- Praça de Toiros: Évora
- Data: 27/05/2010 pelas 21.30 horas
- Organização: Terra Brava
- Ganadaria: Murteira Grave
- Cavaleiros: Joaquim Bastinhas, Rui Salvador, Luís Rouxinol, Victor Ribeiro, Bastinhas Jr. e João Soller Garcia
- Grupos de Forcados Amadores: de Évora, sendo cabo o Exmo. Sr. Bernardo Patinhas.
- Assistência: 3/4 casa forte
- Delegados da IGAC: Delegado técnico tauromáquico Sr. César Marinho assessorado pelo Médico Veterinário Dr. João Infante.
- Banda: Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 de Alcochete
Numa noite agradável, à excepção do primeiro touro, a Ganadaria Grave presenteou-nos com um curro que permitiram aos diversos cavaleiros a obtenção de boas actuações, o que seguramente terá agradado aos muitos aficionados que uma vez mais se dirigiram à Praça de Évora para mais um espectáculo. Bem apresentados conforme é apanágio da Ganadaria, os pesos dos touros variaram entre os 520kg e 590kg.
Abriu praça o cavaleiro Joaquim Bastinhas (alternativa em Évora a 15/05/1983) perante o touro manso e menos esclarecido da noite. Brindou a sua lide ao Ganadero Joaquim Manuel Murteira Grave. Apesar das dificuldades, o cavaleiro foi cravando a ferragem da ordem sem no entanto obter grandes momentos de registo.
Seguiu-se o cavaleiro Rui Salvador (alternativa a 9-08-1984 no Campo Pequeno) que igualmente brindou ao Ganadero. Perante um oponente que foi correspondendo sucessivamente aos desafios do cavaleiro, conseguiu alguns ferros de bom recorte, tal como o 2º comprido no qual saiu dos curros em terrenos curtos em relação ao touro, e a generalidade da ferragem curta. Realce para o quarto curto, em que o cavaleiro aguenta a investida do touro, carrega no momento certo e deixa um excelente ferro ao estribo. Volta.
O terceiro da ordem foi lidado pelo cavaleiro Luís Rouxinol (alternativa em Santarém a 10/06/1987) que brindou a sua lide ao Grupo de Forcados Amadores de Évora. Abriu a lide com um excelente comprido à tira. Dos restantes ferros cravados, realçamos o seu quarto curto. Não termina a sua actuação sem cravar um ferro de palmo e aquela que também é a sua imagem de marca, o par de bandarilhas. Volta.
Abriu a segunda parte do espectáculo o cavaleiro Vitor Ribeiro (alternativa na Moita do Ribatejo a 28/05/2000). Cumprida com regularidade a ferragem comprida, foi na cravagem dos curtos que o cavaleiro atingiu os seus melhores momentos na corrida, sempre com grande cuidado na preparação da cravagem e no rematar do ferro, sendo de realçar o 4º e em especial o 5º curto, que eventualmente terá sido o ferro da noite. Indo de praça a praça, na cara do touro faz um cambio, cravando com acerto um ferro ao estribo que empolgou o publico. Volta.
O quinto touro da noite foi toureado por Bastinhas Jr. (alternativa em Lisboa a 10/07/2008). O jovem cavaleiro deixou bons pormenores do seu toureio nesta noite em Évora. Muito acertado na ferragem comprida, conseguiu ao longo da ferragem curta, chegar ao público. Entre os melhores momentos, registe-se o primeiro curto e o ferro de palmo com que fechou a sua actuação. Volta.Fechou a corrida o jovem cavaleiro praticante João Soller Garcia. Apresentou uma lide trabalhada, cravando de forma regular os diversos ferros da ordem, o que seguramente demonstrará que se trata de um jovem cavaleiro com uma boa margem de evolução. Volta.
Pelo Grupo de Forcados Amadores de Évora que se apresentava pela primeira vez sozinho nesta época e logo na sua praça (1ª, 3ª, 1ª, 1ª, 2ª, 1ª), abriu praça o experiente forcado Manuel Rovisco. Após brinde ao Eng. Joaquim Grave, o forcado foi ganhando os médios, citando com alegria o touro que se arranca de pronto. Aguenta, recua e fecha-se com muita perfeição na cara do touro, pelo que o grupo sem dificuldade fecha a pega. Volta.
O cabo do Grupo Bernardo Patinhas foi para a pega do 2º touro. Brindou aos antigos e actuais elementos do Grupo. Na primeira tentativa, recua cedo de mais e o touro perde-o na viagem, colocando mal a cara. Na segunda tentativa, o touro humilha muito e colhe o forcado pelas pernas, saindo o forcado e primeiro ajuda pelo murrilho do touro. Á terceira, já mais de curto, trás o touro à voz, reúne bem, e fecha-se no touro bem ajudado pelos restantes elementos. Volta.
O jovem João Pedro Oliveira foi encarregado pelo cabo da pega do 3º da noite. Após brindar ao antigo forcado do Grupo Fernando Vasconcelos, esteve muito calmo a ir para o touro, carrega com decisão, aguenta e recua na cara do touro. A reunião foi dura, tendo-se fechado á córnea, aguentando 2 derrotes fortes do touro, com o grupo a ajudar eficazmente.
Volta.
No recomeço da corrida, foi para a cara do touro outro jovem forcado da terra. Vasco Fernandes. Após brinde ao Secretário de Estado da Cultura, foi agradável ver um jovem forcado a mandar no touro, carregar com decisão, a aguentar e fechar-se bem na cara do touro. A pega não termina sem que tenha aguentado alguns derrotes do touro, que terminaram no momento em que os restantes ajudas remataram a pega. Volta.
O quinto touro da corrida foi para a volta. Para a pega de cernelha saíram á praça o forcado Gonçalo Mira e Manuel Rovisco. Numa noite em que Gonçalo Mira se despediu das arenas, brindaram a pega ao antigo Cabo João Pedro Oliveira e ao céu (seguramente à memória de sua mãe). Quanto à pega, conseguiram uma excelente entrada no touro. O touro reagiu com agressividade, os forcados com uma grande entrega estavam prestes a concretizar uma pega toda ela repleta de emoção, quando o touro numa fase em que estava prestes a dar-se por derrotado, pisa o forcado impossibilitando a concretização desta cernelha ao primeiro intento. À segunda com o touro sem a mesma capacidade de resposta, entraram novamente com decisão e sem grande dificuldade concretizaram a pega. Volta.
Para fechar a exibição do Grupo de Forcados de Évora, foi para a cara do touro, o forcado António Alfacinha. Brindou ao antigo forcado do Grupo Pedro Barradas e a Ana Barradas (agradecendo a gentileza da oferta da sua casa para a fardação do grupo). Mais uma pega perfeita aquela que pudemos assistir, com o forcado a mandar, carregar, aguentar, recuar e fechar-se com perfeição na cara do touro que derrotando, foi conduzido para o interior do grupo que rematou a pega com êxito.Volta.
Não termino esta crónica sem uma palavra de apreço pela forma como o forcado Gonçalo Mira andou por este mundo taurino. Sempre mantendo uma discrição, foi essencial em muitos dos êxitos do GFAE, resolvendo quer a rabejar quer a pegar de cernelha, muitas complicações que os touros iam causando ao grupo. Parabéns FORCADO pelo teu contributo para a festa.
Mais e Menos
+ A efeméride dos 60 anos da ganadaria Murteira Grave;
+ A agradável actuação no geral dos diferentes cavaleiros;
+ A actuação do Grupo de Forcados Amadores de Évora;
- O intervalo que faz perder o ritmo agradável da corrida;
- Não se percebe porque na mesma lide se vê os cavaleiros a cravarem bandarilhas antigas e bandarilhas à espanhola. Para quando somente bandarilhas à espanhola para protecção dos forcados?
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