Rectificação: Rouxinol, afinal, não saíu em ombros pela "porta grande"...

Miguel Alvarenga - Faz parte da "saloice nacional" e apesar de Rui Bento (gestor taurino do Campo Pequeno) ter conhecido, por várias vezes, a glória de ter saído em ombros pela "porta grande" de algumas praças, a verdade é que ainda não se dignou ensinar aos "acartadores" de toureiros em Lisboa como isso se processa...
Ontem, Luis Rouxinol terá saído, aparentemente, em ombros da praça do Campo Pequeno. Honra merecidíssima, sem dúvida, face às duas magistrais actuações que ali rubricou, em directo para o país, visto a tourada ter sido transmitida pela TVI. Mas, afinal, não saíu...
Sair em ombros pela "porta grande" de uma praça, é sair em ombros porta fora, até à rua, até ao carro, que deverá estar estacionado defronte da praça, neste caso na Avenida da República, até que levem ao toureiro até lá. Para já não falar, como uma noite aconteceu com o mítico Curro Romero, de ser levado em ombros Lisboa fora, desde o Campo Pequeno até ao Hotel Palace, nos Restauradores/Rossio...
No Campo Pequeno, os toureiros que conseguem a honraria de "sair em ombros", dão meia voltita à arena ao colo de uns rapazes (presume-se que pertencentes à empresa ou amigos, pelo menos...) e depois largam-nos a meio do corredor, assim como se fossem apanhar simplesmente o Metropolitano... É triste. É à portuguesa, concerteza...
Uma saída em ombros implica, como na foto da esquerda, uma foto "monumental", com a fachada da praça atrás e o toureiros gloriosamente ao colo, na rua. Como a foto de Ventura numa das duas saída em ombros deste ano em Madrid.
Em Lisboa, não há fotos possíveis dos triunfadores em ombros na rua, com a fachada principal da praça atrás... como se impunha e como é "de lei". Por cá, apeiam os toureiros no corredor, estilo "vai ali ao bar beber uma b'jeca ou então apanha o corredor que vai dar ao Metro" e na rua... nicles!
Ontem, os repórteres fotográficos foram para a porta principal do Campo Pequeno, à espera de apanhar o triunfador Rouxinol a sair aos ombros, mas o toureiro saíu... a penantes.
É pena e é triste que sejamos tão parvinhos e tão saloios. Andamos uma vida inteira a querer imitar os espanhóis, mas não há meio de conseguirmos. Ó Rui Bento, explique lá aos "homes" que é preciso trazer os toureiros até à rua! Também não custa nada falar-lhes. Pode ser que entendam e para a próxima...
Mais, ainda: quem viu a corrida em directo pela TVI, nem soube que Rouxinol saira em ombros. Eu só soube esta manhã pelos sites. A TVI acabou a transmissão com o Hino... Ficou por ali. A glória de Rouxinol não teve honras de televisão... Nem de público já que, a atestar pela foto que aqui publicamos, as bancadas já estavam vazias quando tal aconteceu...

Fotos Carlos Nuñez/Toromedia e João Dinis