domingo, 12 de junho de 2011

Crónica da corrida de Santarém da alternativa de Tomás Pinto


Tomás Pinto já é cavaleiro de Alternativa

Foi em Santarém, no dia 10 de Junho de 2011, tendo por padrinho de alternativa o seu tio Emídio Pinto e como testemunhas João Moura e Diego Ventura; lidou um exemplar da ganadaria de Cortes Moura com o nome de Huracan, no costado o nº 58, negro de capa e com o peso de 580 kg. Tomás Pinto recebeu o novilho na porta dos sustos, cravou dois compridos de praça a praça e quatro curtos de boa nota, com destaque para o quarto, rematando a lide com um violino e um palmo, mostrou bons pormenores toureiros. Alternativa muito conseguida para este novo cavaleiro.

6 Novilhos Telecomandados

Estavam bem apresentados os novilhos de Cortes Moura e eram novilhos, porque na espádua tinham o 8, ou seja, nasceram em 2008 logo com 3 anos, e pesaram entre os 575 kg e os 620 kg. Mas para serem bravos não podem só parecer, têm mesmo que ser e o que se viu em Santarém foi de uma falta de casta assustadora. Os animais pareciam telecomandados, acometiam a passo, investiam com medo, paravam quando o cavalo parava, procuravam tábuas e quase todos demonstraram falta de força. Podem dizer alguns: “os ideais para o toureio moderno”, se calhar sim, mas se calhar não, digo eu e mais alguns, graças a Deus!

O toiro bravo tem que ter vários condimentos para dar espectáculo: mobilidade; serem fixos; acomotividade; investidas, tanto aos cavalos, como aos capotes e forcados; fereza; nobreza; força; transmissão; e crescerem durante a lide. Pois disto pouco ou nada se viu ontem, e assim não pode ser.Quando falta o toiro, falta tudo e se falta tudo, também faltam os triunfos. Não me venham depois dizer que A esteve bem ou B esteve soberbo e C esteve sublime; com tourinhas destas ninguém está bem, ninguém triunfa o públíco sai saturado e farto de tanta doçura. Podem dizer que se viram coisas muito bonitas, é verdade, mas faltou toiro. Podem dizer que se cravaram ferros extraordinários, é verdade, mas faltou toiro. Não há emoção, verdade, pureza, não há nada mesmo caros amigos. Qualquer dia, se isto não muda, em vez de vermos toiros numa praça vimos uma tourinha telecomandada e aí já até lhe podem dar abraços e apertos de mão!!

Senhores ganaderos, não se pode deitar tanta água ao vinho ou fazer todas as vontadinhas às “figuras”, assim damos cabo disto.

João Moura andou como peixe na água, bregou como só ele sabe fazer, ladeou a duas pistas sublimemente com o oponente a passo ou parado e cravou bons ferros em ambos os novilhos. Boa passagem de Moura por Santarém, onde há 33 anos recebeu a Alternativa.

Diego Ventura andou aliviado em ambos os novilhos, com alguns toques e muitas passagens em falso. Com oponentes destes qualquer dia tem um cavalo que dá beijos aos toiros, já faltou mais!

Tomás Pinto, como já referi, teve uma boa passagem pela capital do Ribatejo no dia da sua Alternativa e isso voltou a estar patente na sua segunda actuação.

Mas para isto ser mesmo a sério e haver grandes triunfos faltou o principal, o TOIRO.

Os novilhos não causaram dificuldades aos forcados. Pelos Amadores de Santarém foram caras Luís Sepúlveda à 1ª, João Brito, que também consumou à 1ª tentativa, e João Goes à 2ª tentativa. Por Alcochete, Joaquim Quintela, Daniel Silva e Vasco Pinto, todos ao primeiro intento.

O troféu em disputa, instituído pela Santa Casa da Misericórdia de Santarém para a melhor pega, foi ganho por Vasco Pinto, dos Amadores de Alcochete.

Estavam preenchidos ¾ da lotação da Celestino Graça.

Dirigiu sem problemas mas dando música em excesso o Sr. César Marinho.

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