Miguel Alvarenga - Ando pouco, quase nada, pelo Facebook. Fui lá hoje dar uma vista de olhos. Tinha, como sempre, vários pedidos de "amizade". Digo a todos que sim, sempre. Zeza Grade (na foto) era uma delas.
Pouco depois, mandou-me uma mensagem.
"Lembra-se de mim? Eu nunca mais o esqueci. Tenho muito prazer em revê-lo".
Não me lembrava minimamente. Deu-me pistas.
"Há vinte anos fez muito por mim através do jornal 'O Crime'...".
E disse mais:
"Organizou espectáculos para que fosse operada...".
Meus Deus, será possível? A "menina da cara queimada"?
Ela mesmo.
Como a história me apareceu, já não me lembro bem. Era director do semanário "O Crime". Uma miúda de 10 anos tinha ficado horrivelmente queimada na cara, num acidente (que também não recordo como foi) e um jornalista alentejano (Pedrogão era a terra da miúda) solicitou-me ajuda.
Falei com o meu amigo Gonçalo da Câmara Pereira e marcou-se tudo. Fizemos um espectáculo de fados em Pedrogão e depois outro e mais outro. Com as receitas desses espectáculos (não apenas com essas receitas, certamente, mas ajudaram), a Zeza fez várias operações. Às vezes lembrava-me dela, perguntava a mim mesmo o que seria feito da "menina da cara queimada".
Vinte anos depois, apareceu-me hoje no Facebook. Tem 31 anos, casou e tem duas filhas. Chegou até mim no Face através do Tito Semedo e da Sofia Gamboa, "os meus patrões", disse. Trabalha em Baleizão na herdade de Fernando dos Santos.
Emocionou-me este reencontro. Vinte anos depois, tive uma óptima prenda de Natal.
Foto D.R.
Sem comentários:
Enviar um comentário