quinta-feira, 25 de junho de 2009

A ultima de Badajoz



Uma corrida de toiros grande, que se transformou numa grande corrida de toiros; foi o que aconteceu esta tarde em Badajoz.
A empresa anunciava “um grandioso acontecimento taurino corrida de homenagem à aficion” e para isso contratou quatro grandes figuras: Enrique Ponce, António Ferrera, El Juli e Cayetano, oito toiros de Daniel Ruiz,; um cartel montado com coragem, reconhecimento e arrojo pela empresa Coso de Badajoz, SL que permitiu que em vez de mais uma corrida de toiros o caso fosse sim um acontecimento taurino digno de relevo.

Enrique Ponce é um maestro no Mundo taurino, um toureiro que tem uma sabedoria imensa, uma classe incontestável, uma sobrada ética, e à ética no toureio meus Senhores, chama-se: Toreria. Foi isto que vimos hoje em Badajoz; Ponce no seu primeiro executa uma grande faena a um toiro cumpridor, com laivos de bravura que Ponce aproveitou da melhor forma, precisão toureira com toureio em redondo por naturais, maestria de rara beleza, mata á segunda e corta a primeira orelha da tarde. No seu segundo brinda a Israel Lancho e desenha uma faena em crescendo, em que só quem conhece Ponce e o seu poderio acreditava que ia sair a faena que saiu; inventa toiro onde por vezes falta (Era bravo mas com pouca força), ensina o toiro, recomenda-lhe terrenos, acredita e faz acreditar, espreme-o ao máximo; transcendente tanda por naturais debaixo de fortes Olés, forte ovação, duas orelhas incontestáveis.

Ferrera repetia hoje em Badajoz e não podia deixar fugir o triunfo, começa como sempre “ganhando” meia orelha com as bandarilhas, e diga-se de passagem que merecidamente; “incendeia” o público, tem uma primeira boa faena a um bom toiro que ele aproveitou da melhor forma, corta uma orelha e fica com mais meia (mas agora meia porta grande). No seu segundo irreverente com o capote de larga afarolada de joelhos repetindo; estrondoso nas bandarilhas, o público pede o quarto par já depois do toque de mudança de tércio, mas agora ele incendiado pelo público acede a colocar e crava mais um par de excelente nota, aplausos fortes e inicia uma grande faena que começa no sector oito e termina no sector cinco, ou melhor de sol a sol, onde está o seu público; toureio variado executado em redondo e de largo, boa tanda por naturais, corta as duas orelhas, a segunda por “birra” do público, uma estava bem, a porta grande já estava aberta.

El Juli, todo um toureiro; leva o seu primeiro por verónicas desde tábuas até a centro da arena, de seguida uma faena meticulosa e valente, “metendo-se” dentro do toiro, dando-lhe o corpo, com os pitons em pêndulo junto aos pés, uma faena para aficionados, mata de meia estocada e descabelho; o sol estava agora distraído, a descansar de aplaudir Ferrera, corta uma orelha, poderiam ter sido duas, e a preço justo….
Na sua outra faena, toureia mais do que aquilo que o toiro permitia e merecia, mas Juli como maestro que é imprime-lhe mais uma boa faena e corta mais uma orelha.

Cayetano ficou com o pior lote, o seu primeiro foi assobiado no arraste; e no segundo Cayetano ao ver que os seus companheiros já tinham a porta grande assegurada, vai tentar também não sair apeado, faz faena no sector de sol e a coisa resulta, boas series em redondo, e termina sob fortes Olés, mata de estocada inteira, mas o toiro tarda um pouco a tombar, ainda assim cobra uma orelha, aliviando o “costillero”.

Termina assim de excelente forma esta Feira de São João em Badajoz, com vinte e nove orelhas cortadas, nenhuma colhida e talvez com um pouco menos de público que em anos anteriores, principalmente Português. Mas face á crise que assola Portugal e Espanha podemos falar de um saldo sobejamente positivo em termos de público, e ficam os desejos que para o ano a coisa melhor, é que não há falta de aficionados, andam sim é mais “aliviados” de euros.

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