terça-feira, 26 de maio de 2009

Na Moita, Grande pega de Nuno Carvalho


- Praça de Toiros Daniel do Nascimento na Moita

- Data: 24/05/2009

- Empresa: Top Toiros

- Organização: Top Toiros

- Ganadaria: 3 Rio Frio e 3 Eng.º José Lupi

- Cavaleiros: António Telles, Rui Fernandes e Vítor Ribeiro

- Grupos de Forcados Amadores: de Alcochete e Aposento da Moita, capitaneados por Vasco Pinto e Tiago Ribeiro, respectivamente.

- Assistência: Casa cheia com poucas clareiras

- Delegados da IGAC: Delegado técnico tauromáquico Sr. Ricardo Pereira, assessorado pelo médico veterinário Dr. Carlos Santos

- Banda: Musical do Rosário
Com um cartel de postim, montou a empresa Top Toiros uma corrida, que reunia todos os condimentos para uma tarde de toiros em grande.
Efectivamente, os artistas, à sua maneira procuraram os aplausos do conclave, o que em algumas situações conseguiram.
A família Lupi, enviou um curro composto por três Rio Frio e três José Lupi, com apresentação irrepreensível, pesos entre os 460 e os 515 kg e comportamentos que sem serem de bravura, de um modo geral se deixaram tourear. Todos vinham ferrados com o nº 5 nas espáduas, portanto tratava-se de toiros
Os toiros foram recolhidos a cavalo, à vez, ora campinos ora dois aficionados, João Paulo e José Manuel Pires da Costa.
Cavaleiros de escolas bem distintas iriam enfrentar estes toiros.
António Telles com o seu estilo clássico e de verdade veio pronto para medir forças com a escola moderna do toureio/rejoneio, que se vem afirmando em terras de Portugal e Espanha.Rompeu praça um Rio Frio de 480 kg para António Telles. Recebeu-o com dois compridos à tira, o primeiro algo traseiro.Após mudar de montada cravou cinco curtos a pisar os terrenos do toiro, sempre de frente, sendo os dois últimos de muita qualidade, que o público reconheceu e aplaudiu com força.O seu segundo, quarto da ordem, era um Lupi com 515 kg, o mais pesado da tarde. Recebido à porta gaiola, foi parado magistralmente. Cravou dois compridos à tira, com reuniões ao estribo. Mudou de montada e colocou quatro curtos, fruto de muito labor e de pisar terrenos de compromisso. O toiro veio a menos e o cavaleiro foi alegrando os cites com a voz que conseguiu a colaboração do hastado para terminar a sua função a contento, sempre com reuniões como mandam os cânones.
O segundo da tarde coube a Rui Fernandes. Era um Lupi com 460 kg, muito bem recebido e parado pelo cavaleiro, que cravou dois compridos, sendo o segundo aliviado na reunião.Durante a mudança de montada, era visível que o toiro não estava de posse de todas as suas faculdades. Desde então, encrençou-se nos médios e só dava dois ou três passos. Após muito porfiar, consegue fazer o toiro mudar de terrenos e com a mesma receita cravou dois curtos de frente, que chegaram ao público. Como o toiro já quase não andava e após mudar de montada crava dois ferros a quiebro, um deles praticamente com a saída tapada que chegou ao público em ambiente de triunfo. Não cedeu ao pedido do público para que cravasse mais um, saindo em clima de triunfo.O quinto da ordem foi recebido com dois compridos; o primeiro a abrir, para interessar o toiro e o segundo à tira, correcto. Para os curtos, Rui Fernandes mudou de montada e começou o espectáculo, com cites exagerados e remates vistosos com piruetas, tendo assim cravado três curtos. Mudou novamente de cavalo e vieram mais dois curtos com cites de praça a praça, quando o toiro já nem um passo dava. Deste modo coloca dois curtos a quiebro, com a saída quase tapada, criando uma situação delicada no último.
Vítor Ribeiro veio para tourear o terceiro e o sexto da ordem. No seu primeiro, cravou dois compridos para interessar o seu distraído oponente após o que mudou de cavalo para a série dos curtos onde crava quatro com leves batidas ao piton contrário, sempre com demasiada velocidade. Vai em crescendo e o público gosta. Entusiasma-se e vai buscar nova montada para fazer dois quiebros, muito abertos e a cilhas passadas pescados, mas que o cavaleiro remata com uma alegria incontida e algum público também aplaude.Ao que cerrou praça, Vítor Ribeiro, recebeu-o com dois compridos, ficando o primeiro um pouco traseiro. Nos curtos cravou quatro curtos, sendo o terceiro o melhor das suas duas lides com o senão do exagero dos remates.
Para as pegas estavam os Forcados Amadores de Alcochete e os do Aposento da Moita.A abrir a função, no respeitante a pegas, os Amadores de Alcochete, começaram com Nuno Santana. Citou de largo com calma, deixando-se ver. O toiro arrancou quando solicitado, á voz, o forcado recuou, reuniu quando quis, mas foi despejado já no interior do grupo. À segunda, o grupo foi mais unido e consumou a pega, mas notou-se algum atabalhoamento nas ajudas.O terceiro foi pegado por Ruben Duarte. O toiro não se arrancava, mesmo em terrenos de fora, pelo que a pega foi desmanchada duas vezes. Com o toiro noutros terrenos, junto ao sector 1, e após o forcado alegrar o cite, o toiro sai franco, o forcado fecha-se bem e consuma uma pega muito vistosa que põe a praça de pé.Quis o cabo, Vasco Pinto, ser ele a fechar a actuação do seu grupo. Com toda a calma e experiencia citou dando vantagens, com grupo bem lá atrás, mandou na investida do toiro, recuou e reuniu a gostou, o toiro não derrotou e consumou uma pega simples e vistosa.
Os Forcados da terra começaram com o cabo, Tiago Ribeiro a dar o exemplo, um cite de mais de meia praça, com serenidade encurtou distâncias, mas o toiro não saiu. Já com o toiro mais fora, arrancou quando o Forcado carregou a sorte, tendo as ajudas estado à altura, consumando assim a pega.Em boa hora Tiago Ribeiro escolheu Nuno Carvalho para pegar o quarto da ordem. Nuno, que só é pequeno por fora, trás dentro dele um forcadão. Citou alegre, sem exageros, o toiro arrancou de largo e entrou pelo grupo, com o forcado bem “alapado” aguentando derrotes fortes, desbaratou as ajudas, sempre com o forcado na cara, muito bem fechado a dar tempo ao grupo de se reorganizar e fechar. A ovação da tarde para este jovem com força e alma de FORCADO.Para terminar a corrida foi escalado José Broega. Bem a citar, bem a recuar, cuidando da investida do toiro, mas este já não tinha força. Quando o grupo se fechou para ajudar, o toiro caiu. Levantaram o toiro e consumou-se a pega.
Todos os artistas deram volta à arena. Nuno Carvalho deu duas voltas, a última, sozinho após António Ribeiro Telles o ter deixado no centro da praça para, também ele, o vir aplaudir da trincheira.
O Mais e o Menos

+ A pega de Nuno Carvalho dos Amadores do Aposento da Moita e a apresentação dos toiros,

+ A casa praticamente cheia de gente com muita vontade de ver toiros e o silêncio durante os cites para pegas.

- A pouca força da maioria dos toiros e comportamento de mais a menos em quase todos.

- Os excessos nos cites, nos remates e na utilização da mão direita nas rédeas por parte de alguns cavaleiros.

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