Salgueiro, Núncio e Grave triunfam em Reguengos

Tal como manda a tradição, o dia 15 de Agosto é dia de touros na castiça praça de touros de Reguengos de Monsaraz.

Para este ano a empresa de António Manuel Cardoso, preparou um cartel composto por António Telles, João Salgueiro e Tiago Carreiras, bem como os Forcados de Montemor e Moura, perante touros de seis ganadarias que disputavam o troféu Bravura e o Troféu Apresentação. Se juntarmos a estes condimentos o tempo quente, traduz-se numa tarde touros para o aficionado ir á praça e foi isso que aconteceu, ¾ fortes de casa preenchida.

Como o touro é o elemento principal da festa, é por ai que vamos começar. Seis touros de várias ganadarias que saíram à arena dispares de apresentação. Para abrir a tarde um touro de Murteira Grave (extra concurso), que veio substituir um touro de Conde la Corte, que foi enviado para Reguengos com peso inferior ao permitido, o Grave saiu reservado. Seguiu-se um Branco Núncio, que veio a vencer o troféu bravura, pois foi um touro que acudia facilmente ao cite e que deu para divertir. O touro de José Luis Pereda, também foi reservado e que se adiantava no momento da reunião. O Murteira Grave, estava bem apresentado e deixou-se lidar. O Touro de Engº Luis Rocha, estava bem apresentado, mas foi manso e ficava parado nos médios e a custo de lá saía, dificultando também na pega. Fechou a noite um touro de La Dehesilla, que também estava bem apresentado, deixando-se lidar.

Assim, o Troféu Bravura foi entregue à ganadaria Branco Núncio e o Troféu Apresentação à Ganadaria Murteira Grave.

No que diz respeito ás lides, António Ribeiro Telles, começou por enfrentar um touro de Grave, que saiu algo reservado e que dificultou o labor do cavaleiro da Torrinha, que entendeu o touro dando-lhe a lide adequada, apesar da ferragem ter ficado um pouco traseira. A sua segunda lide foi bem diferente, pois o Grave que teve pela frente permitiu mais, e António aproveitou, deixando bons pormenores de toureio naquela arena alentejana.

João Salgueiro, teve o bom e o mau da tarde. O seu primeiro touro, um Branco Núncio, permitiu a Salgueiro estar a gosto e triunfar forte, pois cravou bons ferros em sortes frontais e recriou-se perante um touro de investida suave. O seu segundo touro de Engº Luis Rocha, foi completamente diferente, pouco permitiu ao cavaleiro de Valada. A muito custo lhe cravou a ferragem da ordem.

Completava o cartel Tiago Carreiras, que começou por enfrentar um José Luis Pereda que se adiantava no momento da reunião e que dificultou um pouco o labor do jovem cavaleiro, que ainda assim deixou bons pormenores de toureio. Na segunda lide enfrentou um touro de La Dehesilla, que cumpriu, dando a oportunidade a Carreiras de realizar uma boa lide, esteve bem nos compridos, para nos curtos elevar o tom da lide com ferros de boa nota. No momento alto da lide, decide terminar por ali, apesar do público pedir mais um ferro, com Tiago a fazer a sinalética que ficava para próxima. O público não compreendeu, e pensou que Carreiras teria ido buscar o “Quirino” que ainda não tinha sido visto na arena, quando os forcados saltam para a pega, o público revolta-se assobiando e mandando objectos para a arena, pois queriam Carreiras com o Quirino, temeu-se o pior, mas os ânimos felizmente acalmaram.

No que diz respeito às pegas a tarde poderia ter corrido melhor para os Amadores de Montemor, pelo qual foram caras José Maria Cortes, à terceira, João Cabral, à segunda e na ultima pega da noite tentou-se uma cernelha por intermédio de João Maria Santos e João Tavares, que depois de longos e demais minutos de espera para o touro encabrestar e que os forcados entrassem com decisão, soaram vários avisos e aí grupo decidiu pegar de caras com cabrestos na arena(?), tendo a pega sido concretizada à terceira por João Tavares. Para os Amadores de Moura, a noite foi fácil com três pegas à primeira por intermédio de João Cabrita, David veríssimo e Valter Rico.

O espectáculo foi dirigido pelo Sr. Agostinho Borges assessorado pelo Dr. João Infante.