Na sequência dos acontecimentos ocorridos no passado fim-de-semana em Cabeça Gorda, envolvendo o Grupo de Forcados Amadores do Pinhal Novo e o Grupo de Forcados Amadores Cascais e de Beja, este ultimo emitiu um comunicado relativamente ao assunto, comunicado que passamos a transcrever na integra:
“O Grupo de Forcados Amadores de Beja foi confrontado no passado dia 13 de Agosto, em Cabeça Gorda, Beja, com uma situação inédita: o Grupo de Forcados Amadores do Pinhal Novo, recentemente afastado da Associação Nacional de Grupos de Forcados e que em data anterior tinha sido convidado para pegar na corrida que ali se ia realizar, apresentava-se para participar no espectáculo, conjuntamente com o Grupo de Beja e o Grupo de Cascais.
O Grupo de Beja é destes três o mais novo. Após mais de duas décadas sem actividade retomou regular actividade em 2008. Quando o fez, pediu para ser membro da Associação Nacional de Grupos de Forcados. Não conseguiu que a sua estreia fosse na praça Varela Corujo de Beja, como seria natural, porque não era sócio da Associação. Aceitou, disciplinadamente, a situação então criada. Mais tarde foi-lhe concedido o estatuto de pré-associado, pela ANGF e, implicitamente, aceitou cumprir todos os deveres que directamente derivam deste compromisso. Como é natural, comum e ético. Como acontece com todos os associados de todas as associações, locais, nacionais, profissionais, amadoras, desportivas. Com todos. Todos.
Faz parte, como é público e notório, dos deveres dos associados da Associação Nacional de Grupos de Forcados só intervirem em corridas de touros tendo como co-participantes membros (ou pré-membros) da Associação. O Grupo de Beja não criou estas regras, não as inventou, em nada contribuiu para que elas existam. Limitou-se a aceitar, de boa fé e espírito aberto, as normas existentes. O Grupo de Beja e os outros grupos, iguais entre si. O Grupo de Beja não teve, ainda, a oportunidade de votar na assembleia magna da Associação. Irá faze-lo quando a isso for chamado, assumindo naturalmente todas as responsabilidades do seu voto, ainda não foi esse o caso. Consequentemente, o Grupo de Forcados de Beja não teve qualquer intervenção, activa ou passiva, na situação criada ao Grupo de Forcados Amadores do Pinhal Novo.
Na Cabeça Gorda, no passado dia 13, o Grupo de Beja limitou-se a fazer o que é exigido. Actuar segundo as regras. Repete-se, a fazer aquilo que lhe é eticamente exigido.
A decisão da corrida da Cabeça Gorda ter com o participantes sócios da Associação Nacional de Grupos de Forcados foi exclusivamente dos empresários da Praça. Como seria inevitável. O Grupo de Beja limitou-se a dar a sua opinião: traria para os grupos participantes, bem como para os próprios empresários, sérias consequências a co-actuação dum grupo que não pertencesse à ANGF.
Somos um grupo novo, herdeiro de boas tradições, com duas épocas de existência. Temos orgulho e prazer em pegar com todos os grupos de Portugal e do mundo. Com toda a humildade. Temos amigos em toda a parte, no Alentejo e Ribatejo, em Lisboa e no Norte. Os nossos adversários são os recentes anti-touradas, é quem está contra os espectáculos taurinos, são, os cada vez mais fortes, inimigos desta bonita tradição portuguesa. Só esses. Não os nossos companheiros e amigos. A gente que vibra ao soar do cornetim, que sente o braço amigo dos seus pares, que gosta do perigo que representa o trato com os animais bravos e sérios que connosco repartem a presença na praça.
Gostamos dos nossos amigos, temos por eles o respeito que pedimos para nós próprios. Estamos sempre prontos para ajudar os nossos companheiros. Com total disponibilidade e correcção. Não nos metam em confusões e disputas que não são nossas nem nos dizem respeito.
Com amizade
Manuel Almodôvar
O Cabo do Grupo de Forcados Amadores de Beja”
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