João Salgueiro da Costa saiu triunfador da Corrida de Toiros inserida nas Festas da Praia 2010.
Mais de ¾ de praça para assistir à corrida do dia 1 de Agosto integrada nas Festas da Praia 2010. João Salgueiro e João Salgueiro da Costa a cavalo, enquanto Oliva Soto se encarregou da lide apeada. Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense (GFATTT) e Amadores do Ramo Grande (GFARG). Foram lidadas as divisas de Rego Botelho (RB), Casa Agrícola José Albino Fernandes (JAF) e Irmãos Toste (IT).
João Salgueiro entrou em praça montando o Moranguito para receber o “Quimo” (JAF, nº259, 415Kg). O toiro, apesar da sua nobreza de investida, desde cedo se mostrou andarilho tendo ao longo da lide dificuldade em colocar-se para as sortes. Após uma eternidade a galope, o Cavaleiro colocou a cravagem de castigo. Já com o Chaplin iniciou a segunda parte da lide com 2 ferros de boa nota, para depois decrescer ao longo da função. Muitas das vezes foi notória a falta de colaboração do cavalo aquando das viagens para as cravagens. Encerrou a lide com mais dois curtos. No final opta, e bem, por não dar volta à arena. O “Malandro” (IT, nº102, 495Kg), que foi o segundo do seu lote, mostrou-se voluntarioso durante a lide. Novamente com a mesma montada de saída, deixou dois compridos à meia volta. Algumas notas de interesse ficaram da segunda parte da peleja, a destacar o 2º ferro cravado em curto e alguma da brega efectuada. Das bancadas iam surgindo aplausos que não espelhavam o que se passava na arena. Cada vez mais, os menos entendidos se deliciam com piruetas e outros adornos que tais, em vez de todo o resto que é essencial.
A debutar no redondel angrense, João Salgueiro da Costa recebeu o seu primeiro oponente (JAF, nº274, 445Kg) montando o Don Juan. O toiro logo se mostrou desligado e distraído investindo só pela certa, reflectindo sinais de mansidão. Após dois ferros compridos, o Marialva troca para o Mon Cherry e foi traçando uma lide na qual foi procurando andar sempre em cima do toiro, pisando-lhe os terrenos no momento das sortes. Uma lide de mérito encerrada com um bom ferro curto, mesmo com as dificuldades impostas pelo oponente. A confirmação como triunfador da corrida viria com a lide do “Pirata” (IT, nº94, 490Kg). O toiro apresentou algumas dificuldades defendendo-se nos tércios e mostrando pouco andamento. Salgueiro da Costa foi indo em crescendo, uma vez mais com a colaboração das mesmas montadas. Dois bons ferros compridos seguidos de quatro cravagens curtas de onde se destaca o segundo de alto a baixo após consentir a investida do hastado. Esteve bem nas bregas e entrou pelo toiro na medida certa, conseguindo assim sacar o que de melhor havia no animal da divisa azul e amarela.
Em tauromaquia é hábito dizer-se que um toureiro não pode brilhar quando lhe falta matéria-prima para poder desenvolver a sua arte, e quando o inverso acontece? A Oliva Soto, no seu primeiro toiro, o “Cotorrito” (RB, nº24, 480Kg), foi oferecida uma tela em branco da melhor qualidade, assim como tintas e pincéis do melhor. Com o capote lanceou por Verónicas de boa nota e Delantales rematados com duas meias Verónicas e Larga por alto. Já com a muleta, o artista, talvez pensando que se encontrava perante uma assistência de míopes, limitou-se a passar o pincel pela tela sem se preocupar em usar a tinta, resultado: uma lide sem história perante um adversário que apresentava grandes condições de bravura e nobreza, uma tela em branco. Uma lide sem temple e algo confusa (chegando por vezes o Matador a destapar-se), perante um toiro que se arrancava de largo e galopava ao cite. O toiro apresentava uma grande profundidade de investida pela esquerda que mesmo assim não foi aproveitada. Assobios no final da lide. O segundo do seu lote (RB, nº37, 445Kg) não tinha tão bons atributos mas apesar de alguns momentos de distracção e menor recorrido, deixou-se lidar. O diestro andou um pouco mais trabalhador. Provou-o com o capote desenhando Parons seguidos de tímidas Chicuelinas. Com a muleta citou pela direita demonstrando mais temple e profundidade, apesar da viagem curta do oponente. O Matador mostrou um pouco mais de querer e o toiro foi crescendo com ele. Por Naturais desenhou aquela que talvez tenha sido a série mais bem conseguida. Encerrou a faena por Manoletinas.
No campo da forcadagem assistiu-se a 4 pegas ao primeiro intento. Tomás Ortins do GFATTT deu vantagem ao oponente fechando-se bem à barbela. André Parreira do GFARG realizou uma rija pega aguentando a investida sendo levado até às tábuas. José Vicente do GFATTT mandou e consentiu bem a viagem fechando-se numa boa pega. Alex Rocha do GFARG finalizou a noite de pegas à córnea, sem dificuldade.
Nota final para a poderosa interpretação da Banda Filarmónica da Sociedade Progresso Lajense, sob a batuta do maestro Evandro Machado. Assim o espectáculo tem outro brilho!
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