Triunfos de Ana Batista e do matador Vitor Mendes no Festival Taurino realizado este Domingo no Sobral de Monte Agraço...
Os ventos do êxito sopraram desta feita para a cavaleira Ana Batista e o matador de toiros Vítor Mendes, autores dos momentos da tarde no que a toureio concerne, enquanto Nuno Comprido, dos Amadores de Vila Franca, se cotou com a melhor pega da quente tarde sobralense onde a praça esteve praticamente cheia e assistiu a um bom espectáculo em termos gerais, abrilhantado de forma superior pela Banda Filarmónica da
Ana Batista assinou uma lide de classe e valor, entendendo muito bem o bom novilho de Lampreia que teve por diante. Depois de dois compridos à tira, e com brega de bom recorte para deixar o oponente em sorte, avançou para uma série de três curtos em que os quarteios foram muito bem marcados, rematando as sortes como mandam os cânones e adornando-se no final ao cravar um de palmo entre os aplausos do público.
Mal-visto era o que tocou a Vítor Mendes mas onde há toureiros a sério por vezes conseguem-se boas lides. Mendes encontrou as distâncias na muleta, submeteu o novilho como muito bem quis e construiu uma interessante e variada faena sempre plaudida pelo público. Dos derechazos de bom nível aos molinetes e afarolados, dos remates por baixo ou dos passes de paeito, a faena foi sendo inventada e Mendes saíu em plano de triunfo.
António Telles podia ter conseguido também um êxito forte em Sobral pois a lide ía nesse sentido. Após cobrar três compridos à tira e dois curtos de boa execução em sortes com quarteios bem desenhados e aguentando as recargas do excelente novilho de Lampreia, eis que o mesmo sofre uma lesão na pezunha direita que impediu o resto da lide. Foi pena pois havia toiro e toureiro e a lide estava em crescendo.
Luis Rouxinol lidou um novilho que se desembolara por 2 vezes e obrigara a alterar a ordem de lide. O novilho mostrou-se tardo, reservado, e Rouxinol teve de se aplicar para lhe sacar partido numa lide em que valeu a entrega do toureiro de Pegões, reconhecida pelo público, acabando por deixar três compridos e quatro curtos e o habitual par a duas mãos.
O matador José Luis Gonçalves desenhou os melhores lances de capote, por verónicas rematadas de meia «mirando el tendido». Com a muleta foi como o exemplar de Falé Filipe, de mais a menos, pois aos mais intensos momentos iniciais com bons muletazos por ambos os pitóns e os habituais remates pintureros tão ao gosto do toureiro e do público, a faena decaiu de intensidade e valeram alguns muletazos soltos. Deixou bom sabor de boca, como se diz na gíria.
Gonçalo Montoya teve uma faena de muleta de bom nivel no geral, com bons e variados muletazos no seu desenrolar, procurando encontrar as melhores distâncias e sacanndo bons momentos. O novilho de Falé veio a menos e a faena também. No entanto, realce-se a qualidade de duas tandas pela direita e outra ao natural que foram bastante aplaudidas.
Para pegarem os exemplares de Lampreia saíram à arena os Amadores de Vila Franca e apenas puderam pegar dois exemplares já que o primeiro se lesionou e foi devolvido. Assim, Paulo Conceição concretizou uma boa cara à segunda tentativa e Nuno Comprido esteve muito bem ao pisar os terrenos do novilho para lhe provocar a investida, recuando e fechando-se com valor, na pega da tarde.
Com as bandarilhas, destaque para David Antunes e Cláudio Miguel, ambos com dois excelentes pares de bandarilhas.
Direcção acertada de César Marinho assessorado pelo veterinário Salter Cid, tendo sido guardo um minuto de silêncio (nas cortesias) em memória do forcado Ricardo Mota e do antigo bandarilheiro Alberto Reimão.
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