D. Maria II ordenou, após a extinção das ordens religiosas e o arresto dos seus bens, assim como algumas propriedades a cargo da Nobreza, quase todos eles abandonados, a venda desse património por decreto (1824) e em 25 de Junho de 1836 com uma “ Carta Lei ”, ordena a criação e aglutinação de todos esses bens e propriedades no que viria a ser a Companhia das Lezírias do Tejo e Sado, detida pela Junta Nacional de Crédito Público, com o objectivo de criar produção nacional de alimentos e desenvolvimento agrícola do nosso país. Nessa altura a extensão dessas propriedades ascendia quase a 50 000 hectares, compreendendo a região da Lezíria do Tejo, Sado, a Charneca do Infantado chegando até à Comporta.
Desde então e passados 175 anos a “ CL” desenvolve a sua actividade na produção agro-florestal ( madeira e cortiça ), pecuária, agrícola ( arroz, vinha, forragens e pastagens ), produção de vinho, criação de equinos de ferro próprio, área de eco-turismo, promoção de eventos equestres desportivos, tendo também em franco desenvolvimento o projecto o EVOA (observação de aves selvagens em ambiente natural), gerindo e desenvolvendo os cerca de 20 000 hectares de terras produtivas.
Sendo uma empresa que emprega directamente quase 100 pessoas, nas suas variadas actividades, è um excelente exemplo de uma empresa detida por capitais exclusivamente públicos, contribuindo para o equilíbrio ambiental e sustentável, o desenvolvimento regional e nacional, promovendo o equilíbrio da balança comercial de produtos agrícolas. Só a título de exemplo, em 2010 a “ CL “ atingiu a cota máxima de produção de arroz cerca de 8000 Kg/hectare, com o total de produção de 7 000 000 Kg, nos seus 1100 hectares dedicados a este tipo de cultura, tornando-se assim no maior produtor nacional.
Poder-se-á dizer que nem tudo o que è do Estado, ou participado pelo Estado, é mau ou deficitário, pois em 2010 e segundo o relatório e contas desta mesma empresa, o mesmo apresenta resultados muito positivos, mesmo tendo em conta a “seca” e algum desequilibrio climático que vem afectando a agricultura em geral, o decréscimo dos preços dos produtos nos mercados e também o reflexo da crise financeira internacional e do nosso país.
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