segunda-feira, 3 de maio de 2010
Beja: Tarde fraca em praça cheia
- Praça: Varela Crujo, em Beja
- Data: 1 de Maio 2010
- Empresa: Aplaudir
- Cavaleiros: António Ribeiro Telles e Diego Ventura
- Grupo de Forcados Amadores: Cascais e Beja
- Assistência: praça cheia
- Delegado do IGAC: Sr. Delegado Técnico Nuno Nery assessorado pelo Médico Veterinário Dr. Matias
- Banda: Capricho Bejense
A tarde de toiros em Beja trazia expectativa, pelo cartel e pelo duelo, que como referia os cartazes, “quem ganhará Portugal ou Espanha?”
A vitória não apareceu, nem para António Telles nem para Diego Ventura, apesar deste ultimo ter tido 2 toiros ligeiramente melhores que o toureiro de Coruche.
Os toiros foram todos maus. Mal apresentados sem peso, talvez com idade, mas nem isso se soube, pois não houve informação apresentada em praça.
O primeiro da tarde para António Telles, que espera á porta dos curros, vê sair o toiro e a parar-se no meio da praça. Distraído, deu duas ou três investidas, mas sem qualquer interesse no cavaleiro.
Os 3 compridos foram colocados com o toiro completamente parado. Não havia nada fazer. O toiro estava “impraticável”.
Do Grupo de Cascais, para a cara foi Joel Zambujeira, que sem dificuldade resolve á primeira.
O pior estava para vir, com cerca de 20 minutos para tirar o toiro da praça. Não encabrestava, a corda, ao que parece era curta e não resolvia, o bom esforço dos campinos e piões de brega não chegou e de fora da praça não havia entendimento. Ora sai para os curros, ora tenta-se pelo pátio dos artistas. Enfim, bom momento para os comerciantes de queijadas e bebidas.
Sem dar volta á praça António e Joel agradeceram ao centro e num gesto simpático entrega o tricórnio ao campino pelo esforço mostrado a tirar o teimoso da praça.
O segundo da tarde, era melhor mas não bom, vinha mais solto e com pata mas igualmente mal apresentado. Distraiu-se logo após o segundo comprido e não mais galopou deixando que Diego pudesse ladear com a sua bonita montada com o toiro a trotar, com a córnea junto ao estribo do cavalo Espanhol.
Boa nota ao cavaleiro, que após 2 ferros compridos, 3 curtos e 1 de palmo, deparou-se com o publico a pedir mais e mais. Ventura sai com elegância.
Do Grupo de Beja Ricardo Cantilho leva uma excelente primeira ajuda, num toiro que não complicou.
O terceiro era malhado, e apesar de não cooperar, António Telles deixa um curto acertado bem dentro dos terrenos do toiro. Mas este parecia irmão do primeiro. Parou-se no meio da praça acusava cada ferro torcendo a cabeça mas sem vingança. Ainda assim António, sem nunca desistir, colocou 5 ferros curtos tendo que puxar pela imaginação, pois este malhado não se mexia e quando o fazia era “mansarrão”.
Começou-se então a perceber que os toiros não serviam para esta tarde que tantos ansiavam. Que pena. Caso para dizer saíram os toiros pela culatra.
Para a pega, Zé Maria Rocha do Grupo de Cascais vê o toiro a passar-lhe ao lado que vinha solto e sem sentido. Pega á segunda sem complicações e com a grupo a fechar bem.
Diego Ventura fica com o toiro menos mau da tarde. Deixa um bom ferro comprido e cumpre 3 curtos. No final coloca um par de ferros de palmo. De referir que em 2 toiros Diego trouxera 5 bonitos cavalos. Acabaria a tarde com 8 cavalos apresentados.
Coube a José Miguel Falcão, do Grupo de Beja, pegar este 4º toiro que, com uma boa pega á córnea resolve com o grupo coeso.
O cavaleiro da Torrinha lida o 5º da tarde, mais uma vez sem sorte nenhuma. O toiro não corria, fechava-se em tábuas e deitava-se para descansar junto do sector 6 que estava á sobrinha. Por 3 vezes deu-se o sucedido. O bicho estava cansadinho.
Bruno Cantinho, do Grupo de Cascais, pega á primeira bem fechado e bem de frente, com o toiro a desistir mal sente o primeiro ajuda.
O último da tarde contou com Ventura a dar o máximo que tinha, á boa maneira Espanhola. Piruetas á saída do ferro, e sempre a rodar á volta daquele manso que foi, do principio ao fim. Fechou-se em tábuas e teimava em sair. Quando trás o seu 3º cavalo, o conhecido Morante, tudo se complicou. Diego queria á força exibir o seu acto de variedades. A famosa “mordidela” de Morante nesse toiro fechadinho em tábuas. Tentou, rodou, pediu mais um ferro, demorou, e nada. Nem por nada o cavalo conseguiu tomar o gosto ao dente!
Diego irritado por não brilhar com as dentadinhas que o povo gosta, aquando da saída depara com o publico em pé a pedir mais um ferro. Diego pede, e o delegado da IGAC firme e convicto recusa. Gera-se um complô do toureiro e do publico contra o delegado, que fez aquilo que tinha que fazer e que lhe competia. Entre povo exaltado e Diego irritado, este, dá meia volta da porta de saída, e põe-se a dar tentativas de cambiadas ao toiro que pouco mostrava interesse, com pouca reacção e até parecia estar do lado do delegado.
Em suma desta lide, nota negativa para Diego que parece querer tourear para apenas fechar com chave douro, sem respeitar o delegado, ele que tinha saída com tanta elegância no seu primeiro da tarde.
Fechou a corrida o forcado Hugo Santana, pelo Grupo de Beja, com uma pega ao primeiro intento.
O Mais e o Menos
+ a boa apresentação da praça pintadinha de fresco
+ a qualidade da banda Bejense
- a falta de qualidade, apresentação e prestação dos toiros
- a demora da recolha do 1º da tarde
- a lamentável cena no final com Diego a insistir por mais um ferro e a regressar á praça
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Viva,
ResponderEliminarEu assisti a este espetaculo e concordo com quase tudo, excepto a parte final. Não sou grande entendido na materia, mas lamento a decisao do Delegado do IGAC. O povo quer espetaculo, festa e o Sr. Delegado não ajudo á mesma. Concordo com a decisao do Diego em dar tudo para dar alegria a praça. Pode parecer "festivaleiro" mas eu paguei para ver a sua "arte" e do Telles e os touros nao valeram nada. Agradeço o esforço de ambos para dar espetaculo/alegria á TOURADA.
Obg,
RJC
PS: Os boizitos eram mesmo de onde?