Disse-me um dia Paulo Caetano numa tourada em Elvas (que para além de cavaleiro e ganadeiro é um aficionado de bom senso), que as novas tecnologias permitem hoje, no mundo dos touros, uma informação ao minuto através de sites e blogues e que isso é importante para o espectáculo.
Acrescentou ainda que, na sua óptica, os blogues pela sua estrutura são de melhor acesso e facilidade de consulta para o profissional e para o aficionado. Isto porque ao correr da página, estão postadas as notícias, crónicas ou o que demais o seu responsável tiver por conveniente, sem ter que andar a saltar de “página”.
Tenho para mim, sem ser saudosista, que o esperar pela edição de um jornal ou uma revista, o poder manusear as folhas e o cheiro a papel, muitas vezes ainda a sujar-nos as mãos de tinta, tinham um encanto especial. Mas enfim, os tempos são os que são e que nós tocam viver…
Vem isto a talho de foice por uma frase que me disse o Carlos Calado aquando da tourada na Terrugem, que eu não me apercebi do seu significado na altura e que era apenas e só: “amigo Fernando o que é que me diz desta”guerra” dos sites e blogues!”.Com alguma curiosidade procurei inteirar-me (o que não foi difícil) de tão interessante matéria.
O que me parece é que o espectáculo dos touros, que já tem tanta gente a denegri-lo, não será porventura necessária esta “ajuda” que aqueles que dizem andar neste meio por serem aficionados e defendê-lo, perpetrem estas questiúnculas que não levam a parte alguma.
Já fui jovem e também irreverente (bendita irreverência), no tempo em que os cronistas, não críticos porque isso levava-nos mais longe, eram poucos e se mantinham distantes do comum do aficionado. Recordo a Leopoldo Nunes, Nisa da Silva, Cabral Valente, entre poucos outros mais…
Os tempos mudam e mudam a uma velocidade vertiginosa. Primeiro os sites com as notícias encima do acontecimento, logo os blogues que proliferam (que venham mais… os que venham por bem) e há espaço para todos. Agora as notícias dos acontecimentos taurinos ao minuto através dos Ipads, Tablets, ou lá como raio se chamam estes novos aparelhos que nunca têm nomes em português, estão na liça dos acontecimentos.
O que importa não são os anos que cada um dos sites está ao serviço da Festa; o que importa não é o número de visitas que cada blogue ou site tem diariamente; o que importa, na verdade, são os conteúdos, que sejam isentos, bem escritos e, sobretudo, que quem os publica tenha o conhecimento suficiente para ao fazer uma auto-análise não se envergonhe do que publicou.
É que como disseram o João Queirós e o Miguel Alvarenga, numa entrevista (vídeo) no equestre.com, anda por aí muito atrevido sem cultura taurina (não é necessário forçosamente ter-se colocado à frente de um touro) e que não faz por adquiri-la, a opinar de touros, toureiros e touradas. Só isso…