Meia casa, com predominância nos sectores de sombra, presenciou a Corrida Ovibeja 2009. Homenagem ao Ganadeiro José Batista Cruz e Crujo, singela, tendo em conta a grandeza deste homem quer para a festa quer para a Região, deveria ter tido outra envolvência, quer de publico, quer de actos por parte das entidades com responsabilidade para tal, para além do descerrar puro e simples, de um lápide evocativa, no Pátio Amaro Lameira da Praça José Varela Crujo.
O curro apresentado ostentou o cinco na espádua direita, estava muito no tipo da ganadaria, bem rematado e cuidado. Desigual de jogo, sendo de maior interesse os da segunda parte do espectáculo. Nota mais alta para as condições evidenciadas pelo quarto da ordem, de extrema nobreza e com motor e para o crescendo do último da corrida claramente de menos a mais.
João Moura, regressou a Beja e encontrou o melhor lote da corrida, lidou como quis o primeiro que lhe tocou, uma verdadeira tourinha. Gostámos mais da sua segunda actuação, mais ligada com um oponente que pedia mais lide e critério, puxou dos galões e justificou o porque de ser figura em três décadas. Entendeu o oponente na perfeição, bregou com critério e foi com seriedade para os ferros, que rematou com ladeios em cima a aproveitar o carregar do castanho churreado, nos remates. Chegou às bancadas e mereceu o prémio para Melhor cavaleiro em praça, tendo em conta o global das duas lides.
Tito Semedo, cavaleiro que tinha no Sr. José Crujo um Pai, deixou desde cedo transparecer o significado da data e quis desde inicio que, a mesma tivesse a sua marca. O imponente comprido a aproveitar a saída á praça do seu primeiro foi disso exemplo, e correspondeu á primeira reacção calorosa do publico. A lide registou depois altos e baixos. Um bom curto com batida ao píton contrario, parecia lançar uma actuação grande, mas o sentido do oponente tirou brilhantismo aos dois outros iguais, que quis deixar. Trocou de montada e de estratégia e terminou em bom plano. No seu segundo, um toiro que incomodava e apertava nas reuniões com muita casta, esteve sublime, na forma como o entendeu, como o levou sempre contrariado e como bregou e cravou em sortes cingidas, sem um toque, num toiro que procurava o cavaleiro com mangada alta na reunião. Apreço para a forte ajuda que foi o Descarado, um ruço de seu ferro a seguir com atenção. Se o prémio fosse atribuído ex-aequou não desluziria. Se fosse para a melhor lide da tarde teria de ser para a segunda de Semedo. Justificou outros voos em 2009.
António Brito Paes, foi “presenteado” com o lote de menor potabilidade. O seu primeiro foi o mais manso do “encierro”, desde cedo se tapou e investia aos arreões. “Mia” não lhe deu a volta e ficou com pouco que contar a primeira actuação. O seu segundo, pouco claro de inicio, cresceu ao longo da lide, especialmente depois de cuidado no capote de seu irmão, durante a troca de montada. O cavaleiro percebeu-o na perfeição e rubricou actuação correcta, de comunicação com as bancadas, onde se viram bons ferros, com critério de colocação e domínio das sortes e remates. Dava a impressão que o toiro ainda ia a mais e o toureiro com ele. Bonito fecho para uma tarde em que, não foram precisas martingalas de adorno para se ter boas e sobretudo, interessantes lides. O nosso Olé para o profissionalismo dos três cavaleiros, infelizmente nem sempre reconhecido pelo publico, na medida justa.
Os nossos aficcionados começam a precisar de um refrescamento de conceitos artísticos taurinos!!
No capitulo das Pegas, quem olha para a estatística e vê 14 tentativas para seis toiros e só dois á primeira, ficava com a ideia que era um curro de “assassinos”. Nada disso, era um curro de Toiros a sério, só isso. Os forcados foram os “culpados” em várias ocasiões de terem que “ir lá” mais que uma vez, numa tarde em que os ajudas de ambos lados “resolveram” a papeleta, sempre que tiveram ensejo de o fazer.
Pela positiva, a postura e maneira de estar diante dos toiros em todos os aspectos de forcados de cara e restante Grupo, nas pegas ao segundo da tarde por João Fialho de Beja e ao terceiro por João Caldeira de Montemor.
Este ganhou merecidamente o prémio da melhor pega, pela maior impetuosidade e exigência do Varela Crujo, que o tentou tirar de má maneira no seu caminho, quando viajava para dentro do grupo, depois de uma saída a empregar-se e de luta.
Viu-se um exemplo de que são os toiros que dão as pegas. E como os Grupos não pegam os mesmos toiros, não faz sentido (numa lógica de Justiça) que se insistam em prémios para a melhor pega. Faz sentido a melhor actuação de Grupo, desde que se peguem no mínimo três toiros por grupo, para que a análise seja consistente. Não se trata de uma critica a quem instituiu os prémios da tarde, mas a uma recorrente instituição de prémios de melhor pega em muitas corridas, quando o que faz mais sentido é sem duvida, a melhor actuação de Grupo. E já agora.... ao Grupo mais regular da Época. Sendo aí mais aberrante a escolha de o melhor forcado, como tem sido prática por várias instituições de prémios de época. Pergunto eu...existe algum júri que consiga ver todas as actuações de forcados de uma época, para analisar e atribuir um prémio desses com consistência?
Voltando ás pegas em Beja. Por Montemor abriu o experiente e valente João Mantas, não esteve nas suas tardes, consumou á terceira numa viagem descomposta depois de boa reunião (na primeira faltou braço, esperemos que não tenha a ver com a lesão sofrida o ano passado com fractura de um braço num toiro de Miura, na segunda, o toiro humilhou muito e o forcado ficou preso debaixo). Filipe Mendes saiu lesionado na cara com gravidade na única tentativa que fez e foi dobrado por João Romão, que consumou á segunda com decisiva ajuda a compo-lo na cara do oponente (ambos tiveram que entrar muito nos terrenos do toiro e não recuaram o suficiente para sair de lá e mandar nas reuniões, o que associado ao derrote violento e por alto que o toiro tinha de entrada, levou a duas tentativas sem sucesso).
Por Beja foi quase mais do mesmo no toiro de Ricardo Soares, fez tudo bem, menos receber o toiro sentado na primeira tentativa e este descompôs a reunião, indo procurá-lo por cima, na segunda melhorou um pouco e aguentou viagem por alto muito bem ajudado. Alcides Coxilha fechou a tarde á quarta ( a meias com a decisão de Jeremias Lencastre que abraçou o toiro e o seu colega de cara), depois de três tentativas em que não mandou na reunião, calado, não alegrou um toiro que tinha de vir “à voz” para contrariar a tendência, para ir buscar o forcado pelas “chinelas”.
Uma palavra de apreço à ética evidenciada pelos intervenientes, que se recusaram a dar volta arena por não terem estado bem. E um comentário em jeito de alerta (sem qualquer tipo de presunção). Continuo a não perceber porque é que os forcados não dão volta á arena, quando cumpriram a sua função com dignidade e bem, sempre que o cavaleiro de turno não quer dar por motivo oposto. Como aconteceu com João Caldeira de Montemor. Brito Paes entendeu e bem não dar volta e Caldeira tinha dado, porque era merecida e justa, a tal ponto de ter sido premiada. É certo que o publico não insistiu, mas...cabe também aos artistas educá-lo e formá-lo....
No final, João (mais um) Marujo Silva “El Juanito”, lidou extra espectáculo uma bezerra do homenageado, fechando uma tarde com graciosidade e caminho apontado ao futuro pela juventude, aquela que sempre teve em José Crujo um incondicional companheiro.
Dirigiu sem problemas António dos Santos assessorado pelo Dr. João Andrade a primeira corrida da época do Centenário da Praça José Varela Crujo ( que só irá para o chão quando uma nova estiver concluída), com embolação e ferragem a cargo dos Irmãos Pinheiro e abrilhantada pela Banda da Sociedade Filarmónica Capricho Bejense.
O curro apresentado ostentou o cinco na espádua direita, estava muito no tipo da ganadaria, bem rematado e cuidado. Desigual de jogo, sendo de maior interesse os da segunda parte do espectáculo. Nota mais alta para as condições evidenciadas pelo quarto da ordem, de extrema nobreza e com motor e para o crescendo do último da corrida claramente de menos a mais.
João Moura, regressou a Beja e encontrou o melhor lote da corrida, lidou como quis o primeiro que lhe tocou, uma verdadeira tourinha. Gostámos mais da sua segunda actuação, mais ligada com um oponente que pedia mais lide e critério, puxou dos galões e justificou o porque de ser figura em três décadas. Entendeu o oponente na perfeição, bregou com critério e foi com seriedade para os ferros, que rematou com ladeios em cima a aproveitar o carregar do castanho churreado, nos remates. Chegou às bancadas e mereceu o prémio para Melhor cavaleiro em praça, tendo em conta o global das duas lides.
Tito Semedo, cavaleiro que tinha no Sr. José Crujo um Pai, deixou desde cedo transparecer o significado da data e quis desde inicio que, a mesma tivesse a sua marca. O imponente comprido a aproveitar a saída á praça do seu primeiro foi disso exemplo, e correspondeu á primeira reacção calorosa do publico. A lide registou depois altos e baixos. Um bom curto com batida ao píton contrario, parecia lançar uma actuação grande, mas o sentido do oponente tirou brilhantismo aos dois outros iguais, que quis deixar. Trocou de montada e de estratégia e terminou em bom plano. No seu segundo, um toiro que incomodava e apertava nas reuniões com muita casta, esteve sublime, na forma como o entendeu, como o levou sempre contrariado e como bregou e cravou em sortes cingidas, sem um toque, num toiro que procurava o cavaleiro com mangada alta na reunião. Apreço para a forte ajuda que foi o Descarado, um ruço de seu ferro a seguir com atenção. Se o prémio fosse atribuído ex-aequou não desluziria. Se fosse para a melhor lide da tarde teria de ser para a segunda de Semedo. Justificou outros voos em 2009.
António Brito Paes, foi “presenteado” com o lote de menor potabilidade. O seu primeiro foi o mais manso do “encierro”, desde cedo se tapou e investia aos arreões. “Mia” não lhe deu a volta e ficou com pouco que contar a primeira actuação. O seu segundo, pouco claro de inicio, cresceu ao longo da lide, especialmente depois de cuidado no capote de seu irmão, durante a troca de montada. O cavaleiro percebeu-o na perfeição e rubricou actuação correcta, de comunicação com as bancadas, onde se viram bons ferros, com critério de colocação e domínio das sortes e remates. Dava a impressão que o toiro ainda ia a mais e o toureiro com ele. Bonito fecho para uma tarde em que, não foram precisas martingalas de adorno para se ter boas e sobretudo, interessantes lides. O nosso Olé para o profissionalismo dos três cavaleiros, infelizmente nem sempre reconhecido pelo publico, na medida justa.
Os nossos aficcionados começam a precisar de um refrescamento de conceitos artísticos taurinos!!
No capitulo das Pegas, quem olha para a estatística e vê 14 tentativas para seis toiros e só dois á primeira, ficava com a ideia que era um curro de “assassinos”. Nada disso, era um curro de Toiros a sério, só isso. Os forcados foram os “culpados” em várias ocasiões de terem que “ir lá” mais que uma vez, numa tarde em que os ajudas de ambos lados “resolveram” a papeleta, sempre que tiveram ensejo de o fazer.
Pela positiva, a postura e maneira de estar diante dos toiros em todos os aspectos de forcados de cara e restante Grupo, nas pegas ao segundo da tarde por João Fialho de Beja e ao terceiro por João Caldeira de Montemor.
Este ganhou merecidamente o prémio da melhor pega, pela maior impetuosidade e exigência do Varela Crujo, que o tentou tirar de má maneira no seu caminho, quando viajava para dentro do grupo, depois de uma saída a empregar-se e de luta.
Viu-se um exemplo de que são os toiros que dão as pegas. E como os Grupos não pegam os mesmos toiros, não faz sentido (numa lógica de Justiça) que se insistam em prémios para a melhor pega. Faz sentido a melhor actuação de Grupo, desde que se peguem no mínimo três toiros por grupo, para que a análise seja consistente. Não se trata de uma critica a quem instituiu os prémios da tarde, mas a uma recorrente instituição de prémios de melhor pega em muitas corridas, quando o que faz mais sentido é sem duvida, a melhor actuação de Grupo. E já agora.... ao Grupo mais regular da Época. Sendo aí mais aberrante a escolha de o melhor forcado, como tem sido prática por várias instituições de prémios de época. Pergunto eu...existe algum júri que consiga ver todas as actuações de forcados de uma época, para analisar e atribuir um prémio desses com consistência?
Voltando ás pegas em Beja. Por Montemor abriu o experiente e valente João Mantas, não esteve nas suas tardes, consumou á terceira numa viagem descomposta depois de boa reunião (na primeira faltou braço, esperemos que não tenha a ver com a lesão sofrida o ano passado com fractura de um braço num toiro de Miura, na segunda, o toiro humilhou muito e o forcado ficou preso debaixo). Filipe Mendes saiu lesionado na cara com gravidade na única tentativa que fez e foi dobrado por João Romão, que consumou á segunda com decisiva ajuda a compo-lo na cara do oponente (ambos tiveram que entrar muito nos terrenos do toiro e não recuaram o suficiente para sair de lá e mandar nas reuniões, o que associado ao derrote violento e por alto que o toiro tinha de entrada, levou a duas tentativas sem sucesso).
Por Beja foi quase mais do mesmo no toiro de Ricardo Soares, fez tudo bem, menos receber o toiro sentado na primeira tentativa e este descompôs a reunião, indo procurá-lo por cima, na segunda melhorou um pouco e aguentou viagem por alto muito bem ajudado. Alcides Coxilha fechou a tarde á quarta ( a meias com a decisão de Jeremias Lencastre que abraçou o toiro e o seu colega de cara), depois de três tentativas em que não mandou na reunião, calado, não alegrou um toiro que tinha de vir “à voz” para contrariar a tendência, para ir buscar o forcado pelas “chinelas”.
Uma palavra de apreço à ética evidenciada pelos intervenientes, que se recusaram a dar volta arena por não terem estado bem. E um comentário em jeito de alerta (sem qualquer tipo de presunção). Continuo a não perceber porque é que os forcados não dão volta á arena, quando cumpriram a sua função com dignidade e bem, sempre que o cavaleiro de turno não quer dar por motivo oposto. Como aconteceu com João Caldeira de Montemor. Brito Paes entendeu e bem não dar volta e Caldeira tinha dado, porque era merecida e justa, a tal ponto de ter sido premiada. É certo que o publico não insistiu, mas...cabe também aos artistas educá-lo e formá-lo....
No final, João (mais um) Marujo Silva “El Juanito”, lidou extra espectáculo uma bezerra do homenageado, fechando uma tarde com graciosidade e caminho apontado ao futuro pela juventude, aquela que sempre teve em José Crujo um incondicional companheiro.
Dirigiu sem problemas António dos Santos assessorado pelo Dr. João Andrade a primeira corrida da época do Centenário da Praça José Varela Crujo ( que só irá para o chão quando uma nova estiver concluída), com embolação e ferragem a cargo dos Irmãos Pinheiro e abrilhantada pela Banda da Sociedade Filarmónica Capricho Bejense.
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