segunda-feira, 25 de outubro de 2010

3º Festival em Defesa da Festa Brava

- Praça de Toiros: Celestino Graça, em Santarém

- Data: 23 de Outubro de 2010, pelas 21.30 horas
- Empresa: Aplaudir, Lda.
- Ganadaria: Várias ganadarias
- Cavaleiros: Rui Salvador, Luís Rouxinol, José Manuel Duarte, Vítor Ribeiro, Sónia Matias e Ana Batista
- Matador: Sérgio dos Santos “Parrita”
- Grupo de Forcados: Forcados Amadores de Coruche, da Chamusca e do Aposento da Moita, capitaneados por Amorim Ribeiro Lopes, Nuno Marques e Tiago Ribeiro, respectivamente.
- Assistência: Lotação Esgotada
- Delegados da IGAC: Delegado técnico tauromáquico sr. José Tinoca, assessorado pelo médico veterinário Dr. José Luís Cruz.

Mais uma lotação esgotada no terceiro festival taurino em Defesa da Festa Brava, prova de que a festa está bem viva e que as suas gentes se mostram disponíveis sempre que motivadas para a defender e nela participar activamente.

Os novilhos/toiros foram cedidos por vários ganaderos e estavam bem apresentados, a condizer com a categoria do festejo e da praça. Em termos de comportamento denotaram mansidão, impondo algumas dificuldades aos cavaleiros, nomeadamente os que saíram em primeiro, segundo e quinto lugar. Os restantes deixaram-se lidar.

Rui Salvador teve uma lide esforçada, perante um novilho fechado em tábuas e só a sua experiência e toreria lhe permitiram levar a bom porto a cravagem dos ferros. A sesgo, de frente e pisando os terrenos do seu oponente conseguiu uma lide de grande mérito. De destacar foram os primeiro e último curtos, a aguentar muito e a sair numa nesga de terreno, que nem o toque que consentiu na montada lhe retirou mérito e emoção.

Para Luís Rouxinol saiu mais um manso, fechado em tábuas desde o início, numa lide em que o cavaleiro esteve nitidamente por cima do astado que lhe tocou em sorte. Iniciou com dois compridos que primaram pela colocação, para depois colocar três ferros curtos de boa nota. Encerrou a sua actuação com os habituais ferro de violino e par de bandarilhas, sempre muito aplaudidos pelo público.

Para José Manuel Duarte saiu um exemplar diminuído nas sua faculdades físicas e que foi devolvido, tendo sido alterada a ordem de lide e actuando, assim, em sexto lugar. Diante de um exemplar algo reservado, não esteve afortunado na colocação da ferragem comprida. Nos curtos cravou quatro ferros a quarteio com grande correcção. Terminou com um ferro de palmo já com o toiro muito parado.

Vítor Ribeiro veio confirmar (se é que neste dia necessitava fazê-lo) a boa temporada que realizou, com uma lide de muito bom nível, a um toiro sério, com idade e com sentido, que procurava adiantar-se na reunião. Soube levá-lo, escolher os melhores terrenos para o deixar colocado e cravar ferros de frente, ao estribo e de alto a baixo, como mandam os cânones.

Sónia Matias, depois de um primeiro comprido de boa execução e de um segundo de colocação traseira e com o oponente a procurar terrenos de tábuas, sentiu algumas dificuldades na cravagem da ferragem curta. No entanto, a sua raça toureira deu a volta por cima e terminou debaixo de forte ovação, que não justificava, contudo, a repetição dos agradecimentos ao público no centro da arena e, muito, menos a volta.

Ana Batista, embora ainda lesionada, não quis deixar de dar o seu contributo em defesa da Festa. A lesão que contraiu notou-se ao longo da lide, onde demonstrou algumas dificuldades na cravagem dos ferros compridos. A segunda parte, a dos ferros curtos, teve outra história: cites em curto e ferros deixados de frente e ao estribo, numa demonstração do bom toureio a que nos habituou na presente temporada.

Na lide apeada anunciava-se o matador Sérgio dos Santos “Parrita”, que acusou o pouco placeamento nesta e em anteriores temporadas. Recebeu o toiro por verónicas, rematadas com uma media. No tércio de bandarilhas, o primeiro par ficou só meio e descaído, o terceiro, al violin não ficou no toiro, o segundo e quarto resultaram mais correctos e o quinto(!!) foi deixado em sorte cambiada em terrenos de tábuas. Com a flanela rubra baseou a sua lide na mão direita, já que pela esquerda o toiro não era tão claro nas investidas e cedo desistiu de tentar toureá-lo por este lado. Lide esforçada, mas apagada.

Pelo Grupo de Forcados Amadores de Coruche saiu em primeiro lugar o jovem João Peseiro que consumou a pega à terceira tentativa, depois de não ter estado bem a receber nas duas primeiras entradas. A dupla José Tomás/António Lopes saiu para tentar a pega de cernelha ao que saiu em terceiro lugar, mas que, apesar de terem entrado por três vezes, com o toiro parado pelos capotes e a descoberto, não conseguiram consumar a sorte. Consumou a pega de caras o forcado José Tomás, com ajudas carregadas, numa pega de recurso e sem brilho. Destaque para o grande gesto de toreria dos dois forcados da cara que recusaram sair de tábuas para agradecer os aplausos do público.

O Grupo de Forcados Amadores da Chamusca iniciou a sua actuação por intermédio do seu cabo Nuno Marques, que, diante de um toiro que se negava a investir, fugindo à luta, foi buscá-lo, obrigou-o a investir e consumou uma muito boa pega, bem ajudado pelo grupo. Nuno Luís mandou vir de largo, o toiro saiu com pata mas com franqueza, reuniu bem, aguentou alguns derrotes e consumou também uma boa pega, com o grupo a mostrar coesão nas ajudas.

O Grupo de Forcados Amadores do Aposento da Moita pegou os dois exemplares saídos em 5º e 6º lugares, em virtude da alteração da ordem de lide que ocorreu com a devolução do terceiro da noite. José Broega não esteve bem na recepção nas duas primeiras tentativas e consumou ao terceiro intento, com boa ajuda do grupo. Apesar disso, saiu para agradecer no centro da praça. José Maria Bettencourt, com o toiro a sair solto e com pata não conseguiu fechar-se à primeira. Consumou à segunda, com o toiro a não criar dificuldades e bem ajudado, apesar de o astado ter fugido da trajectória do grupo.

O Mais e o Menos
+ A resposta das gentes da Festa que esgotaram a lotação da maior praça do país.
- A duração do espectáculo (mais de três horas e meia!!!).

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