segunda-feira, 17 de maio de 2010
Palha na Bravura e Victorino Martín na Apresentação foram os vencedores do 51º Concurso de Ganadarias
- Praça de Toiros: Évora
- Data: 16/05/2010 pelas 17.00 horas
- Organização: Terra Brava
- Ganadaria: Concurso de ganadarias com exemplares das ganadarias de Miura, Palha, Victorino Martín, Murteira Grave Passanha e Dolores Aguirre
- Cavaleiros: António Ribeiro Telles, João Salgueiro e Victor Ribeiro
- Grupos de Forcados Amadores: de Montemor e Évora, sendo cabos os Exmos. Srs. José Maria Cortes e Bernardo Patinhas respectivamente.
- Assistência: 3/4 casa
- Delegados da IGAC: Delegado técnico tauromáquico Sr. Nuno Nery assessorado pelo Médico Veterinário Dr. Matias.
Num concurso de Ganadarias, existe sempre a expectativa de que os exemplares que os ganadeiros seleccionam para a corrida, possam trazer emoção às lides dos cavaleiros e às pegas dos forcados. E foi isso que aconteceu nesta tarde em Évora. Se em termos de apresentação terá havido algum cuidado com a selecção dos touros, a bravura foi desigual nos diferentes exemplares em praça. Mais bravo sem duvida o Palha, logo seguido pelos outros exemplares de Ganadarias portuguesas de Murteira Grave e Passanha. Não querendo levantar polémicas, até que ponto a selecção do touro em Espanha permitirá a obtenção de êxitos numa corrida à Portuguesa. Mas isto será seguramente assunto para as tertúlias.
A corrida iniciou-se com a actuação do cavaleiro António Ribeiro Telles (alternativa em Lisboa a 21/07/1983). Recebeu de pronto com um comprido à saída dos curros, o exemplar de Miura com 560 kg (Divisa Verde e Grená e antiguidade de 30/04/1849). Perante um oponente que foi de menos a mais, cumpriu a ferragem curta de forma regular. Foi nos curtos que o Cavaleiro de Coruche obteve os seus melhores apontamentos, mais precisamente o 3º e 4º curto. Volta. No seu segundo touro, da Ganadaria de Murteira Grave com 550 kg (Divisa Azul e Amarela e antiguidade de 21/06/1964), voltou a apresentar uma lide bem estruturada a mostrar bons apontamentos, nomeadamente nos curtos que foi cravando ao estribo e a bom ritmo. O touro cumpriu permitindo que o Cavaleiro obtivesse mais uma boa actuação. Volta.
O segundo cavaleiro em praça foi João Salgueiro (alternativa em Almeirim a 29/05/1988). Perante o touro mais bravo da corrida, exemplar da Ganadaria de Palha com 560 kg (Divisa Azul e Branca e antiguidade de 04/11/1883), rapidamente cravou os 2 ferros compridos. Foi na ferragem curta que no entanto esteve mais acertado. Esteve muito bem a preparar, cravar e a rematar os ferros curtos (excepção ao 3º dos 4 curtos que cravou em que leva um toque na montada). Sai com o público a pedir mais um ferro. Volta. Excelente lide lhe proporcionou igualmente o exemplar de Passanha, o touro mais pesado da corrida com 680 kg (Divisa Azul e Vermelha e antiguidade de 03/09/1972). Mais uma vez cravou de forma regular os dois compridos à tira. Não inicia a ferragem curta da melhor forma, sofrendo um toque quando rematava o primeiro curto, mas foi em particular no 3º, 4º e um extraordinário 5º curto que conseguiu chegar ao público. Volta.
O último cavaleiro em praça foi Vitor Ribeiro (alternativa na Moita do Ribatejo a 28/05/2000). Muito azar no lote de touros que teve pela frente. Iniciou a lide perante um Victorino Martín com 532 kg (Divisa Azul e Encarnada e antiguidade de 29/05/1919). O touro sempre muito reservado dificultou muito a lide do cavaleiro, que no entanto demonstrou porque razão é considerado uma das boas figuras da presente temporada e lá foi arrancando aquilo que conseguia do seu opositor. Após muito esforço, foi na ferragem curta que conseguiu colocar os seus melhores ferros, mais em concreto o 2º e 4º curto. Volta. Má sorte teve novamente quando pela frente teve o touro de Dolores Aguirre com 634 kg (Divisa Amarelo e Azul e antiguidade de 20/05/1974). Um touro com alguns comportamentos de mansidão, saindo solto após a cravagem dos ferros, buscando as tábuas, não permitu que o cavaleiro de Almada alcançasse um êxito pese embora o seu elevado profissionalismo, que o levou a tentar de todas as formas preparar a ferragem que de uma forma regular foi cravando. O último curto, no qual o touro se empregou e se empregou de forma violenta, terá sido o melhor apontamento da lide. Volta.
Pelo Grupo de Forcados Amadores de Montemor (1ª, 4ª, 4ª), abriu praça o forcado João Tavares. Após brindar ao público, citou o touro de largo, que de pronto arranca para o forcado que entretanto encurtara distâncias, reunindo com perfeição e embora o touro tenha fugido ligeiramente ao grupo na viagem, conseguiu concretizar com êxito a pega. Volta. Para o 2º touro foi escolhido para cara o forcado João Romão Tavares. Na primeira tentativa o touro faz-lhe um estranho no momento da reunião impossibilitando que o forcado se fechasse. Problemas que se repetiram na 2ª e 3ª tentativa. À 4ª e com as ajudas carregadas concretiza finalmente a pega. A fechar a actuação foi o cabo José Maria Cortes para a pega que brinda ao antigo forcado do grupo João Manuel Sousa. Carrega o touro quando este já vinha na viagem, o que terá dificultado a decisão do momento da reunião, pelo que sofre uma forte pancada na cabeça, que o obrigou a recolher à enfermaria. Vai então para a cara João Braga que perante um touro que também não humilhava, teve alguma dificuldade para concretizar a pega, pega essa que foi consumada à 4ª tentativa com as ajudas carregadas.
Pelo Grupo de Forcados Amadores de Évora que se apresentava pela primeira vez nesta época na sua praça (2ª, 2ª, 1ª), abriu praça o cabo do Grupo, Bernardo Patinhas. Depois de brindar ao público,na primeira tentativa o touro acorre de pronto ao seu cite, e quando se pensaria que a pega seria concretizada, já nas tábuas o touro despeja o forcado. Na 2ª tentativa, recebe bem o touro, e com uma boa primeira ajuda, faz a viagem para o interior do grupo que fecha a pega com segurança. Volta. O 4º touro da tarde foi pegado por Ricardo Casas Novas. Foi citando à medida que encurta as distâncias para o touro, que lhe sai com velocidade. Após uma boa reunião, sai no final da viagem junto à trincheira. Na 2ª tentativa, com mais calma, recebeu melhor o touro, que viajou para o interior dos ajudas que não tiveram dificuldade em concretizar a pega. Volta. Estava guardado para a última pega da tarde, aquele que terá seguramente sido o momento que mais emoção transmitiu a todos os aficionados. Perante o touro de Dolores Aguirre, o forcado de Évora António Alfacinha, concretizou uma das melhores e mais rijas pegas que nos últimos anos presenciámos em Évora. Diante de um touro com uma reunião dura, o forcado fechou-se com valentia, aguentando os derrotes, enquanto os ajudas iam sendo despejados, pelo que chegou às tábuas, e só aí, os ajudas conseguiram recuperar e concretizar esta pega. Mereceu as duas voltas que deu.
No final o público aplaudiu a decisão da entrega do prémio de Bravura à Ganadaria Palha, tendo assobiado a decisão de atribuir o prémio de Apresentação ao touro de Victorino Martín.
Mais e Menos
+ A pega de António Alfacinha do GFA de Évora
+ A bravura do touro Palha bem secundado pelo Murteira Grave e Passanha
- Os vendedores a venderem durante as lides
- O facto de o João Salgueiro não ter seguido o exemplo dos outros 2 cavaleiros na utilização das bandarilhas à espanhola (os forcados já estão sujeitos a tantos perigos que torna-se imperativo que a utilização das bandarilhas à espanhola se torne um hábito sem excepções)
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