Praça de Toiros: Campo Pequeno
Data: 2 de Julho de 2009, pelas 22 horas
Empresa: Sociedade do Campo Pequeno, S.A.
Ganadaria: 6 Toiros de Ortigão Costa Cavaleiro: António Ribeiro Telles
Matador: Morante de la Puebla
Grupo de Forcados: Amadores de Santarém, capitaneados por Diogo Sepúlveda
Assistência: Praça Cheia
Delegados da IGAC: Delegado técnico tauromáquico Sr. António dos Santos, assessorado pelo médico veterinário Dr. Mota Ferreira.
Banda: Samouco
A Praça de Toiros do Campo Pequeno abriu as suas portas para mais uma corrida integrada no Abono da Temporada 2009. Com o slogan um "acontecimento taurino para a História" esta corrida mista colocou em competição duas formas de tourear e duas escolas clássicas de toureio. Desta forma, a empresa do Campo Pequeno montou uma corrida onde estiveram "mano-a-mano", a mais pura forma de tourear a cavalo à portuguesa – protagonizada pelo mais clássico dos cavaleiros António Ribeiro Telles – e a escola sevilhana de toureio apeado – tendo como figura maior o matador Morante de la Puebla.Antes da corrida foi anunciada a entrega do "Galardão Prestígio Campo Pequeno 2008" a Mestre David Ribeiro Telles, que por motivos de doença não pode receber o merecido prémio. Em sua substituição esteve o seu filho Manuel Ribeiro Telles.O curro de toiros da ganadaria de Ortigão Costa saiu à praça com boa apresentação e bem rematado de carnes - quer nos toiros para o toureio a cavalo, quer nos toiros para a parte apeada - com pesos a variar entre os 477 Kg e os 595 Kg. No entanto, tiveram um comportamento irregular e por vezes pouco colaboradores, destacando-se o quarto e sexto toiro que cumpriram, sem complicar.Abriu praça o cavaleiro António Ribeiro Telles que teve um noite menos inspirada na arena da capital. No seu primeiro toiro, cravou os três compridos da ordem, tendo sido tocado no segundo, pois o toiro adiantou-se no momento da reunião. Na passagem para os curtos, esteve em plano regular, deixando uma série de quatro ferros, com destaque para o segundo – bem rematado – e para o terceiro cravado ao estribo e de alto a baixo. No segundo do seu lote, António Telles teve uma lide de menos a mais. Com um toiro parado, que procurou sempre refugiar-se em tábuas, o cavaleiro da Torrinha deixou três compridos regulares. Para a cravagem dos curtos, António Ribeiro Telles esforçou-se sempre por colocar o toiro nos médios, procurando garantir a colocação dos ferros com mais verdade. A lide foi em crescendo, pois se nos primeiros três curtos Telles esteve abaixo das suas potencialidades, nos restantes três o cavaleiro veio a mais, preparando bem as sortes, cravando com rigor ao estribo e deixando os melhores ferros da noite, com destaque para o quinto e para o sexto, cravados com verdade. No último toiro do seu lote - um toiro parado e que não transmitiu – o cavaleiro da Torrinha deixou três compridos regulares. Nos curtos, procurando ligar o toiro com o cavalo, cravou cinco ferros regulares. Faltando toiro para rematar as sortes, Telles limitou-se a cravar a ferragem da ordem, destacando-se apenas o terceiro curto à tira.Depois de ser considerado o triunfador da Isidrada de Madrid, o matador espanhol Morante de la Puebla apresentou-se em Lisboa, criando nos aficionados portugueses uma expectativa bastante elevada. No seu primeiro toiro, o espanhol lanceou bem com o capote à verónica. Com a muleta, perante um toiro que não transmitiu e que mostrou poucas condições de lide, Morante limitou-se a dar uns muletazzos pouco ligados, sem história. No segundo toiro que lhe coube em sorte, o matador desenhou duas bonitas séries de verónicas, finalizando a última com uma meia Verónica plena de emoção. Com a muleta Morante mostrou todo o seu toureio, desenhando uma faena bonita e bem ligada. Com a mão direita toureou ao natural, com o toiro humilhado e com passes sempre ligados, plenos de verdade. Na passagem para a mão esquerda, deixou também uma boa série de naturais. De novo com a direita, toureou a gosto, sempre descoberto, terminando em plano alto uma faena onde parou, mandou e templou um toiro colaborante e que não complicou. No sexto e último toiro da noite, o matador espanhol volta a estar em plano superior. Com a capote lanceou bem, com bonitas verónicas. Na muleta, preparou a faena, colocando o toiro no centro da arena e desenhando, desde logo, uma série de muletazzos com a mão direita. Com a mão esquerda toureia ao natural, mas é com a mão direita que Morante traz o toiro humilhado, com passes por baixo bem ligados, toureando em redondo e encurtando os terrenos, num toureio onde houve profundidade.Quanto ao capítulo dos forcados, para pegar os ortigões estava em praça o Grupo de Forcados Amadores de Santarém. Abriu praça o cabo Diogo Sepúlveda, executando aquela que foi a melhor pega da noite. Com um cite bonito e mostrando-se bem, o forcado da cara aguentou e recuou o suficiente para se fechar com segurança à primeira, com o grupo a ajudar coeso. À cara do terceiro da noite foi o forcado António Grave de Jesus. Depois de estar colocado, o toiro arrancou com prontidão para o forcado, que se fechou bem ao primeiro intento, com as ajudas a fechar nas tábuas. Para o quinto toiro da ordem, o escolhido foi Gonçalo Veloso. Citando de largo e dando vantagens ao toiro, o forcado aguentou a arrancada do toiro mas a reunião não foi bem conseguida. Na segunda tentativa, Veloso voltou a citar devagar e de pés juntos. Aguenta de novo a investida de toiro mas na reunião o toiro levanta a cara e forcado saiu, tendo sido colocado de novo na cara do toiro pelas ajudas. Vai de novo à cara do toiro para corrigir a pega e, à terceira tentativa encurtando vantagens, concretiza a pega reunindo e fechando-se com segurança, com todo o grupo a ajudar correctamente.
O Mais e o Menos
+ A ideia da empresa do Campo Pequeno em colocar em competição duas figuras: uma representante do toureio a cavalo clássico à portuguesa e outra da escola sevilhana de toureio apeado;
+ Morante de la Puebla que deu a volta por cima ao seu segundo e terceiro toiro;
- Nada a destacar.
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