quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Entrevista a João Saramago, Cabo do GFA de Alter do Chão
Em conversa com a Tauromania, João José Saramago, Cabo do Grupo de Forcados de Alter do Chão, fez uma analise sobre o X ano do Grupo alentejano.
Tauromania (T) - Qual o balanço geral que faz da época passada do Grupo de Alter, em que comemoraram o X aniversário?
João José Saramago (JJS) - No ano em que comemorámos o nosso X aniversário, o balanço foi positivo embora desejássemos ter mais actuações, na época passada o grupo participou em 14 corridas, sendo algumas delas de grande importância no panorama taurino nacional, estreámo-nos em 2 praças importantes e foi também uma época em que deu para iniciar alguns elementos mais novos que querem honrar a jaqueta do grupo.
T - Quais foram os momento que destacaria?
JJS - Foi importante para o grupo pela primeira vez em 10 anos ter participado em duas corridas televisionadas, (I corrida TV Alentejo e a corrida do Emigrante). Destacaria também a nossa estreia na bonita praça do sítio da Nazaré e ainda a nossa corrida de comemoração do X aniversário em que pegámos 6 toiros Marquês da Graciosa e que foi um sucesso a todos os níveis, conseguindo desta forma assinalar o momento de forma memorável.
T - Em termos estatísticos quais os dados que nos possa dar?
- 14 Corridas de Toiros
- 39 Toiros pegados
Dos quais:
23 Pegados à 1ª tentativa
9 Pegados à 2ª.
Foram utilizados 17 forcados de caras diferentes, mas os que pegaram mais foram:
Diogo Bilé – 6 Toiros
Elias Santos – 6 Toiros
Nuno Basso – 5 Toiros
Bruno Palmeiro – 4 Toiros
T - Como analisa o momento geral da tauromaquia?
JJS - A tauromaquia atravessa um bom momento que se espelha no público que assiste às corridas e nos jovens promissores que se anunciam a todos os níveis conseguindo desta forma manter bem viva uma tradição e uma cultura que é tão característica do nosso povo, apesar da controvérsia e dos movimentos anti-taurinos que se têm verificado, mas que não conseguem ter expressão relevante.
T - Existem actualmente mais de 40 Grupos de Forcados. O que acha desta realidade, é positivo ou negativo?
JJS - Existirem mais de 40 grupos de forcados, é de certa forma o espelho do impacto que a tauromaquia tem em muitos jovens da nossa sociedade. Hoje em dia, ser forcado está na moda e como moda que é, também passa com o tempo, o que não quer dizer que o número de grupos venha a diminuir, mas sim que muitos dos “Forcados” de hoje não tenham o sentimento necessário para envergar uma jaqueta, verificando-se, por vezes tal facto dentro das praças, quer ao nível da postura, quer ao nível dos princípios e bem como da vontade muitas vezes demonstrada para superar certas dificuldades que um toiro possa apresentar.
T - Como vê o papel da ANGF na Defesa dos Forcados e da Festa? O Grupo de Alter tem tido um papel activo na associação?
JJS - A ANGF pelos princípios que tem e pelas ideias que se rege é sem dúvida um elemento preponderante na defesa da figura do Forcado Amador e na afirmação da dignidade do mesmo. É certo, que ainda há algumas situações que deveriam estar resolvidas, nomeadamente ao nível da segurança, por exemplo através das conhecidas bandarilhas de segurança, mas também se sabe que essa decisão não depende somente dos forcados. É também importante que os grupos respeitem os princípios a que se propuseram na entrada para a associação, para desta forma também garantirem o cumprimento das cláusulas por esta impostas. O grupo de Alter manifesta-se quando assim lhe é solicitado ou quando acha pertinente fazê-lo.
T – Sobre a questão das bandarilhas de segurança, qual a sua opinião sobre os 3 protótipos apresentados em Évora?
JJS - Na minha opinião qualquer um dos protótipos é mais seguro do que o sistema que existe actualmente, contudo (e apesar de não ter estado com nenhum dos ferros apresentados na mão) pela significativa redução de material que fica no touro e pelo seu sistema de quebra automático penso que o protótipo apresentado pelo Sr. Carlos Estorninho será à partida o mais seguro.
T - A internet é hoje uma realidade na vida das pessoas. Mas na Festa ainda parece um pouco afastada. Como vê o papel da Net no futuro da Festa? E como é que o Grupo de Alter a utiliza actualmente?
JJS - A internet tem cada vez mais um papel importante na divulgação e promoção da festa brava e pode-se comprovar isso com as visitas que o vosso site tem, pois imagino que devem ter duplicado ou triplicado nestes últimos anos. É de facto um meio cada vez mais procurado e utilizado no dia-a-dia das pessoas e a tauromaquia não foge a essa regra, embora ainda lhe falte crescer muito neste campo. O Grupo de Forcados Amadores de Alter do Chão tem um Site (www.forcadosdealter.com) através do qual passamos algumas informações sobre os diversos eventos que o Grupo promove e também onde noticiamos as nossas corridas e treinos permitindo assim que todos os aficionados e amigos do grupo possam estar actualizados com as actividades do grupo.
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