quarta-feira, 5 de maio de 2010

Maria Mira: "Perdeu-se a identidade do Toureio Clássico..."


Estivemos à conversa com a cavaleira amadora Maria Mira na sua Herdade, onde aproveitou para nos mostrar a sua quadra e responder a algumas perguntas...

A entrar na sua terceira época como amadora, estivemos à conversa com a cavaleira Maria Mira e fomos saber um pouco mais da sua personalidade e das suas bases de toureio. Conhecemos uma jovem consciente do que pretende para o seu futuro, pois pretende trilhar o seu caminho a pouco e pouco, com passos firmes e rectos. Não foi difícil compreender que se rege pelo toureio de verdade, pelas boas maneiras e pela verdade na Festa.

A sua apresentação nas arenas já lá vão três anos, foi na Praça de Montemor a 17 de Março de 2007, e daí para cá tem deixado constância do seu valor por várias arenas, casos de Redondo, Aljustrel, Alcáçovas, S. Manços, entre outros. A prova de praticante apesar de desejada, ainda não está no horizonte, pretendendo desde já consolidar-se como cavaleira de bons modos e com uma quadra de cavalos com garantias.

Para esta temporada, tem agendados alguns contratos, casos de Alcáçovas, Alcochete, Montemor-o-Novo, nesta última onde participará pelo terceiro ano na prestigiante Espora de Prata.

Maria, antes de mais como cavaleira que ainda está a começar, gostaríamos de saber quais as suas referências no toureio a cavalo? E Porquê?
R: As minhas referências são o António Ribeiro Telles e o Pablo Hermozo de Mendoza. Primeiro de tudo, pela maneira de montar a cavalo, porque na minha opinião antes de ser toureiro tem que se ser cavaleiro; e depois pelo toureio que executam, que é o toureio com aquele que me identifico.

Acredita que o toureio na actualidade está mais virado para o espectáculo ou para a verdade?
R: Hoje em dia, infelizmente, está mais virado para o espectáculo. O público de hoje em dia é diferente, já existe menos aficionados e esses estão mais virados para ver o espectáculo do que propriamente para ver o toureio em si. Por isso, perdeu-se um pouco a identidade do toureio clássico.

E quem foi o grande responsável pela mudança de conceitos? Os toureiros ou os aficionados?
R: Penso que foi o público. Os aficionados mudaram a sua maneira de pensar, não só no toureio como em tudo na vida. As coisas mudam e o toureio, infelizmente, também mudou.

Acha que os cavalos de hoje em dia estão melhor “postos” a tourear do que os de anteriormente?
R: Actualmente, os cavalos toureiam melhor, sem dúvida; estão mais bem arranjados e existe uma preocupação maior, pois para o dito toureio de espectáculo exige-se uma melhor preparação para depois fazerem aqueles números na praça.

Que cavalos gostaria de reforçar a sua quadra?
R: De saída, o “Dali”, e de bandarilhas, o “Chenel”; ambos do Pablo. Outro cavalo que gostaria de ter é o “Ulisses”, de Luís Rouxinol, um cavalo muito artista e muito bem constituído.

E quanto à prova de praticante?
R: Com calma, não sei se será este ano, mas possivelmente para o ano. Acho que tirar a prova de praticante por tirar não faz sentido e só quero dar esse passo quando estiver realmente preparada e tiver uma quadra à altura da responsabilidade.

Apesar de ainda ser muito prematuro falar-se disso, que praça e que cartel gostaria que fosse o da sua alternativa?
R: Sem dúvida o Campo Pequeno. É uma praça muito bonita e a capital do toureio a cavalo e o cartel gostaria que fosse formado pelo António Telles e o Pablo Hermozo de Mendoza.

E em termos de toiros, actualmente as ganadarias estão mais viradas para a linha Murube, que é um encaste mais virado para a mobilidade e para este toureio de espectáculo, acredita que veio a prejudicar o toureio de verdade?
R: Sem dúvida. Hoje em dia os toureiros procuram mais esse toiro “sossegado”, que não dá tanto trabalho, mas que retira emoção à lide. É um toiro parado, sonso e por vezes o espectáculo fica um pouco “morto” pelo comportamento desses toiros.

Inevitavelmente terei que perguntar qual a ganadaria de eleição?
R: A portuguesa de Veiga Teixeira.

E quanto à equipa, que novidades é que há?
R: Tenho como apoderado, o aficionado bejense José Pacheco, e como bandarilheiro o João Pedro (Açoreano).

Quadra de Cavalos para 2010:

  • Ultimato - Ferro Rosado Mira - Novo
  • - Ferro Rosado Mira - Novo
  • Gallito - Ferro Cunhal Patrício - Bandarilhas
  • Rojão - Sem Ferro - Curtos
  • Neptuno II - Ferro Vaz Freire - Curtos
  • Verágua - Ferro Conde Cabral - Saída

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