- Data: 13 de Setembro de 2010, pelas 22:00 horas
- Empresa: Touros e Tauromaquia
- Ganadaria: José Luís Pereda (Huelva, Espanha)
- Cavaleiros: António R. Telles e João Telles Júnior
- Matadores: Nuno Velasquez e António João Ferreira
- Grupo de Forcados: Amadores do Aposento da Moita capitaneados por Tiago Ribeiro
- Assistência: ½ praça fraca
- Delegados da IGAC: Delegado técnico tauromáquico Sr. António dos Santos assessorado pelo médico veterinário Dr. Patacho de Matos.
A 1ª corrida da maior feira taurina de Portugal teve uma alteração de última hora na composição do seu cartel; segundo informação da empresa, o matador de touros espanhol Curro Diaz ter-se-á recusado tourear esta corrida ao ver os touros durante o sorteio, pelo que foi substituído pelo “diestro” português António João Ferreira A este nível profissional, custa a entender a ocorrência desta situação
O curro de touros enviado pela ganadaria de José Luís Pereda constituiu uma agradável surpresa. Com efeito, todos os touros tinham idade, bonita apresentação e sobretudo força e codícia (esta característica em menor grau nos dois primeiros).
A corrida iniciou-se com uma actuação a duo em que os dois cavaleiros em praça desenvolveram uma lide harmoniosa, com ritmo e algumas sortes muito bem desenhadas. É evidente grande complementaridade entre estes dois cavaleiros fruto da sua formação comum.
Na sua actuação a solo, António Ribeiro Telles mais uma vez demonstrou porque é considerado um dos melhores cavaleiros no activo. Com efeito, perante um touro que foi de menos a mais, o cavaleiro de Coruche desenvolveu uma bonita lide cravando os ferros de cima-a-baixo, com destaque para o quarto curto, muito bem preparado e superiormente rematado. É de notar a grande precisão na colocação de toda a ferragem. Nestas circunstâncias, foi com naturalidade que atingiu o reconhecimento do público.
João Telles Jr. esteve também em bom plano. Desenvolveu uma lide com brilho, com alguns ferros bem cingidos, sendo de destacar o segundo curto, todo ele preparado ao som de um bonito solo de trompete. O cavaleiro teve também o público com ele.
Para pegar o primeiro touro saiu à cara o forcado Diogo Gomes, que depois de citar com garbo, efectuou uma estupenda pega, na qual o touro avançou pelo grupo com muita força e velocidade. O segundo touro a ser pegado, revelou-se o mais difícil; na primeira tentativa, o forcado da cara, Hugo Graça, foi retirado inanimado e Nuno Inácio conseguiu pegar à sua segunda tentativa com uma ajuda carregada de todo o grupo. A última pega esteve a cargo do forcado José Henriques, que com uma primeira ajuda distante, se fechou muito bem à córnea e consumou a pega mais fácil da noite. Todas as intervenções do grupo culminaram com bonitos rabejeamentos efectuados pelo cabo Tiago Ribeiro. Globalmente, o Grupo de Forcados Amadores do Aposento da Moita esteve bem, demonstrando porque é actualmente um dos grupos a viver um melhor momento.
Nuno Velasquez foi o primeiro matador em praça. Perante um touro que não fazia viagens francas, a lide decorreu com normalidade sem atingir momentos de brilhantismo. No seu segundo, o matador brindou o público com verónicas templadas às quais se seguiu o tércio de bandarilhas, sendo os pares cravados pelo bandarilheiro João Santos, justamente ovacionados pela assistência. Com a muleta, Velásquez porfiou por ambos os lados, sem contudo, ter conseguido atingir os momentos únicos do toureio a pé, nos quais toureiro e público se fundem numa só pessoa.
António João Ferreira, toureiro da escola de Vila Franca de Xira, revelou muita vontade de triunfar. Perante dois bons touros, desenhou bonitos e variados passes com o capote e com a muleta, alguns bem cingidos ao corpo. Todavia, o estilo de toureio apresentado denotou demasiada fogosidade e rapidez , pelo que, com um pouco mais de “temple” tudo resultaria com maior beleza.
O Mais e o Menos
+O curro de touros de José Luís Pereda.
- Início da música antes que os artistas façam algo que o justifique
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