- Data: 26 de Junho de 2010
- Empresa: Bravura & Tradição
- Ganadaria: Eng.º José Samuel Lupi
- Cavaleiros: João Moura, João Salgueiro e Manuel Lupi
- Grupos de Forcados Amadores: de Montemor e do Montijo, capitaneados por José Maria Cortes e Ricardo Figueiredo, respectivamente.
- Assistência: 2/3
- Delegados da IGAC: Delegado técnico tauromáquico Sr. António José Martins, assessorado pelo médico veterinário Dr. Patacho de Matos.
- Banda: Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro do Montijo
- Embolador: Estorninho
Integrada nas Festas da cidade, as festas de S. Pedro, a empresa Bravura & Tradição trouxe à arena do Montijo um curro de novilhos da ganadaria de Samuel Lupi, encaste Murube, com antiguidade reportada a 28/09/1947 em Madrid. Os animais vinham ferrados com o nº 7 nas espáduas, portanto tinham 3 anos, logo eram novilhos. Anunciavam-se com pesos entre os 485 e os 570 kg, contudo, alguns apresentavam-se algo escorridos de carnes. À excepção do lote que coube a Manuel Lupi, deram bom jogo proporcionando lides que o público gostou, e pegas vistosas.
Abriu praça João Moura, com o seu toureio alegre, com toiros colaborantes, teve duas lides asseadas, toureando sempre de frente, com muita verdade conseguiu chegar ao público sem, contudo, obter um êxito redondo, de destacar os dois palmitos com que encerrou a lide do seu último toiro. Volta em ambos os toiros.
João Salgueiro entrou em segundo, para ser o primeiro em termos de êxito. Bem montado, com muita calma e muito sereno, recebeu os hastados dobrando-se bem, fixando-os e partindo para os curtos com cites lentos provocando a investida e rematando a preceito.
No primeiro, utilizou cites lentos, com um temple incrível, no segundo, optou por “paradinhas” a “dois metros” do toiro, criando alvoroço nas bancadas, com remates com piruetas a propósito.
Um êxito redondo de João Salgueiro nesta noite no Montijo. Volta em ambos os toiros.
Para Manuel Lupi, estava reservado o lote, que se veio a verificar, ser o pior da corrida.
Os toiros que couberam ao jovem da Barroca d’Alva não andavam, Davam dois ou três passos, no máximo se ficassem um pouco mais longe do cavalo. Foi preciso muito trabalho de brega para levar as lides a bom porto.
Após alguns falhanços, o cavaleiro não se achou a gosto na lide do primeiro não tendo dado a volta que o público pedia.
No segundo sentiu-se melhor, embora com muito trabalho e uma brega esforçada tendo conseguido uma exibição que lhe agradou e que o respeitável entendeu, dando volta no final.
Nesta corrida estava em disputa o prémio para a melhor pega: Troféu Festas de S. Pedro.
Abriu a função, no que diz respeito às pegas, Noel Cardoso por parte dos de Montemor. Deu vantagens ao toiro, citou com muita calma e provocou a investida ao toiro a meia praça. O toiro arrancou a galopar, o forcado recuou, mas não se conseguiu fechar. O toiro derrotou forte antes de chegarem as ajudas. Só a terceira, já com ajudas carregadas a pega se consumou. Embora o público pedisse, o cabo, e bem, não autorizou a volta.
Para pegar o terceiro da noite, saltou António Vacas de Carvalho. Deu meia praça ao toiro, este arrancou em galope alegre entrando pelo grupo a derrotar. O grupo, unido, fechou com decisão.
Foi a pega eleita pelo júri como a pega da noite.
Não entendi, porque é que o cabo só deixou que o forcado agradecesse nos médios e não desse a volta que o público exigia.
Encerrou a actuação do grupo de Montemor, Manuel Ramalho, com mais uma boa pega, com um cite sereno, encurtou distâncias, provocou a investida do toiro que arrancou franco com muita pata, o forcado fechou-se como uma lapa e o toiro continuou a sua “cavalgada” até às tábuas, deixando pelo chão algumas ajudas.
O cabo numa acção, no mínimo, solidária, saltou a trincheira e serviu de “almofada” contra a trincheira. Uma pega que também não destoava se tivesse sido a eleita. Volta no final.
Pelos do Montijo, Ricardo Figueiredo, escalou João Paulo Inácio para começar a actuação dos da casa. Bem no cite, bem a recuar, reuniu como pode, devido à investida ensarilhada do toiro, mas as ajudas não estiveram à altura, só consumando a segunda, depois de um “pinote” do toiro, sem que forcado lhe tivesse perdido a cara. Volta.
A Pedro Santos coube-lhe a segunda do grupo. Um pegão! Um cite com uns vagares e uma serenidade incrível, mandou na investida, recuou, toureou, definiu a reunião e fechou-se. O grupo, por uma vez, não complicou. Volta.
Para pegar o último da corrida slatou o forcado da cara Hélio Lopes. Desta pega podia dizer-se que tinha tudo para se um pegão, mas o grupo não esteve à altura, do forcado – aguentou derrotes e uma viagem de mais de meia praça – e do toiro, que arrancou a provocar espectáculo. Só ficou à terceira, com ajudas carregadas e mesmo assim deu volta. Brindou à banda e teve direito a música durante a pega, o que com palmas a acompanhar a banda, criou um ambiente pouco propício para que as coisas corressem bem.
O Mais e o Menos
+ A corrida começou a horas – o cornetim tocou para as cortesias ainda não eram dez horas.
+ Os vendedores durante as lides sentavam-se nas bancadas e não circulavam.
+ O bom ritmo a que decorreu o espetáculo.
- Continua a saga das entradas de público durante as lides, especialmente na primeira.
- João Moura teve que desmanchar a sorte porque o toiro se distaria com o movimento nas bancadas.
- O facto de José Maria Cortes não ter autorizado que o Vacas de Carvalho desse a volta a arena quando o público o exigia, pelos vistos com razão, já que a pega viria a ser a eleita como a melhor da noite.
Fotografia:António Santos (João Salgueiro na praça de toiros de Évora)
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