Praça de Toiros: Campo Pequeno em Lisboa
Data: 20 de Agosto de 2009
Empresa: Sociedade Campo Pequeno, S. A.
Ganadaria: Manuel Assunção Coimbra
Cavaleiros: Ana Batista, Filipe Gonçalves, Manuel Caetano, M. R. Telles Bastos, Marcos T. Bastinhas e Tomás Pinto
Grupos de Forcados Amadores de S Manços, Turlock (Califórnia) e Cuba capitaneados respectivamente por Rui Piteira, George Martins e José Horta
Assistência: 3/4 fortes
Delegados da IGAC: Delegado técnico tauromáquico Sr. António José Martins assessorado pelo médico veterinário Dr. Matias Guilherme.
Banda de Música: Sociedade Filarmónica Progresso e Labor Samouquense
A 12ª Corrida da temporada lisboeta apresentou um cartel com seis cavaleiros (a maioria composta por jovens desejosos de se afirmarem no panorama taurino português) e incluía um concurso de pegas a ser disputado entre três grupos de forcados, um dos quais oriundo de uma localidade californiana com forte presença de emigração açoriana.
O curro de touros enviado pela ganadaria Manuel A. Coimbra revelou-se bastante homogéneo na apresentação (bonita) e no comportamento (fortes e duros mas de limitada bravura). Os seus pesos variaram entre 490 e 590 kg e todos os animais estavam marcados com o ano 2005. De um modo geral não complicaram as lides a cavalo, não tendo acontecido o mesmo relativamente às pegas.
Abriu a praça o cavaleiro Filipe Gonçalves que confirmou a alternativa no Campo Pequeno. O cavaleiro algarvio teve uma actuação voluntariosa mas pautada pela irregularidade; desenhou alguns “quiebros” exageradamente marcados que não resultaram, mas que quando conseguidos saíram espectaculares com fortes ovação nas bancadas. Depois de outra mudança de montada, de alguns adornos e perante um touro quase sempre parado no centro da arena, Filipe Gonçalves rematou a lide com um ferro a quarteio.
Segui-se Manuel Caetano que também confirmava a alternativa. Depois de receber o seu oponente com uma sorte de gaiola, o cavaleiro desenvolveu uma lide na qual conseguiu alguns bons ferros. De um modo geral, a ferragem foi colocada com grande rapidez não obstante, por vezes, a montada tenha-se deixado ser tocada.
Ana Batista, apesar de ser a cavaleira de maior antiguidade em praça, desenvolveu a sua lide em terceiro lugar como consequência da confirmação da alternativa dos dois primeiros cavaleiros. Com a sua distinta sobriedade, a cavaleira de Salvaterra desenvolveu uma lide bonita e ritmada. Todos os ferros foram colocados com notável precisão. Afirmou-se perante os mais jovens como um elemento de referência, não obstante as características próprias de cada um.
A segunda parte da corrida, foi iniciada pelo cavaleiro Manuel Telles Bastos. Depois de receber o touro á saída dos curros, o cavaleiro levou-o no seu encalce e colocou um bom ferro comprido cravado de cima a baixo. Perante um touro que se foi refugiando em tábuas (o pior da noite), o último dos compridos só foi possível depois de uma apropriada intervenção do peão de brega. A série de curtos foi desenvolvida com brilho depois de muito porfiar, sendo que o último ferro já nada acrescentou à lide. São de referir em relação a Manuel Telles Bastos a sua elegância na arte de bem montar e o louvável toque de classicismo ao tourear toda a lide com o tricórnio na cabeça.
Seguiu-se-lhe o cavaleiro Marcos T. Bastinhas. Depois de um inicio irregular nos dois primeiros compridos, seguiram-se dois bons ferros de grande precisão. Na séria de curtos, o cavaleiro partiu para uma lide de menos a mais ao desenvolver um toureio alegre (à semelhança do seu pai), com bonitos adornos, preparando, cravando e rematando bonitos ferros. Terminou a lide com dois ferros de palmo consecutivos após os quais se recriou excessivamente.
Encerrou a noite o jovem cavaleiro Tomás Pinto. Perante o melhor touro da noite e depois de um inicio irregular na ferragem comprida, o cavaleiro foi ganhando confiança e desenvolveu uma lide que foi de menos a mais toureando frontalmente e a curta distância
Pegaram pelo Grupo de Forcados Amadores de S. Manços, Nuno Leão com uma boa pega à córnea (única pega da noite à primeira tentativa) e Pedro Fonseca à terceira tentativa perante um touro difícil que só arrancava já com o forcado muito próximo e só depois de o grupo se dispor perpendicularmente à direcção habitual da porta dos curros.
A expectativa em torno dos forcados americanos não saiu defraudada. Pelo Grupo de Forcados Amadores de Turlock pegaram Mike Lopes (à terceira, em que o forcado se fecha com firmeza à barbela bem ajudado pelo grupo) e Donaldo Mota (à segunda tentativa em que o touro embora tenha arrancado com força quase parou ao sentir o grupo).
O Grupo de Forcados Amadores de Cuba teve no melhor e pior da noite; no seu primeiro, depois de três tentativas de Luís Calado e de uma de Célio Santos em que o touro arrancava ensarilhando e/ou o grupo não se conseguiu fechar com eficiência, seguiu-se a tentativa de pegar de cernelha. Durante os cinco minutos regulamentares, a pega não se consumou por dificuldades de oportunidade e por alguma falta de determinação dos forcados em momentos pontuais. Já depois da ordem de recolher e com os cabrestos em praça, todo o grupo tentou infrutiferamente pegar o touro. Foram cenas pouco dignificantes na medida em que a decisão do director de corrida, seja boa ou má, deve ser respeitada. No seu segundo touro, esteve na cara o cabo José Horta que à segunda tentativa, executou uma valente pega suportando três fortes derrotes. É de referir que durante a primeira tentativa, um dos forcados ficou magoado na arena e perante expectável nova investida do touro, dois seus colegas protegeram-no oferecendo o seu corpo ao touro. Este é um gesto de elevadíssima nobreza, frequente na forcadagem, mas muito raro noutras actividades e situações.
Com generosidade, o júri atribuiu o prémio da melhor pega ao forcado Mike Lopes do Grupo de Forcados Amadores de Turlock.
O Mais e o Menos
A 12ª Corrida da temporada lisboeta apresentou um cartel com seis cavaleiros (a maioria composta por jovens desejosos de se afirmarem no panorama taurino português) e incluía um concurso de pegas a ser disputado entre três grupos de forcados, um dos quais oriundo de uma localidade californiana com forte presença de emigração açoriana.
O curro de touros enviado pela ganadaria Manuel A. Coimbra revelou-se bastante homogéneo na apresentação (bonita) e no comportamento (fortes e duros mas de limitada bravura). Os seus pesos variaram entre 490 e 590 kg e todos os animais estavam marcados com o ano 2005. De um modo geral não complicaram as lides a cavalo, não tendo acontecido o mesmo relativamente às pegas.
Abriu a praça o cavaleiro Filipe Gonçalves que confirmou a alternativa no Campo Pequeno. O cavaleiro algarvio teve uma actuação voluntariosa mas pautada pela irregularidade; desenhou alguns “quiebros” exageradamente marcados que não resultaram, mas que quando conseguidos saíram espectaculares com fortes ovação nas bancadas. Depois de outra mudança de montada, de alguns adornos e perante um touro quase sempre parado no centro da arena, Filipe Gonçalves rematou a lide com um ferro a quarteio.
Segui-se Manuel Caetano que também confirmava a alternativa. Depois de receber o seu oponente com uma sorte de gaiola, o cavaleiro desenvolveu uma lide na qual conseguiu alguns bons ferros. De um modo geral, a ferragem foi colocada com grande rapidez não obstante, por vezes, a montada tenha-se deixado ser tocada.
Ana Batista, apesar de ser a cavaleira de maior antiguidade em praça, desenvolveu a sua lide em terceiro lugar como consequência da confirmação da alternativa dos dois primeiros cavaleiros. Com a sua distinta sobriedade, a cavaleira de Salvaterra desenvolveu uma lide bonita e ritmada. Todos os ferros foram colocados com notável precisão. Afirmou-se perante os mais jovens como um elemento de referência, não obstante as características próprias de cada um.
A segunda parte da corrida, foi iniciada pelo cavaleiro Manuel Telles Bastos. Depois de receber o touro á saída dos curros, o cavaleiro levou-o no seu encalce e colocou um bom ferro comprido cravado de cima a baixo. Perante um touro que se foi refugiando em tábuas (o pior da noite), o último dos compridos só foi possível depois de uma apropriada intervenção do peão de brega. A série de curtos foi desenvolvida com brilho depois de muito porfiar, sendo que o último ferro já nada acrescentou à lide. São de referir em relação a Manuel Telles Bastos a sua elegância na arte de bem montar e o louvável toque de classicismo ao tourear toda a lide com o tricórnio na cabeça.
Seguiu-se-lhe o cavaleiro Marcos T. Bastinhas. Depois de um inicio irregular nos dois primeiros compridos, seguiram-se dois bons ferros de grande precisão. Na séria de curtos, o cavaleiro partiu para uma lide de menos a mais ao desenvolver um toureio alegre (à semelhança do seu pai), com bonitos adornos, preparando, cravando e rematando bonitos ferros. Terminou a lide com dois ferros de palmo consecutivos após os quais se recriou excessivamente.
Encerrou a noite o jovem cavaleiro Tomás Pinto. Perante o melhor touro da noite e depois de um inicio irregular na ferragem comprida, o cavaleiro foi ganhando confiança e desenvolveu uma lide que foi de menos a mais toureando frontalmente e a curta distância
Pegaram pelo Grupo de Forcados Amadores de S. Manços, Nuno Leão com uma boa pega à córnea (única pega da noite à primeira tentativa) e Pedro Fonseca à terceira tentativa perante um touro difícil que só arrancava já com o forcado muito próximo e só depois de o grupo se dispor perpendicularmente à direcção habitual da porta dos curros.
A expectativa em torno dos forcados americanos não saiu defraudada. Pelo Grupo de Forcados Amadores de Turlock pegaram Mike Lopes (à terceira, em que o forcado se fecha com firmeza à barbela bem ajudado pelo grupo) e Donaldo Mota (à segunda tentativa em que o touro embora tenha arrancado com força quase parou ao sentir o grupo).
O Grupo de Forcados Amadores de Cuba teve no melhor e pior da noite; no seu primeiro, depois de três tentativas de Luís Calado e de uma de Célio Santos em que o touro arrancava ensarilhando e/ou o grupo não se conseguiu fechar com eficiência, seguiu-se a tentativa de pegar de cernelha. Durante os cinco minutos regulamentares, a pega não se consumou por dificuldades de oportunidade e por alguma falta de determinação dos forcados em momentos pontuais. Já depois da ordem de recolher e com os cabrestos em praça, todo o grupo tentou infrutiferamente pegar o touro. Foram cenas pouco dignificantes na medida em que a decisão do director de corrida, seja boa ou má, deve ser respeitada. No seu segundo touro, esteve na cara o cabo José Horta que à segunda tentativa, executou uma valente pega suportando três fortes derrotes. É de referir que durante a primeira tentativa, um dos forcados ficou magoado na arena e perante expectável nova investida do touro, dois seus colegas protegeram-no oferecendo o seu corpo ao touro. Este é um gesto de elevadíssima nobreza, frequente na forcadagem, mas muito raro noutras actividades e situações.
Com generosidade, o júri atribuiu o prémio da melhor pega ao forcado Mike Lopes do Grupo de Forcados Amadores de Turlock.
O Mais e o Menos
+ Nada a referir
- Difícil aceitação das decisões do Director de Corrida, por parte dos Forcados de Cuba
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