segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Um longo festival “EM DEFESA DA FESTA BRAVA”

- Praça de Toiros: Monumental Celestino Graça em Santarém

- Data: 24 de Outubro de 2010, pelas 16H30
- Empresa: Aplaudir
- Organização: Peticionários “Pela Defesa da Festa Brava”
- Ganadarias: Os encastes encontram-se entre parêntesis. Brito Paes (Soler, Pinto Barreiros e Cabral Ascenção), Manuel Coimbra (Parladé), Engº José Samuel Lupi (Murude Urquijo), Passanha (Murube Urquijo), Vinhas (Santacoloma), La Dehasilla (Domec), S. Torcato (Simão Malta), Pontes Dias (Soler e Pinto Barreiros) e Ortigão Costa (Parladé).
- Cavaleiros: Brito Paes, Manuel Telles Bastos, Manuel Lupi, João R. Telles Jr., Duarte Pinto e o praticante Salgueiro da Costa.
- Novilheiros: Daniel Nunes (em substituição de João Augusto Moura que se encontra lesionado), Manuel Dias Gomes e Gonçalo Montoya
- Grupos de Forcados Amadores: de Lisboa, Évora e Aposento da Chamusca, capitaneados por Pedro Maria Gomes, Bernardo Patinhas e Tiago Prestes, respectivamente.
- Assistência: Lotação Esgotada
- Delegados da IGAC: Director o Sr. César Marinho, assessorado pelo médico veterinário Dr. José Luís Cruz.

Em boa hora os peticionários de “Em Defesa da Festa Brava”, encabeçados pelo Sr. Dr. Moita Flores e a Empresa Aplaudir, decidiram organizar estes dois dias de festivais onde, segundo a empresa, em quatro espectáculos, três casas esgotaram (e como é bonita a Celestino Graça com mais de 13.000 pessoas) e uma encheu pela metade.

À hora de terminar a corrida, a petição contava com 53 275 assinaturas

Quanto aos toiros, à excepção do novilho enviado pela ganadaria Vinhas (mais parecia um bezerro) todos tinham apresentação digna para a função e foram colaborantes, tendo sido o de La Dehsilla, para Salgueiro da Costa, um manso perdido.

Brito Paes, a tourear um toiro da ganadaria da casa, feio de apresentação, mas a arrancar-se de todo o lado, soube dar-lhe a lide correcta, após dois compridos a aguentar, um deles espectacular. Nos curtos, depois de entender as distancias, lidou de frente, terminando com um palmito de bom efeito.

Telles Bastos toureou um Coimbra, bonito de apresentação, a quem aplicou uma lide correcta, honesta e com arte, sem deslumbrar.

Manuel Lupi apresentou-se com uma lesão na mão direita, o que levou a alguns falhanços na colocação dos ferros mas, estando esforçado e mesmo debilitado, conseguiu bons ferros no toiro da ganadaria de seu pai.

Com João Ribeiro Telles Jr. chegou o espectáculo! Entrou de pampilho em punho para começar com uma sorte campera, mas o toiro não ajudou. O Passanha não vinha para grandes corridas. Com um toiro que não apertava, mas com algum trabalho e saber, construiu uma lide em crescendo e com o seu sentido de espectáculo, foi pondo o público em alvoroço, terminando com um violino ovacionado de pé.

Para Duarte Pinto, estava guardado um toiro que mais parecia um bezerro, o qual no inicio da função, durante os compridos, apenas queria fugir. O Vinhas não vinha para a festa. Durante os compridos, só procurava um local para sair, mas com o labor do toureiro, lá se foi interessando, acabando por proporcionar uma lide asseada.

O de La Desehilla, não era, de todo, o toiro com que um ganadero sonha. Manso perdido. Salgueiro da Costa fez os possíveis e os impossíveis – talvez mais os impossíveis – para conseguir tirar algum sumo desta laranja seca. Esteve esforçado e honesto no que fez, mas não dava para mais. Calhou-lhe a fava.

Quanto aos homens das jaquetas de ramagens, o que se pode dizer é que foram seis pegas à primeira e algumas bem espectaculares.

Pelos de Lisboa, começou a função Francisco Mira. Citou como mandam as regras, pisou os terrenos do toiro, recuou, mandou e reuniu. O grupo fez o resto. Para pegar o quarto da ordem, saltou Manuel Guerreiro. Bem no cite e a reunir e o grupo a ajudar.

Por Évora, saltou primeiro Manuel Rovisco Pais para uma pega espectacular. O toiro arrancou mal viu o forcado, ensarilhou um pouco, mas este soube definir o tempo da reunião, viajando com espectáculo pela praça. O grupo comportou-se como tal e consumou uma pega bonita. Ricardo Casas Novas foi escalado para pegar o quinto da ordem. O toiro, embora parecendo não ter muita força, proporcionou uma pega vistosa, fugindo do grupo, que só mais tarde se reagrupou, consumando a pega junto às tábuas.

Pelos do Aposento da Chamusca, começou Francisco Montoya (dá vontade de perguntar - como cabe um forcado tão grande, dentro de um corpo tão pequeno?). Uma pega que ele irá recordar! Bem a citar, o toiro a arrancar franco, depois da reunião derrotou, passou pelo grupo que só mais tarde conseguiu, até com ajuda de um bandarilheiro, consumar uma das mais bonitas pegas da tarde. O sexto coube a Pedro Coelho dos Reis. Mais uma pega espectacular. O toiro arrancou pronto, mas quando sentiu o forcado baixou a cabeça; o Pedro com muita força e querer, por momentos parecia que ia sair, pendurado só com um braço, mas o grupo, pleno de entreajuda, recompô-lo e consumou talvez a pega mais sofrida da tarde. Ovação de luxo para o forcado.

Na parte apeada, estiveram novilheiros voluntariosos e cheios de vontade de aproveitar as oportunidades tão escassas que lhe são dadas.

Daniel Nunes toureou um S. Torcato, recebido à porta gaiola com uma larga afarolada de joelhos, continuando à Verónica, com alguns vagares. De salientar um quite por gaoneras.
No tércio de bandarilhas, cumprido pelos subalternos da quadrilha, embora eficazes, pecaram pela colocação traseirota.
Com muleta e uma faena variada, destaco uma série pela esquerda, templada e com gosto.

Manuel Dias Gomes, lidou um Pontes Dias, ganadaria da família. Recebeu à Verónica, foi ganhando terreno para o centro da arena, culminando com um quite por Tafalleras. Nas bandarilhas, os bandarilheiros de turno, cumpriram com pares vistosos e eficazes.
Com a muleta, deixou muitas vezes tocar o engano. Algumas séries pela direita foram de boa nota, adornando-se, no fim, com manoletinas.

O jovem Gonçalo Montoya vinha para arriscar. Depois de receber com uma larga afarolada, de joelhos, continuou à Verónica sem sabor especial. O tércio de bandarilhas foi composto a preceito, com algum aperto por parte de Gonçalo Veloso.
Com a flanela rubra, o toiro foi-se acabando, deixou de ter recorrido, revolvendo-se na muleta, destapando o novilheiro que acabou colhido junto aos curros, terminando, contudo, a lide com a simulação da morte do toiro.

As lides foram de um modo geral brindadas ao Sr. Dr. Moita Flores e ao Sr. Secretário de Estado da Cultura, bem como a personalidades ligadas a este movimento.

Para que se poupasse tempo, não houve voltas á arena, tendo todos os artistas agradecido nos médios.

O Mais e o Menos da corrida
+ O motivo porque estivemos ali.
+ O facto de em dois dias, mais de 40 mil pessoas terem visto espectáculos de toiros.
+ O número incrível de mais de 53 mil pessoas terem assinado a Petição.
+ O espírito de TODOS que com muito boa vontade conseguiu que o espectáculo só durasse quatro horas.
- Neste espectáculo não houve menos. Foi tudo MAIS!

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