- Praça de Toiros: Alter do Chão
- Data: 21 de Agosto de 2010, pelas 21.30 horas
- Empresa: JC Toiros-Terra Brava
- Ganadaria: Passanha
- Cavaleiros: Joaquim Bastinhas e Vítor Ribeiro
- Cavaleiro Praticante: João Soller Garcia
- Grupo de Forcado: Forcados Amadores de Alter do Chão, capitaneados por João José Saramago.
- Assistência:
- Delegados da IGAC: Delegado técnico tauromáquico sr. Francisco Farinha, assessorado pelo médico veterinário Dr. José Tenório Guerra.
Corrida de toiros à portuguesa por ocasião das festas em honra do Nosso Senhor Jesus do Outeiro e da Nossa Senhora da Alegria que tinha como máximo aliciante o facto de o grupo da terra pegar, em solitário, um curro da ganadaria Passanha. A completar o cartel dois cavaleiros consagrados e um jovem que procura afirmar-se no seio do toureio equestre nacional.
Os toiros da Ganadaria Passanha tinham apresentação e trapio a condizer com a categoria da praça e, na generalidade, cumpriram, denotando, contudo, falta de força e de raça, com investidas suaves e sem codícia.
Joaquim Bastinhas conquistou já o seu lugar e, agora, procura apenas mantê-lo sem grande esforço. Na primeira lide, com muitas intervenções dos seus bandarilheiros, esteve menos acertado na colocação da ferragem e andou aliviado, colocando os ferros em sortes a quarteio, que abria cedo demais. Na sua segunda actuação, praticou um toureio mais facilitista ainda, perante um toiro sem raça, lateralizando as viagens, com o quarteio bem aberto e em reuniões pouco ajustadas. Saiu debaixo de fortes aplausos após cravar os habituais pares de bandarilhas.
Vítor Ribeiro teve, nesta noite, duas actuações bastante diferentes. Na primeira preocupou-se mais com os ladeios e com o público do que com o momento da cravagem dos ferros. Cravou quase sempre em sortes a sesgo, com toques na montada e indo ao piton contrário antes de cravar, resultando, por isso, as reuniões menos cingidas. Destacou-se, pela positiva, o primeiro ferro comprido. A sua segunda lide foi já uma lide mais séria, diante de um oponente que apenas recebia os ferros, tendo o cavaleiro que pôr tudo. Depois de dois compridos correctos, deixou dois bons ferros curtos, entrando pelo toiro dentro e cravando de alto a baixo, resultando o terceiro, a sesgo, mais aliviado na reunião. Terminou com um ferro a quiebro, no Gordito, muito aplaudido pelo público.
João Soller Garcia, denotou um bom conceito de toureio, com sentido de lide, mas a ter que afinar mais a mão na colocação da ferragem. A sua primeira lide não começou da melhor forma, com o primeiro comprido a ser cravado com forte toque na montada e o segundo a ficar descaído. Nos curtos subiu o nível e deixou três bons ferros, em sortes frontais e ajustadas. O quarto ferro curto resultou à garupa e o palmo com que encerrou pecou pela colocação descaída. No seu segundo toiro, o último da corrida, começou por viver um momento de apuro, com um forte toque na montada contra as tábuas, para depois deixar dois bons ferros compridos, com destaque para o segundo, que resultou com emoção e aperto. Nos curtos optou pelas pronunciadas batidas ao piton contrário no momento da cravagem, enganando em demasia o astado e tirando-o da sorte. Cravou, por isso, em reuniões aliviadas, com ferros pescados e de colocação menos acertada. Corrigiu no final e deixou dois ferros curtos de boa nota, depois de mudar de montada.
O Grupo de Forcados Amadores de Alter do Chão, que pegava em solitário na sua terra, decidiu dar oportunidade a alguns forcados menos rodados. Assim, para o primeiro saiu Diogo Bilé que citou de largo, com correcção, o toiro sai solto e o forcado desequilibra-se ligeiramente ao recuar e não recebe bem. À segunda entrada não conseguiu agarrar-se, consumando à terceira tentativa, com boa ajuda do grupo, com destaque para a boa primeira do cabo João José Saramago. O segundo foi para João Antunes, que citou de meia praça, a fixar bem o toiro, mandou vir e, embora não tivesse reunido da melhor forma, consumou a pega ao primeiro intento, bem ajudado pelo grupo. Nuno Basso iniciou o cite nos médios, a interessar o toiro, que saiu a ensarilhar na viagem, o forcado aguenta muito bem na cara do toiro, reúne perfeitamente e consuma uma muito boa pega, plena de técnica, bem ajudado pelo grupo. Para efectuar a pega ao quarto toiro da noite saltou tábuas João Veiga que, perante a arrancada pronta do toiro, não consegue aguentar o suficiente para reunir. Na segunda tentativa, com o toiro fixo no forcado, embora não tenha estado bem a receber, consegue fechar-se e aguentar os primeiros derrotes, com as ajudas a entrarem bem e a ajudarem com coesão. Gheorghe Nagy foi o escolhido para pegar o quinto da ordem. Citou de meia praça, com o grupo em tábuas, mandou vir e, perante a viagem ensarilhada do toiro, não o toureou bem e não conseguiu reunir. Na segunda entrada, encurtou distâncias, mandou vir, reuniu bem e viajou até tábuas, com os ajudas a ficarem pelo caminho, o toiro a ir com a cara ao chão e o grupo a recuperar e a fechar a pega. Para o último a opção foi pela pega de cernelha, por intermédio de Bruno Palmeiro e Elias Santos. O toiro tem dificuldade em encabrestar e misturam-se bandarilheiros com campinos na colocação do astado, gerando-se alguma confusão na arena. Parado pelos bandarilheiros o toiro permite a entrada dos forcados, que consumam a pega sem grande brilho.
O Mais e o Menos
+ O bom ritmo em que decorreu o espectáculo.
- O atraso verificado no início da corrida, que começa a tornar-se já um hábito nas nossas praças, a fazer lembrar os atrasos académicos da praxe estudantil.
- A ausência de campinos e de cabrestos aquando da recolha do primeiro toiro.
- A volta á arena do ganadero, após a lide do quinto toiro, perfeitamente injustificada.
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