segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Corrida de Toiros com Cheiro a Festival em Santarém


- Praça de toiros Celestino Graça em Santarém
- Data: 03 de Outubro de 2009, pelas 16.30 horas
- Empresa: Aplaudir, Lda.
- Ganadarias: Romão Tenório, Passanha, Prudêncio, António Silva, Canas Vigouroux e Murteira Grave.
- Cavaleiros: Tito Semedo, Manuel Caetano, Manuel Telles Bastos, Duarte Pinto e Francisco Palha.
- Cavaleiro Praticante: Tomás Pinto.
- Grupos de Forcados Amadores: de Santarém e Vila Franca, capitaneados por Diogo Sepúlveda e Vasco Dotti, respectivamente
- Assistência: 1/3 de casa
- Delegados da IGAC: Delegado técnico tauromáquico Sr. José Tinoca, assessorado pelo médico veterinário Dr. João Maria Nobre.

Quem pensava assistir uma corrida de toiros numa praça de 1ª categoria, com todos os ingredientes que lhe estariam associados, enganou-se. A corrida de toiros foi antes um festival com alguns laivos – poucos – de corrida, que, nesta ocasião, era a favor da Santa Casa da Misericórdia de Santarém.

Os toiros de várias ganadarias, com excepção dos exemplares enviados pela ganadaria de Francisco Romão Tenório, estavam ferrados com o 6 na espádua e, em termos de apresentação, os das ganadarias Passanha e Casa Prudêncio eram indignos de figurar em numa corrida de toiros de qualquer praça do país, quanto mais numa desta categoria. Os restantes estavam bem apresentados, com destaque para o exemplar de António Silva, que, infelizmente, teve que ser substituído pelo sobrero de Romão Tenório.

Nas lides a cavalo iniciou a tarde Tito Semedo que, perante um toiro que nada transmitia e com pouca mobilidade, construiu uma lide bastante correcta. Foi buscar o toiro à porta dos curros, parou e cravou três ferros compridos que se destacaram pela sua colocação. Com cites em curto a não deixar o toiro descair para tábuas deixou cinco bons ferros curtos, bem rematados, encerrando a sua actuação com dois ferros de palmo também de nota positiva.

Manuel Caetano teve uma actuação que foi de menos a mais. Começou com um comprido à porta gaiola de deficiente colocação e o segundo foi deixado em sorte muito aliviada e traseiro, fruto da forte batida ao piton contrário que a antecedeu. Nos curtos os dois primeiros foram colocados à garupa e em reuniões pouco conseguidas e os três seguintes – talvez por ter escutado música – foram de execução correcta com nota positiva. Encerrou a lide da pior forma com um primeiro violino falhado e com um violino seguido de palmo sem história.

Duarte Pinto lidou em terceiro lugar, em virtude de o terceiro toiro da ordem ter sido recolhido por deficiência física. Apresentou-se com vontade de agradar, mas a sua actuação foi algo irregular, com bons ferros, misturados com alguns falhanços inadmissíveis. Dois compridos a abrir, com o primeiro a ficar traseiro e caído e sete curtos (dois deles não conseguidos por não acertar no exemplar que lhe calhou em sorte) constituíram a sua passagem por Santarém no encerramento da temporada naquela praça. Apesar de tudo, no final da lide deu volta.

Manuel Telles Bastos, lidou o sobrero da corrida e conseguiu uma muito boa actuação, bem ao seu estilo clássico. Com uma brega cuidada, colocando o toiro sempre nos melhores terrenos para cravar, sem intervenção dos seus subalternos, deixou ferros de boa nota, em sortes frontais e cingidas nas reuniões. Abriu o toiro com duas tiras de boa execução e, dos curtos, destacaram-se, com nota alta, os 2º, 3º e 5º. Encerrou com dois ferros de palmo também muito bons, saindo debaixo de fortes aplausos. Só não percebemos porque não soou música mais cedo…

Francisco Palha conseguiu, também ele, uma boa lide, mexendo bem no toiro/novilho e com critério na escolha dos terrenos para a cravagem. Dois compridos em sortes um pouco aliviadas, mas de execução correcta e cinco curtos de boa nota, com destaque para o 2º, pela justeza da reunião e para o quarto pelos terrenos de compromisso em que o colocou, preencheram uma boa actuação no novel cavaleiro de alternativa.

Tomás Pinto, o único cavaleiro praticante desta tarde, perante um exemplar muito reservado e que esperava muito, parando-se no momento de cravar, sentiu algumas dificuldades. Começou por falhar a colocação do primeiro ferro comprido, para depois emendar comum outro de boa nota, resultando o terceiro algo caído. Nos curtos, embora as reuniões não tivessem acontecido da melhor forma por falta de toiro, destacaram-se os três primeiros. No final e acedendo ao pedido de alguma parte do público acedeu a cravar mais um ferro, o que fez com grandes dificuldades e a muito custo, ouvindo alguns assobios. No final deu volta.

O Grupo de Forcados Amadores de Santarém deu início à tarde de pegas por intermédio de António Gomes Pereira, que, após um bom cite e perante um toiro que denotava algumas dificuldades de visão, mandou vir, reunindo bem e conseguindo uma muito boa pega, bem ajudado pelo grupo. Para pegar o terceiro da tarde saiu Francisco Goes que citou de largo e, com o toiro a arrancar de pronto, conseguiu uma pega sem grandes dificuldades. Encerrou bem a tarde de pegas do grupo o forcado João Brito que citou de mais de meia praça e , com o toiro a arrancar com muita pata conseguiu uma reunião correcta e vistosa, aguentou fortes derrotes por alto, numa grande pega, com o grupo a mostrar muita coesão.

Pelo Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca começou Flávio Henriques, que, após um cite correcto, não conseguiu reunir da melhor forma, não se fechando na cara do toiro/novilho. À segunda corrigiu no momento de reunir e conseguiu uma boa pega à barbela, bem ajudado pelo grupo. Pedro Henriques foi o escolhido para a pega do quarto da tarde. Citou com muita calma, mostrando-se muito bem a um toiro que aparentava ver apenas a uma distância muito curta, mandou vir, recuou e reuniu de forma correcta para uma boa pega, com o grupo a ajudar bem. Encerrou a tarde de pegas Pedro Castelo, que, perante um exemplar muito reservado e que arrancou após um toque de capote, reuniu bem de braços, aguentou violentos derrotes até aos limites do possível e saiu seriamente lesionado, sem conseguir consumar a pega. Para o substituir saiu Diogo Pereira, que com uma boa primeira ajuda, conseguiu uma rija pega, aguentando fortes derrotes, com o grupo a demonstrar uma grande coesão.

O Mais e o Menos
+ Nada a registar.
- Os exemplares enviados pelas ganadarias Passanha e Casa Prudêncio.

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