Dia 24 de Junho de 2010, de S. João, de Rui Lopes e da sua Alternativa como quinto Cavaleiro açoriano profissional.
Montando o “Sublime”, Lopes saiu à arena para das mãos do seu padrinho, Rui Fernandes, receber o ferro da Alternativa numa cerimónia que é sempre revestida de emoção que é o culminar de um sonho e de anos de entrega e dedicação. Rui Lopes junta-se assim ao conselho de doutores em tauromaquia.
Para a história fica o nome “Querubaim” (nº238, 445Kg) da Casa Agrícola José Albino Fernandes (JAF), como sendo o inquiridor desta prova de Cavaleiro profissional. Rui Lopes iniciou a lide com dois ferros compridos, cravados após passagem em falso. Na segunda parte da lide o marialva esquece qualquer nervosismo que pudesse existir e com inteligência começa a traçar uma lide muito correcta. O toiro mostrava alguma falta de força, denunciando dificuldade de locomoção do membro anterior direito, condição que roubou um pouco de emoção às reuniões. O Cavaleiro, mercê do bom entendimento que mostrou, escolhe bem os terrenos e crava a gosto, chegando cada vez mais às bancadas. Se andou bem nas bregas, melhor andou nos remates das sortes, recriando-se na cara do toiro de forma limpa. Os Cavaleiros dos Açores ainda sabem como lidar toiros com andamento sem aparentarem domesticação. No segundo do seu lote (nº258, 480Kg, JAF) procurou arriscar mais mas esteve com pouco acerto. O toiro entregava-se à luta, no entanto, Lopes mostrou alguma dificuldade na escolha de terrenos. Após a cravagem comprida que resultou traseira, inicia os curtos com duas cravagens de grande nota. Encerrou este seu dia com o veterano “Açúcar”, deixando um bom ferro ao piton contrário.
Rui Fernandes lidou o segundo toiro da tarde (nº253, 440Kg, JAF) a tentar contornar as limitações e dificuldades impostas por este. Recorreu a soluções não adequadas, que resultaram numa lide de pouco entendimento e entrega. O toiro mostrou-se desligado e andarilho, atravessando-se nas viagens e tapando-se no momento das cravagens. Estas, quer nos compridos, quer nos curtos, foram resultando traseiras e de execução pálida. Fica nota para o 4º ferro curto a encerrar a lide. A sua segunda lide iniciou-se com dois compridos traseiros. O “Quiete” (nº255, 440Kg, JAF) trazia melhores condições, mostrando alguma codícia e empregando-se quando citado pela montada. O Cavaleiro da Charneca da Caparica foi lidando em crescendo. Entrou pelo toiro e cravou 5 ferros curtos, para depois encerrar uma lide regular com um bonito ferro ao estribo.
A lide apeada estava reservada para Ruben Pinar. Com o capote, recebeu e lanceou por Parons aos quais se seguiu vistosa série de Chicuelinas. O “Quinito” (nº276, 480Kg, JAF) foi assimilando bem o que o Matador lhe ia ensinado com a Muleta. Após conduzir o hastado para terrenos de fora, Pinar citou e com a mão direita foi templando e dando profundidade às investida do oponente. Com a flanela ao natural recebe o toiro, notando-se que este metia a cara por dentro durante a viagem. Novamente pela direita desenha nova série, rematada por Circulares invertidos. Encerra assim uma lide de entrega e muito laboriosa a tentar sacar o que de melhor havia no produto da divisa verde rubra. Com o ferro de Falé Filipe saiu o 6º da ordem (nº53, 485Kg). Verónicas bem desenhadas marcaram o início da função. No início do tércio de muleta, o toiro fica com as hastes presas na arena e roda sobe si próprio embatendo de costas, factor que viria a condicionar o seu comportamento. O diestro prova o toiro pela direita e saca bons Derechazos, apesar da tendência mostrada pelo toiro em não seguir o engano e procurar o toureiro. Nova série templada e com poder. A tendência do toiro veio a confirmar-se quando o Matador é colhido e levantado pela perna esquerda, felizmente apenas com danos para a Taleguilla do traje. Lide poderosa e de entrega que contou com duas séries de Naturais e Circulares invertidos no seu culminar.
Pelo Grupo de Forcados Amadores do Ramos Grande, Bruno Anjos pegou à terceira tentativa numa pega que poderia ter sido logo resolvida ao primeiro intento, assim o tivesse entendido. André Parreira com uma boa pega à primeira tentativa, fechou-se na cara do 2º da tarde. Boa pega foi também a efectuada por Miguel Pires ao toiro que lhe coube. César Pires, frente a um toiro que metia a cara por alto, pegou à segunda após lhe ter faltado grupo ao primeiro intento.
Dirigiu a corrida José Valadão tendo como médico veterinário o Dr. Vielmino Ventura.
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