terça-feira, 28 de setembro de 2010

Corrida das vindimas em Almeirim

- Praça de Toiros: Almeirim
- Data: 26 de Setembro de 2010, pelas 17h00
- Empresa: Toiros & Tauromaquia, Lda.
- Ganadaria: Fernandes de Castro
- Cavaleiros: António Ribeiro Telles, João Salgueiro e Vítor Ribeiro
- Grupo de Forcado: Forcados Amadores de Alcochete e do Aposento da Moita, capitaneados por Vasco Pinto e Tiago Ribeiro, respectivamente.
- Assistência: ¾ de casa
- Delegados da IGAC: Delegado técnico tauromáquico sr. César Marinho, assessorado pelo médico veterinário Dr. João Maria Nobre.

Foi já para além da hora marcada que tiveram início as cortesias para mais uma corrida das vindimas a encerrar a temporada na praça de toiros de Almeirim, com um cartel rematadíssimo. Em competição três dos melhores intérpretes do toureio clássico em Portugal e dois dos mais conceituados Grupos de Forcados, que deixavam antever uma boa tarde de toiros.

Os toiros da ganadaria portuguesa de Fernandes de Castro, que habitualmente são conhecidos pela sua dureza e pelas dificuldades que impõem a cavaleiros e forcados, saíram à praça díspares em apresentação e trapio, acusando na balança pesos entre os 515 e 585 kg. Nota negativa para o primeiro da ordem, defeituoso de córnea e a revelar problemas de visão. Em termos de comportamento, no geral, mostraram-se reservados mas deixaram-se lidar, sendo que o último da corrida foi o que mostrou maior mobilidade e voluntariedade nas investidas.

António Ribeiro Telles, teve pela frente um primeiro toiro que apresentou problemas de visão e que, por isso faltava no momento da reunião. Bem a lidar e a colocar o astado em sorte, as reuniões não resultaram com a emoção a que o seu toureio nos habituou. Mesmo assim, ainda pudemos ver dois bons ferros, o primeiro e o quarto curtos. No segundo do seu lote, um manso encastado e muito reservado, optou por cites de largo, dando vantagens e cravando de alto a baixo. Pena foi as inúmeras passagens em falso antes de cravar. Dos quatro curtos que cravou, apenas o terceiro resultou em pleno. Terminou com um ferro de palmo também de boa nota.

A João Salgueiro, coube a melhor lide da tarde, no primeiro do seu lote. Depois de dois ferros compridos correctos, mas que poderiam ter sido mais ajustados na reunião, cravou quatro curtos de nota alta, em reuniões cingidas e com emoção, rematadas com piruetas na cara do toiro, que o público de hoje tanto aprecia e que aplaudiu efusivamente. No quinto da tarde, que lhe impôs algumas dificuldades, demonstrou garra e, apesar das dificuldades, conseguiu estar por cima do toiro, com os últimos ferros curtos a merecerem nota bastante positiva, sendo que o último foi um grande ferro, cingido, de alto a baixo e ao estribo como mandam os cânones.

Vítor Ribeiro iniciou a sua actuação com dois grandes ferros compridos, em reuniões emocionantes e de colocação primorosa. Nos curtos a lide foi vindo a menos e só o primeiro curto foi deveras positivo. Trocou de montada e os restantes ferros foram menos sonantes, fruto da batida ao piton contrário, por vezes muito pronunciada, que enganava em demasia o seu oponente. No que encerrou praça esteve muito bem a lidar, com bom critério, deixando sempre o toiro em sorte e cravando ferros de grande qualidade. Pena que tenha prolongado em demasia uma lide que seria de triunfo se tem sabido sair após esgotar o tempo de lide.

Desta vez os “Castros” não apresentaram as dificuldades habituais para as pegas. Começou, pelo Grupo de Forcados Amadores de Alcochete, o forcado Pedro Viegas, que, perante os defeitos de visão do toiro, citou de largo e com voz e, perante a arrancada pronta e um pouco ensarilhada, recebe bem e consuma a pega com o grupo a ajudar. Joaquim Quintela saiu para pegar o terceiro da tarde. O toiro saiu solto para o forcado, que se fechou muito bem, foge ao grupo, aquele aguenta a viagem sozinho até à chegada das ajudas e consuma uma vistosa pega. O quinto toiro da tarde apresentava algumas dificuldades de investida e o cabo optou pela pega de cernelha. Após esgotado o tempo sem que o toiro encabrestasse, a solução foi pegar de caras e coube a Daniel Silva efectuar a pega mais rija da tarde, com o toiro a sair com muita pata, a reunião a acontecer com bastante impacto, viajando sempre com a cara bem por alto até embater em tábuas e sendo necessário recorrer a algumas ajudas extras para o parar. No final, após a volta, o forcado agradeceu nos médios a pedido do público. Perna que o cavaleiro tenha aproveitado para ir também, quando a sua lide o não tinha justificado.

Pelo Grupo de Forcados Amadores do Aposento da Moita saltou tábuas para a pega ao segundo da tarde José Broega, que, com um cite correcto e perante a arrancada pronta do astado consuma uma boa pega à córnea com boa ajuda do grupo. Francisco Baltazar cita de meia praça para a pega ao quarto da ordem. O toiro sai pronto para o forcado que, apesar de não receber da melhor forma, consuma uma boa pega à córnea com o grupo a mostrar-se coeso nas ajudas. Para o último da corrida saltou tábuas José Maria Bettencourt que, no primeiro intento, não recebe bem e é desfeiteado. Consumou à segunda tentativa, numa correcta pega à barbela, com o toiro mais reservado e a ter que entrar-lhe mais nos terrenos.

O Mais e o Menos
+ A primeira lide de João Salgueiro.
- A falta de silêncio nas bancadas durante as pegas.
- A constante movimentação de público durante as lides.

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