A empresa Toptoiros levou a efeito a Feira de Maio na arena da Monumental Daniel do Nascimento, no fim de semana que passou. Um festival de beneficência no dia 23 e uma Corrida formal no Domingo 24, ambos “à Portuguesa”. Constituíram aquilo a que se pode chamar uma mini-feira. Somado o público de ambos espectáculos, encheria uma vez o tauródromo Moitense, com maior incidência para o Domingo com 2/3 de casa.
Os espectáculos registaram em comum um aspecto que nos merece registo e o maior apreço. A postura assumida de respeito pelo publico e pela importância da Praça, evidenciado pelos “profissionais de carreira” e jovens promessas, que pisaram a arena, tanto numa tarde como noutra. Andaram com seriedade, empenho e vontade de fazer com que as suas actuações e os espectáculos resultassem e consequentemente o público desse por bem empregue o seu tempo e dinheiro ( dentro da boa acessibilidade de preços que bilheteira evidenciou).
No aspecto ganadero a mini-feira registou um muito interessante curro de novilhos de António Silva (remendado por um exemplar de Sousa Cabral e outro da Casa Avó) no Festival, deu jogo na generalidade, emprestou emoção e permitiu o luzimento dos actuantes. Os pupilos da Barroca D’Alva, todos ferrados com o cinco e com pesos entre 460 e 515 Kg, evidenciaram falta de força e pouca transmissão, na tarde de Domingo.
No Sábado os destaques maiores vão para a forma de lidar e bregar com que os mais experientes se exibiram, em actuações de bom nível, com boa execução e sem o cair no facilitismo do espectáculo a cavalo, para chegar á bancada de forma fácil.
Tito Semedo confirmou a boa época que está a ter, numa lide séria, com domínio e conhecimento. Momentos altos os curtos cravados com ligeira batida ao píton contrário, de execução irrepreensível e com chama.
José Prates andou na mesma nota, com muito asseio e igual seriedade, desenvolveu brega de conhecimento e resultou bem o conjunto da exibição do de Vendas Novas (pena não actuar mais).
Pedro Salvador, parece renascido depois da paragem, embora não fosse uma actuação redonda, terminou em crescendo e por cima, depois de alguns momentos de desacerto, até que entendeu a distancia para colocação.
Positiva também a tarde de Nelson Limas. Sóbrio e calmo (como sempre o temos visto), preocupou-se em ir de frente e tem dois curtos de excelente nota a entrar novilho dentro, que assinaram uma actuação de valentia e mérito. Aguarda-se o “arreão” do toureiro cigano, que tem muito potencial.
Na juventude...”Ojo”, que podem estar aqui figuras!! Notas altas para João Maria Branco (apesar de algo de velocidade a mais nos compridos, nos curtos, mostrou temple, domínio das ocorrências e sentido de lide, com laivos de classicismo, em viagens frontais e colocação correcta) e para o pequeno António Prates (comunicativo, gracioso e com muita intuição toureira, desembaraço, e sentido de lide invulgar para a idade) armou um “taco” a fechar a tarde de Sábado. Ou nos enganamos muito ou podemos ter tido o privilégio de, assistir ao “despoletar” de duas figuras de futuro...
Actuou também, Lourival Bronze, com mais pena que glória, deixou a ferragem como pode. Divertiu algum publico, vai bem num espectáculo mais de cariz carnavalesco ou estudantil, julgamos que poderia ter sido aproveitada a oportunidade no cartel por outro actuante, com mais condições e margem de progressão. Ainda por cima, numa praça com a importância desta.
No Domingo e no que toca a Cavaleiros, houve muito profissionalismo dos três actuantes. Os toiros não transmitiram, deixaram-se lidar dentro da “soseria” evidenciada. Coube a António Telles, Rui Fernandes e Vítor Ribeiro, puxarem pela tarde, dentro do estilo que caracteriza cada um. Estiveram bem ante as tourinhas cómodas que enfrentaram, explanaram as lides com toques muito pessoais e triunfaram dentro das condições existentes.
António, está de novo um “torerazo”, viu-se a desfrutar nas lides que propinou, bem montado, cravou como mandam os livros, depois de bregar com cuidado e conhecimento dos terrenos e lides continuadas e ligadas, divertiu o público. Arrecadou dois êxitos com a “toreria” dos maestros.
Rui Fernandes acusou o “ataque” do maestro, foi com verdade, adornou-se na brega em ladeios frontais em cima e cravou com correcção. Entusiasmou as bancadas e assinou também um êxito, no seu primeiro. No seu segundo a nota mais relevante vai para a insistência em citar de largo, um toiro que não saía de tábuas por falta de faculdades, tentou ferros impossíveis em curto e acabou com uma actuação com pouco brilho. Valeu e muito a primeira.
Vitor Ribeiro fechou a primeira parte, com o seu cunho pessoal de emoção e verdade no cite frontal depois de brega com sentido e critério, na colocação da ferragem a falta de toiro na reunião, tirou algum brilhantismo, no entanto os quarteios na cara dos toiros e os remates por dentro, chegaram ao “tendido”. Muito a custo de empenho do toureiro. Outro êxito. Na segunda, ante um toiro com muita dificuldade de mobilidade, registámos um curto sublime de execução a todos os níveis. Vítor bem tentou, mas não dava para mais o exíguo jogo do oponente.
Esta mini-feira ficou completa com as actuações de cinco Grupos Associados. Na tarde de Domingo os Forcados não complicaram o que era fácil, mandaram nas reuniões e estiveram artistas diante dos toiros, tiveram esse mérito. Por Alcochete foram solistas, Nuno Santana à 2ª ( na primeira a falta de força do toiro e carga de ajuda nas terceiras, fizeram com que o “cara” ficasse no chão), Ruben Duarte ( bem à 1ª numa pega vistosa, fechou-se com rapidez e viajou por alto, para dentro do grupo) e o cabo Vasco Pinto perfeito à 1ª, em resposta ao “desafio” do Cabo Tiago Ribeiro, que abriu para os Moitenses também com perfeição à 1ª, seguido de Nuno Carvalho na pega da tarde à 1ª (a mais vistosa, pelos derrotes que aguentou na zona dos segundos ajudas e por o toiro ter ligeiramente fugido ao Grupo) foi premiado com segunda volta de agradecimento em solitário, fechou a tarde José Broega, também à primeira e com correcção, num toiro exausto.
No Festival de sábado, Nuno Pitéu e Nuno Ilhéu fecharam à primeira e em duas boas pegas, de execução sem mácula, as duas intervenções dos Amadores de S. Manços, limpinho e “sem espinhas”. Enquanto os Grupos do Ribatejo e Amadores da Moita se preocuparam mais em quem “formava” à direita nas cortesias, levando ao insólito quadro de os Amadores do Ribatejo permanecerem a sós na arena, no inicio das cortesias, perante a recusa dos Amadores da Moita em fazer cortesias formando à esquerda. Largos minutos de impasse, enquanto Joaquim Penetra e Fernando Rodrigues discutiam antiguidades na trincheira, tendo motivado intervenção do empresário para desbloqueio da situação. Situação que em nada dignifica a Praça da Moita, os Grupos em causa e sobretudo a Figura do Forcado Amador. Apesar de não haver sorteio para forcados, estas questões tem de ficar resolvidas no sorteio e perante o director de corrida, que é a autoridade máxima do espectáculo, em último caso fica a sugestão de a ANGF estabelecer uma ordem de antiguidade dos associados, para regulamentar este tipo de situações, felizmente pouco frequente, mas não virgem. Lamentável.....
Quanto a pegas, e para ambos os Grupos em divergência, a tarde foi de identificação de muitas necessidades de emenda, tanto a nível de forcados de cara, como de ajudas. A contabilidade fala por si, ante novilhos que se empregaram, mas sem maldade e pelo seu caminho com reuniões cómodas (se é que pode ser cómodo, reunir com uma rês de lide), Mário Gonçalves à 3ª e Pedro Coelho à 4ª pelos do Ribatejo e Duarte Cordeiro à 4ª e Tiago Bernardo à 3ª pelos moitenses. O último foi pegado por Gonçalo Semeador (Ribatejo) à 1ª, num misto dos três grupos.
Nota Final para o facto de os toiros de Domingo terem sido recolhidos a cavalo, alternadamente, pelos campinos de serviço e pelos cavaleiros amadores, José M. Pires da Costa e João Paulo Fernandes.
Dirigiu no Sábado o Sr. Júlio Gomes ( demonstrou falta de autoridade no impasse ocasionado pelo desentendimento dos forcados, motivando o ridículo quadro de um grupo só na arena, portões abertos e cortesias paradas, durante largos minutos) e no Domingo o Sr. Ricardo Pereira, teve tranquilidade na direcção embora nos tenha parecido que, se tivesse devolvido o último por inferioridade física nos posteriores, poderia ter evitado o cenário desagradável, de ver um toiro deitado na arena por falta de condições físicas. De qualquer forma boa direcção.
Abrilhantou com o nível do costume a Banda Musical do Rosário. A embolação e ferragem esteve a cargo da equipa de José Paulo.
Os espectáculos registaram em comum um aspecto que nos merece registo e o maior apreço. A postura assumida de respeito pelo publico e pela importância da Praça, evidenciado pelos “profissionais de carreira” e jovens promessas, que pisaram a arena, tanto numa tarde como noutra. Andaram com seriedade, empenho e vontade de fazer com que as suas actuações e os espectáculos resultassem e consequentemente o público desse por bem empregue o seu tempo e dinheiro ( dentro da boa acessibilidade de preços que bilheteira evidenciou).
No aspecto ganadero a mini-feira registou um muito interessante curro de novilhos de António Silva (remendado por um exemplar de Sousa Cabral e outro da Casa Avó) no Festival, deu jogo na generalidade, emprestou emoção e permitiu o luzimento dos actuantes. Os pupilos da Barroca D’Alva, todos ferrados com o cinco e com pesos entre 460 e 515 Kg, evidenciaram falta de força e pouca transmissão, na tarde de Domingo.
No Sábado os destaques maiores vão para a forma de lidar e bregar com que os mais experientes se exibiram, em actuações de bom nível, com boa execução e sem o cair no facilitismo do espectáculo a cavalo, para chegar á bancada de forma fácil.
Tito Semedo confirmou a boa época que está a ter, numa lide séria, com domínio e conhecimento. Momentos altos os curtos cravados com ligeira batida ao píton contrário, de execução irrepreensível e com chama.
José Prates andou na mesma nota, com muito asseio e igual seriedade, desenvolveu brega de conhecimento e resultou bem o conjunto da exibição do de Vendas Novas (pena não actuar mais).
Pedro Salvador, parece renascido depois da paragem, embora não fosse uma actuação redonda, terminou em crescendo e por cima, depois de alguns momentos de desacerto, até que entendeu a distancia para colocação.
Positiva também a tarde de Nelson Limas. Sóbrio e calmo (como sempre o temos visto), preocupou-se em ir de frente e tem dois curtos de excelente nota a entrar novilho dentro, que assinaram uma actuação de valentia e mérito. Aguarda-se o “arreão” do toureiro cigano, que tem muito potencial.
Na juventude...”Ojo”, que podem estar aqui figuras!! Notas altas para João Maria Branco (apesar de algo de velocidade a mais nos compridos, nos curtos, mostrou temple, domínio das ocorrências e sentido de lide, com laivos de classicismo, em viagens frontais e colocação correcta) e para o pequeno António Prates (comunicativo, gracioso e com muita intuição toureira, desembaraço, e sentido de lide invulgar para a idade) armou um “taco” a fechar a tarde de Sábado. Ou nos enganamos muito ou podemos ter tido o privilégio de, assistir ao “despoletar” de duas figuras de futuro...
Actuou também, Lourival Bronze, com mais pena que glória, deixou a ferragem como pode. Divertiu algum publico, vai bem num espectáculo mais de cariz carnavalesco ou estudantil, julgamos que poderia ter sido aproveitada a oportunidade no cartel por outro actuante, com mais condições e margem de progressão. Ainda por cima, numa praça com a importância desta.
No Domingo e no que toca a Cavaleiros, houve muito profissionalismo dos três actuantes. Os toiros não transmitiram, deixaram-se lidar dentro da “soseria” evidenciada. Coube a António Telles, Rui Fernandes e Vítor Ribeiro, puxarem pela tarde, dentro do estilo que caracteriza cada um. Estiveram bem ante as tourinhas cómodas que enfrentaram, explanaram as lides com toques muito pessoais e triunfaram dentro das condições existentes.
António, está de novo um “torerazo”, viu-se a desfrutar nas lides que propinou, bem montado, cravou como mandam os livros, depois de bregar com cuidado e conhecimento dos terrenos e lides continuadas e ligadas, divertiu o público. Arrecadou dois êxitos com a “toreria” dos maestros.
Rui Fernandes acusou o “ataque” do maestro, foi com verdade, adornou-se na brega em ladeios frontais em cima e cravou com correcção. Entusiasmou as bancadas e assinou também um êxito, no seu primeiro. No seu segundo a nota mais relevante vai para a insistência em citar de largo, um toiro que não saía de tábuas por falta de faculdades, tentou ferros impossíveis em curto e acabou com uma actuação com pouco brilho. Valeu e muito a primeira.
Vitor Ribeiro fechou a primeira parte, com o seu cunho pessoal de emoção e verdade no cite frontal depois de brega com sentido e critério, na colocação da ferragem a falta de toiro na reunião, tirou algum brilhantismo, no entanto os quarteios na cara dos toiros e os remates por dentro, chegaram ao “tendido”. Muito a custo de empenho do toureiro. Outro êxito. Na segunda, ante um toiro com muita dificuldade de mobilidade, registámos um curto sublime de execução a todos os níveis. Vítor bem tentou, mas não dava para mais o exíguo jogo do oponente.
Esta mini-feira ficou completa com as actuações de cinco Grupos Associados. Na tarde de Domingo os Forcados não complicaram o que era fácil, mandaram nas reuniões e estiveram artistas diante dos toiros, tiveram esse mérito. Por Alcochete foram solistas, Nuno Santana à 2ª ( na primeira a falta de força do toiro e carga de ajuda nas terceiras, fizeram com que o “cara” ficasse no chão), Ruben Duarte ( bem à 1ª numa pega vistosa, fechou-se com rapidez e viajou por alto, para dentro do grupo) e o cabo Vasco Pinto perfeito à 1ª, em resposta ao “desafio” do Cabo Tiago Ribeiro, que abriu para os Moitenses também com perfeição à 1ª, seguido de Nuno Carvalho na pega da tarde à 1ª (a mais vistosa, pelos derrotes que aguentou na zona dos segundos ajudas e por o toiro ter ligeiramente fugido ao Grupo) foi premiado com segunda volta de agradecimento em solitário, fechou a tarde José Broega, também à primeira e com correcção, num toiro exausto.
No Festival de sábado, Nuno Pitéu e Nuno Ilhéu fecharam à primeira e em duas boas pegas, de execução sem mácula, as duas intervenções dos Amadores de S. Manços, limpinho e “sem espinhas”. Enquanto os Grupos do Ribatejo e Amadores da Moita se preocuparam mais em quem “formava” à direita nas cortesias, levando ao insólito quadro de os Amadores do Ribatejo permanecerem a sós na arena, no inicio das cortesias, perante a recusa dos Amadores da Moita em fazer cortesias formando à esquerda. Largos minutos de impasse, enquanto Joaquim Penetra e Fernando Rodrigues discutiam antiguidades na trincheira, tendo motivado intervenção do empresário para desbloqueio da situação. Situação que em nada dignifica a Praça da Moita, os Grupos em causa e sobretudo a Figura do Forcado Amador. Apesar de não haver sorteio para forcados, estas questões tem de ficar resolvidas no sorteio e perante o director de corrida, que é a autoridade máxima do espectáculo, em último caso fica a sugestão de a ANGF estabelecer uma ordem de antiguidade dos associados, para regulamentar este tipo de situações, felizmente pouco frequente, mas não virgem. Lamentável.....
Quanto a pegas, e para ambos os Grupos em divergência, a tarde foi de identificação de muitas necessidades de emenda, tanto a nível de forcados de cara, como de ajudas. A contabilidade fala por si, ante novilhos que se empregaram, mas sem maldade e pelo seu caminho com reuniões cómodas (se é que pode ser cómodo, reunir com uma rês de lide), Mário Gonçalves à 3ª e Pedro Coelho à 4ª pelos do Ribatejo e Duarte Cordeiro à 4ª e Tiago Bernardo à 3ª pelos moitenses. O último foi pegado por Gonçalo Semeador (Ribatejo) à 1ª, num misto dos três grupos.
Nota Final para o facto de os toiros de Domingo terem sido recolhidos a cavalo, alternadamente, pelos campinos de serviço e pelos cavaleiros amadores, José M. Pires da Costa e João Paulo Fernandes.
Dirigiu no Sábado o Sr. Júlio Gomes ( demonstrou falta de autoridade no impasse ocasionado pelo desentendimento dos forcados, motivando o ridículo quadro de um grupo só na arena, portões abertos e cortesias paradas, durante largos minutos) e no Domingo o Sr. Ricardo Pereira, teve tranquilidade na direcção embora nos tenha parecido que, se tivesse devolvido o último por inferioridade física nos posteriores, poderia ter evitado o cenário desagradável, de ver um toiro deitado na arena por falta de condições físicas. De qualquer forma boa direcção.
Abrilhantou com o nível do costume a Banda Musical do Rosário. A embolação e ferragem esteve a cargo da equipa de José Paulo.
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