Alcochete é uma terra de profundas tradições taurinas, habitada por ganaderos, campinos, cavaleiros e de moços de forcados de energia e sangue bem ribatejanos.
Sendo terra de forcados relembro um dito antigo do Dr. José Grilo Evangelista:
(…. O Alcochetano nasce entre o mar e a lezíria. Faz-se homem entre o sal e a charneca. Torra-se ao sol do “Salgado” do seu Tejo e morre, se for preciso embarbelado entre os cornos de um toiro…). Alcaxete salienta uma família que dá a esta arte de pegar toiros, gerações de forcados, que esta castiça terra ribeirinha conhece, é ela, a família – PINTO.
Esta família, como tantas outras famílias Alcochetanas, faz da festa brava seu historial uma presença nas tradições portuguesas. Os Carraças, os Valentins, o Garrett, os Penetras, os Bolotas, entre outros, foram e são o entusiasmo dos alcochetanos pelos toiros, que são célebres pela sua temeridade nos anais da tauromaquia Portuguesa.
O estudo feito por Alcaxete éa família que mais forcados deram à festa brava a nível nacional desta forma citamos seus nomes: Francisco Pinto (Pontascas), Manuel Pinto, Aníbal Pinto, José Pinto, António José Pinto, Jorge Pinto, Luís Manuel Coelho Pinto, Luís Pinto, Francisco Manuel Pinto Salvação, Vasco Pinto (actual cabo dos Forcados Amadores de Alcochete), João M. Pinto Salvação (actual cabo do Aposento Barrete Verde), Gonçalo Pinto, André Pinto Tavares, Gustavo Pinto.
Alguns destes nome s fundaram os dois grupos de forcados em Alcochete, sendo no Grupo de Forcados Amadores de Alcochete onde está o maior número desta família e onde as gerações
estão representadas. Falo-vos de pais, filhos e netos, Manuel Pinto é essa referência pois foi fundador, teve seu filho Luís Manuel Coelho Pinto ( Nini) já falecido que com 14 anos já tinha 8 toiros pegados, começou em 17 de Agosto de 1982, um forcado completo corria todos os lugares e sempre com classe. Uma referência que contagiava o grupo com alegria , brincalhão, elegante e que para os mais novos era um exemplo a seguir. Nini aplicava nos treinos toda a sua mestria, era um dom natural e quando a corrida era dura dava sempre um passo á frente para a resolver, Gerações Alcochetanas... apanhou o cabo fundador João Mimo, que via nele tais atributos, não fosse ele um Pinto, que nas porradas que levou nunca teve uma lesão grave e era considerado um dos melhores na pega de cernelha. Hoje relembrado
como um dos Grandes Forcados Alcochetanos, todos nós choramos esta enorme perda na sua tenra idade.
Ficando agora o neto de Manuel Pinto de representar tal nobreza, o André Pinto Tavares que juntamente com os seus primos Vasco Pinto (cabo do grupo) e Gonçalo Pinto filhos de António José Pinto uma figura na forcadagem nacional e Alcochetana a manter tal tradição e gerações numa colectividade Alcochetana o Grupo d e Forcados Amadores de Alcochete.
Numa arte única com tradição, cultura, amorpróprio e amizade, a coragem de suplantar-se a si mesmo faz ter uma dignidade, respeito e admiração. Mas não será somente tudo isto, não sendo um pouco a razão que leva um homem a fardarse de moço de forcado, procurando a glória enfrentando por vezes a morte.
Esta família tem as suas sementes de gerações enraizadas nesta cultura e nesta colectividade, que num actoextremamente Português, já provocou ao povo Alcochetano momentos de emoção, de choro, de orgulho e alegria.
Bem Haja aos Forcados
Augusto Silva
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
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