dar todas as vantagens a um toiro com transmissão, frontal e sempre com sentido de lide, tem serie de curtos que agradaram ao conclave, procurou reunir mais ao estribo no último, pôs toda a carne no assador, que lhe valeu forte encontrão, devia ter emendado e só depois recolher. Tiago Carreiras fechou a noite com uma actuação regular, ante um belíssimo toiro, procurou a o êxito fácil na espectacularidade do Quirino, mas sem grande impacto.
Bom curro do Engº. Luis Rocha que justificou a chamada do ganadero à praça.
No Capitulo da forcadagem a noite não foi complicada e os dois Grupos, que em nossa opinião registam uma belíssima temporada de 2010, se não mesmo os melhores, resolveram a papeleta, com maior acerto para os Amadores de Montemor. Por intermédio de João Tavares “Peco” (com decisiva ajuda de J. Pereira depois de deficiente reunião) e João Cabral pegaram à primeira e o cabo José M. Cortes à segunda (na primeira não foi suficientemente rápido a fechar-se de pernas). Os Amadores de Alcochete tiveram duas pegas à terceira por Nuno Santana (num toiro cego da vista esquerda) e Daniel Silva, a ambos faltou “encher a cara” aos toiros nas tentativas falhadas e uma pega empolgante de compêndio, do cabo Vasco Pinto no último, à primeira.
Dirigiu o sr. Pedro Reinhardt sem problemas, com a dupla de embolação e ferragem Simões e Alcachão e a Banda do Samouco a abrilhantar, uma grande manifestação de Portugalidade.
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