A polémica surgiu no início desta temporada, quando um homem se precipitou à arena interrompendo uma corrida de toiros, por ter desconfiado da inocuidade do ferro que ia ser cravado pelo cavaleiro. Estalou uma acesa briga e desde então, aficionados e anti-taurinos têm medido forças.
No Estado da Califórnia são anualmente realizadas entre Maio e Outubro cerca de 20 corridas de toiros à portuguesa nas 8 praças de toiros que ali existem, e nas quais não é derramado sangue. Com efeito, em meados de 1957 foi proibida na Califórnia a morte dos toiros na arena, tal como a utilização de farpas ou quaisquer instrumentos que firam as reses lidadas.
Nesse ano, entraram em vigor vários diplomas legais no âmbito da protecção do bem-estar animal, a que o legislador atendeu excepcionar as corridas de toiros à portuguesa - realizadas por ocasião de festas religiosas.
A persistência do aficionados de Gustine, local onde se ergueu o primeiro taurodromo californiano, logrou a autorização (emergente da consagração de um direito constitucional à liberdade religiosa) para a concretização daqueles espectáculos e consequentemente, as corridas são realizadas com toiros embolados e com uma almofada de velcro presa no morrilho, que permite ao cavaleiro deixar as bandarilhas sem haver ferimentos.
No início desta temporada aconteceu na praça de Thornton um episódio que voltou a despoletar a polémica sobre a legalidade das corridas de toiros que ali se realizam.
Andrew Stewart, elemento da comissão de protecção de animais "Animal Cruelty Investigatores", suspeitou que estavam a ser utilizadas bandarilhas com arpão numa corrida daquela cidade e dirigiu-se à arena a fim de impedir que o ferro fosse colocado. Dali se desencadeou uma acesa briga que acabou por resultar num ferido e duas detenções.
Desde essa altura (passado mês de Maio) tem então sido posta em causa a manutenção das corridas de toiros.
Por um lado, os elementos da organização da corrida e os próprios artistas negam que as regras sejam desrespeitadas e que, estava de facto colocado no toiro o devido velcro, pelo que pugnam agora pela responsabilização daquele investigador que interrompeu o espectáculo, legal e devidamente autorizado.
Por outro lado, a supra citada organização activista alega haver recebido várias denúncias, em particular nos espectáculos em que actuam portugueses, espanhóis e mexicanos, nos quais se diz existir derramamento de sangue e suposta morte dos toiros na arena.
Facto é que, desde 1976, todas as corridas de toiros são investigadas sem que tenham sido reunidas provas de quaisquer ilegalidades e outrossim, que nenhum advogado ou procurador quis, até aos dias de hoje, levar por diante acção judicial neste sentido.
Mais uma vez, a força da aficion presente e constante na Califórnia se une e luta pela defesa dos interesses da sua tauromaquia enquanto manifestação cultural e religiosa, contestando acto por acto os argumentos as comissões de protecção dos animais.
Resta-nos pois acompanhar e apoiar esta luta que se avizinha difícil e prolongada.
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