"Mais difícil que ser filósofo, menos fácil que ser ministro, mais custoso ainda que ser toureiro, é ser crítico de toiros em Portugal. O filósofo, quanto menos o percebem, mais o admiram. O ministro pode fazer tolices, comprometer o bom nome da nação, sacrificar ao interesses das clientelas o interesse nacional - e nada disto impede que a pátria, reconhecida, lhe levante uma estátua. O toureiro, se é bom, não tem mais que um inimigo, que é o toiro - e, mesmo quando não pode com esse, diz ao público que não presta e o público não lhe nega as suas palmas. O crítico, pelo contrário, todos o compreendem e ninguém o admira; e tem inimigos nos toiros, nos toureiros, nos públicos, nos filósofos e até nos ministros. Desgraçado, tem que poder com todos."
- D. Bernardo da Costa (Mesquitella)
(1934)
Foto D.R.
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