A temperatura rondava os 25 graus e a lua brilhava bem na escuridão da noite alentejana e um cartel composto por touros de Aguadulce, pelos cavaleiros João Salgueiro, José Miguel Callejon e Gilberto Filipe e ainda os Forcados Amadores de Arronches.
Estavam os condimentos todos reunidos para que se presenciasse uma boa noite de touros, mas esta não começou da melhor forma, pois sem qualquer tipo de justificação as portas abriram já passavam alguns minutos das 22 horas, ainda assim o publico que preencheu mais de meia casa esperou sereno pela sua abertura.
Falando da corrida propriamente dita, voltámos a ver um curro de touros espanhóis que nada acrescentou à tauromaquia portuguesa e pouca emoção trouxe à arena de Arronches.
Iniciou a noite João Salgueiro, que começou regular nos dois compridos que cravou para nos curtos a historia ser pouca, pois o touro que tinha pela frente começou-se a parar e só com Salgueiro a pisar-lhe os terrenos lhe conseguiu sacar alguma coisa, destacando-se no terceiro ferro. Se a primeira lide pouca historia teve, a segunda muito menos teve pois o astado que teve pela frente fugia da luta e apenas permitiu a Salgueiro a cravagem da ferragem comprida e um ferro curto.
O rejoneador espanhol José Miguel Callejon veio a Arronches procurar um triunfo fácil. Teve pela frente dois touros que permitiam muito mais do que aquilo que Callejon realizou. O primeiro tinha uma investida suave e acudia ao engano, mas não foi entendido pelo rejoneador espanhol, que depois de muitas passagens em falso conseguiu cravar o primeiro ferro curto, depois para resolver cravou um ferro de violino, mudou de montada e as coisas mudaram, com Callejon a ir de frente, mas deixou a ferragem em sortes aliviadas. A segunda lide pouco se diferenciou da primeira, apenas há a destacar o primeiro ferro curto em que o rejoneador aguentou a investida do touro. Apesar de tudo o público levantou-se a aplaudir, respondendo à procura insistente de aplausos por parte de Callejon, este que ouviu musica nas duas lides cedo de mais. José Miguel sai assim de Portugal, certamente a pensar que aqui é tudo muito fácil.
Depois de duas colhidas consecutivas, Gilberto Filipe veio a Arronches demonstrar as suas ganas. O seu primeiro touro, pouco lhe permitiu, pois era gordo e logo se parou no centro da arena. Gilberto esforçou-se para lhe sacar alguma coisa, mas pouca matéria-prima tirou. No seu segundo as coisas foram bem diferentes, talvez por ter um touro de uma ganadaria portuguesa pela frente, um Branco Núncio que permitiu a Gilberto uma lide regular. Mexeu com o touro e cravou bons ferros em sortes frontais.
No que diz respeito às pegas, a noite poderia ter sido melhor, pois os touros não complicavam e se a rapaziada comandada por Ricardo Nunes não tem cometido alguns erros, estaríamos a falar de seis pegas à primeira, mas assim não aconteceu. Foram caras David Carapinha, que consumou à segunda tentativa, visto que na primeira desequilibrou-se no momento da reunião; Luis Ventura, que concretizou a sua pega à terceira, sendo que nas duas primeiras tentativas não mandou na investida do touro; Filipe Redondo, poderia ter pegado á primeira se não fosse a falta de ajudas, mas corrigido o erro a pega foi concretizada á segunda; Fábio Meira, na primeira tentativa faltaram-lhe as ajudas, na segunda tentativa recebeu mal o touro, consumando a pega à terceira tentativa; Fábio Mileu pegou o quinto da noite à terceira tentativa, pois nas duas anteriores não aguentou os derrotes do touro; A ultima pega a noite foi consumada à primeira tentativa por Manuel Cardoso, que se fechou muito bem com o touro e realizou assim a pega da noite.
Quanto aos touros de Aguadulce, saíram à arena bem apresentados e com investidas suaves, no entanto com pouca transmissão. De salientar que o sexto touro da noite era o sobrero e pertencia á ganadaria de Branco Núncio.
Este espectáculo foi dirigido pelo Sr. Nuno Nery, assessorado pelo Dr. José Guerra.
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