sábado, 16 de abril de 2011

Lisboa Esgota para triunfo do Forcado!!

Está iniciada a temporada 2011 no Campo Pequeno. Era grande a expectativa para ver Ventura com os Graves.


Saímos a valorizar a noite dos homens das jaquetas de ramagens! Mais uma vez, numa festa de cachet’s foram os Forcados a triunfar. Postura de escola para outros grupos e aficionados, a de ambos os Grupos toda a noite. Um cabo abriu (à primeira, embora de forma pouco ortodoxa, por ter reunido demasiado tarde com o toiro já a perder-se), Pedro Gomes por Lisboa e outro fechou com maestria que faz dele um exemplo de perfeição técnica, Vasco Pinto dos Amadores de Alcochete. Os brindes entre grupos foram recíprocos, com o de Alcochete a Lisboa a ser invulgarmente longo, sinal de que era mesmo especial (como deve ser qualquer brinde). Depois mais quatro pegas, Ruben Figueiredo “Barroca” pouco ortodoxo na reunião, não consentiu a entrada do toiro, mas com uma alma enorme e ajuda do Grupo lá consumou. Mais três pegas de técnica perfeita, com os Forcados a tornarem fácil o que de facto não parecia muito complicado, mas Graves são sempre impetuosos e empregam-se nas pegas, endurecendo se tiverem mais poder e não forem ajudados. Cabe aos Forcados facilitarem a tarefa, assim o fizeram os ajudas de ambas formações a coadjuvar Gonçalo Gomes e Francisco Mira por Lisboa e Fernando Quintela (mais um produto da “cantera” de V. Pinto )por Alcochete, na mais vibrante das seis pegas à primeira.

Os Graves desiludiram quanto a mobilidade e transmissão, a forma como saíram à praça, como na generalidade andaram nos capotes e como investiram para os forcados, mostraram nobreza e casta. Mas caíram e muito. Acreditamos que um “mix” de factores alheios ao genótipo, terá influenciado tal triste espectáculo. Ou seja, o areal em que se apresentou a arena, aliado ao muito peso dos toiros terá sido o principal factor, a qualidade da erva alimentícia nesta altura (se for pastagem natural) não é a melhor para o esforço que se exigia, ainda por cima, se eles quisessem colaborar como se percebeu que queriam, ao ir atrás da excessiva brega (atroz mesmo a eternidade da mesma, no inicio dos curtos do segundo de Ventura com ladeios, passagens e mais passagens e o toiro a cair duas vezes) e dos quiebros em cima, naquele terreno. Mas quase todos, desde os 530 aos 620 é estranho, para o ferro em causa? Talvez fosse interessante perceber em exame post-mortem o que se terá passado… não sei! Digo eu?

Rui Fernandes mostrou sobriedade, mais pausado do que o costume, procurou ir de frente, com ligeira batida ao piton contrário e montado no Vivaldi assinou os seus melhores momentos no primeiro da noite. Faltou cravar mais perto e menos pescado, faltava toiro. Não recorreu a martingalas fáceis para chegar ao público. Merece o nosso apreço por isso e foi dos três o melhor da noite.

O luso-descendente Ventura, acusou ir a Lisboa com Graves, em ambos andou titubeante com os compridos, a tentar entender o que tinha por diante. No seu segundo de que falámos atrás, foi por demais evidente, de tal forma que acabou depressa com o pouco fôlego que este tinha, temperou, temperou, temperou até que estragou...acabou com o toiro, não deu para mais nada e acabou a porfiar ingloriamente, com uma sementeira de curtos na arena…Não devia ter dado volta. No seu primeiro, chegámos a pensar que após dois belíssimos curtos, tinha ganho maior consciência do que deve ser pisar a arena de Lisboa e tourear a cavalo, aliado à sua indiscutível qualidade de doma de montadas, apareceu mais sóbrio e até com algum laivo de classicismo, mas foi buscar o Sueste e o numero ridículo das mordidelas….só que desta vez ouve “pitos, pitos, muitos pitos”, repetiu a proeza, mais duas vezes e…”pitos, pitos, muitos pitos”…também alguns aplausos, dos seus partidários…mas parar-se diante de um inválido, meus senhores não é o mesmo que diante de um toiro a pedir contas, como esperava muita aficion desta noite…

Marcos Bastinhas foi para nós uma decepção pelo facto de em ambos os toiros ter recorrido á facilidade dos violinos, palmitos e pares de bandarilhas, quando estava em fases de crescendo de ambas as actuações. Em especial na segunda ante o de maior mobilidade do encierro. Deixou a sensação de querer imitar seu Pai em muitos pormenores. Marcos não é assim…já lhe vimos actuações muito suas, independentes e com valor e verdade, é esse o caminho e não o do facilitismo do toureio mais popular, que acaba por não ser o de seu Pai (que é só dele) nem uma identidade própria de alguém que tem capacidade para fazer mais e muito melhor, do que se viu nesta noite de Lisboa.

Dirigiu o Sr. Antonio dos Santos, com embolação a cargo da “dupla” Simões e Alcachão.

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