terça-feira, 29 de março de 2011

Bloco de Esquerda ofende aficionados com Projecto de Lei

O Bloco de Esquerda apresentou um Projecto de Lei no sentido de limitar a transmissão de espectáculos tauromáquicos na televisão, por considerar que estes são susceptíveis de influir de modo negativo na formação da personalidade das crianças ou de adolescentes, devendo por isso ser transmitidos apenas entre as 22h30 e 6h da manhã e acompanhados de um identificativo visual apropriado (a denominada "bolinha").

O Bloco de Esquerda apresenta um documento onde faz afirmações como "Multiplicam‐se os estudos academicos que têm, de forma sustentada, demostrado os efeitos negativos das crianças e adolescentes assistirem a touradas na formação da sua personalidade" ou "A realidade é que a transmissao televisiva de touradas parece causar, de forma sustentada no conhecimento que esta disponível até hoje, um impacto emocional negativo nas crianças, porque produz graves consequências na agressividade e ansiedade das crianças. Esta situação leva a que aumentem as justificações dadas as cenas agressivas, aumentando a tolerância das criancas a estes comportamentos violentos, aumentando por sua vez o seu nivel de aceitação geral em relação a comportamentos agressivos".

Nós aficionados estamos habituados a ser ofendidos por gente que se mascára de intelectual, evoluída, estudiosa, moderna e amiga dos animais. Estamos habituados às suas mentiras, à sua pseudo-preocupação com a defesa dos animais (embora nunca os tenhamos visto no campo nem à frente dos matadouros ou das explorações pecuárias intensivas mas apenas à frente de duas ou três praças de toiros onde há televisões), estamos até habituados à forma como nos insultam e nos agridem nas suas manifestações. Mas há limites para tudo e uma coisa é sermos ofendidos por um bando de piolhosos à porta do Campo Pequeno e outra bem diferente, que não podemos admitir, é sermos ofendidos na própria Casa da Democracia que é a Assembleia da República.

Ninguém conhece os estudos que se "multiplicam" a mostrar que os aficionados são agressivos. O que se conhece é que em Portugal (e em Espanha, França e Américas sucede o mesmo) existem 300 espectáculos tauromáquicos por ano e em nenhum se verifica um único incidente de violência. Mesmo quando provocados por manifestantes mal educados e ofensivos os aficionados mantêm uma postura serena, ordeira e pacifica. Isto são factos e não precisam de estudos académicos.

Por outro lado muitos dos aficionados somos pessoas que começaram a ir aos toiros pela mão dos seus pais desde crianças. Admitimos que um Partido vá à Casa da Democracia dizer que por isso somos pessoas "agressivas e ansiosas" e que somos "tolerantes a comportamentos violentos"? Mas até onde vai a lata e a desfaçatez desta gente? Há limites para tudo e é tempo de dizermos a esta gente que não admitimos que nos difamem e que mintam despudoradamente. Que o façam em debates, em manifestações e em entrevistas ainda toleramos mas que vão à Casa da Democracia mentir e ofender-nos, isso já não deixamos!

É curioso como o Bloco de Esquerda está tão preocupado com as crianças que vêem corridas de toiros mas não se preocupa com as que vêem futebol onde há repetidas vezes actos de violência, uso de artefactos proibidos como petardos, insultos entre adeptos, jogadores a enganarem o arbitro, manifestações racistas das claques, gritos em coro (bem audiveis na televisão) de "Filho da Puta" a cada pontapé de baliza e pedradas aos autocarros dos clubes. A demagogia é uma forma indigna de estar na vida e nós devemos dizê-lo ao Bloco de Esquerda e a todos os outros Partidos.

Este documento do Bloco de Esquerda é, em pouco mais de uma página, um violentíssimo ataque à Festa, mas sobretudo é um intolerável ataque à educação e civismo dos aficionados e sobretudo um intolerável ataque à liberdade de nós pais educarmos os nossos filhos como desejamos, ensinando-lhes a nossa cultura e as nossas tradições, partilhando com eles a nossa paixão pelo mundo rural, pelo toiro, pelo cavalo e pela arte. Eu fui aos toiros com a minha familia desde criança e levo a minha filha aos toiros desde bébé e tenciono levar os outros filhos que Deus me der e tenciono ainda levar os filhos dos meus filhos, sem admitir que nenhum partido me diga se o posso ou não fazer pois eu, como a esmagadora maioria dos aficionados, somos cidadãos de corpo inteiro, sem cadastro e com as obrigações em dia.

Nota final: será que ainda há quem ache que não é preciso haver uma Pró-Toiro que nos defenda a sério? Quem é que irá ao Parlamento em representação da Festa dizer aos Partidos que consideramos este Projecto uma infâmia e uma intolerável ofensa?

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