
Entre cavalos e toiros houve uma distância abismal, ficou a ideia de que qualquer um faz aquilo, o perigo ficou em casa, a emoção foi de férias, a verdade foi dar uma volta e não mais apareceu.
Estou convicto que qualquer um dos três rejoneadores tem condições de sobra para lidar qualquer tipo de toiros, sobretudo bravos, encastados, que levem emoção ás bancadas, isso só ia acrescentar quilates ao valor que sem sombra de dúvidas qualquer um deles possui.
Fermin Bohorquez pagou a factura mais cara da tarde, como ganadeiro e como toureiro; foi silenciado nos dois toiros que lidou, no segundo antes de entrar a matar o toiro apaga e deita-se, logo devia ser apuntilhado e não tentar que se levantá-se a todo o custo para tentar com o rojão, depois de uma enormidade teve efectivamente que ser apuntilhado.
Pablo ganhou a partida, apresentou um toureio mais qualificado, mais honesto e mais maduro, cortou uma orelha no primeiro toiro e duas no segundo; coloca um par de ferros de palmo onde escuta os maiores aplausos da tarde.
Diego Ventura logo depois do primeiro e único rojão de morte que colocou no seu primeiro, faz uma entrada por dentro em que entre toiro e tábuas havia apenas sítio para passar a montada; ora isto justifica em parte o inicio da crónica; perante uma lide bastante confiada e inócua, ainda assim a pitada de perigo está sempre presente, assim o cavalo Distinto sofreu uma cornada felizmente sem gravidade. No seu segundo toiro Diego vem por todas, extremamente confiante e decidido escuta logo fortes aplausos no primeiro ferro curto que coloca, com o público na mão e mostrando todo o seu valor consegue que com a sua lide tivesse-mos assistido aos momentos de maior emoção da tarde, corta duas orelhas e acompanha Pablo na saída pela porta grande.
O público que encheu meia casa, foi de certo modo paciente; resta saber até quando; pois é ele mesmo que é o juiz principal de tudo isto, aquele que dita as regras, aquele que manda; aquele que paga, o patrão dos toureiros e ganadeiros; o exemplo disso mesmo foi hoje quando Diego Ventura se preparava para cravar o segundo rojão de morte no seu segundo toiro, perante quatro ou cinco convictos assobios, pediu calma e afinal já não cravou o segundo rojão; afinal o público manda, e de certo só se vai deixar enganar se quiser.
È antagónico mas verdadeiro, perante o facto de se terem cortado cinco orelhas e dois toureiros terem saído pela porta grande, apresentar um mar de criticas. Pois escrever sobre toiros com verdade, por vezes também é inversamente proporcional a fazer “amigos” no Facebook.
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