segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Profunda tristeza invade o Espírito do Pátio
Sem saber bem por onde começar, dizer desde já que a vida é ingrata, injusta, e estúpida.
Noite triste para o Grupo e Amigos do Pátio. O seu coração parou, subitamente parou. O seu, o de todo o grupo, e daqueles que o conheciam. Assim, sem nada o prever. O nosso querido Edmundo partiu..! Não queremos acreditar, tentamos fugir à realidade, cada um de nós se abriga no seu mundo tentando a todo o custo digerir o que não queremos. Procura-se mostrar força, mas é difícil! Um abraço, um toque, um olhar, um beijo, um pensamento, uma fotografia, ou um sítio, inevitavelmente levam a escorrer lágrimas. A pergunta que se impõe é “Porquê, porquê, porquê?!”
Não há explicação para tamanha crueldade. Seja em que altura for, não há possível controlo de todos os sentimentos que de nós se apoderam. A dor é inevitável. Todos acabamos por partir, mais ou menos cedo, mas assim, tão novo, e de forma inesperada, num dia que se fazia terminar tão feliz, e sem nada se fazer avisar, torna o coração bem pequenino e este mundo, um mundo cruel.
O Espírito de Pátio levou para a frente, no passado sábado, dia 24 de Outubro, mais uma das suas tão cativantes festas de campo. Um ambiente extraordinário, deslumbrante, e preenchido de cor, mesmo quando as nuvens tentavam pela manhã esconder o sol que teimava em romper.
À chegada, aquela recepção de sorriso nos lábios e tão calorosa, deixa logo a enorme vontade de ficar. O dia prevê-se tão intenso..! Preparam-se os cavalos, os arreios, e afina-se tudo para se seguir para o campo. Mais uma rolote que afinal também vem. Os cascos ouvem-se pelo alcatrão e vêem-se cavaleiros e cavalos pela estrada da Quinta da Texuga. Procuram-se lugares para todo o grupo poder ir, ora montados, ora à garupa, ora nas charretes. Todos têm pulseirinhas cor-de-laranja. A banda já está preparada para seguir. Pouco a pouco vão-se juntando uns atrás dos outros, e quando está tudo a postos, os da frente arrancam com os músicos a animarem o passeio. Sabe bem, tão, tão bem. Ouvem-se sorrisos, trocam-se palavras, histórias e cantorias, e os cavalos vão satisfeitos. Contagiante. Quem está, está por gosto. Realmente o Pátio é uma família. Mas não é uma família qualquer. É uma família acolhedora. Que acolhe com prazer, e de bom agrado. Assim, sabe realmente bem.
Faz-se uma pequena pausa para encher a barriguinha e o passeio prossegue de regresso à Quinta.
Almoça-se, canta-se, conversa-se e bebem-se uns copos. O dia foi, de facto encomendado. Nem frio, nem calor. A música soa e as fotografias do passeio vão passando para que todos possam ver, orgulhando-se cada cavaleiro da sua invejável e orgulhosa figura a cavalo.
As brincadeiras com os novilhos deliciaram os presentes, de miúdos a graúdos. Ali estavas tu encantado com as mais tontas brincadeiras, com o toureio a pé, a cavalo num pau, ou no Néctar, a tua mascote, o teu orgulho, aquele que foi e sempre será o teu verdadeiro Eterno Amigo. O cavalo que tanta falta tua irá sentir! A tarde prolongou-se, e já bem à noite, numa hora que podia e devia ter passado, caíste. Partiste sem te despedires. Tudo foi feito para te trazer de volta, infelizmente em vão. Foste-te embora para o paraíso. O teu último sorriso está gravado em nós. Agora, olharemos para o céu e lá estarás tu, aquela estrela tão brilhante e cintilante que nos iluminará.
Força, muita força a todos. Especialmente à Rita, uma Mulher Enorme. Uma Mulher extraordinária que desde há cerca de 12 anos esteve a teu lado. O verdadeiro Amor. Sem saber onde, sabemos que as forças vão e têm mesmo que aparecer.
No desespero de não querer largar o passado, e no desacordo com a vida porque a realidade é que tem que se rumar em frente, é preciso dar as mãos. Unidos somos um. Voltar as costas para o mundo não será solução. Onde quer que este grande Homem esteja, está a ver-nos a todos, e o que mais quer é ver-nos felizes. Sabemos bem que assim é. Aquele sorriso feliz transbordava alegria e vivacidade por todo o lado que passasse, como o rasto de um intenso perfume. Onde quer que o Edmundo esteja, invariavelmente quererá que o toiro seja citado de frente e pegado pelos cornos, numa pega de coesa união entre o grupo. Assim terá que ser.
Cada um de nós guarda em si os maravilhosos e inexplicáveis momentos que juntos passámos, as gargalhadas, os gestos, os sorrisos, os passeios, as histórias, os abraços, os dias.
Na inconformidade de aceitar tudo isto, sabemos que tivemos sorte de nos cruzarmos com uma pessoa tão alegre e transparente. Guardaremos em cada pedacinho nosso, um pedaço grande daquilo que foste, porque somos todos feitos de pedacinhos, e os teus são todos, mesmo todos, muito intensos. Valeu, é que valeu mesmo a pena! Descansa em Paz, Querido Amigo.
Patrícia Costa
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário