segunda-feira, 21 de março de 2011

A Festa voltou à Cidade - Crónica da Corrida de Santarém

- Praça de Toiros: Monumental Celestino Graça - Santarém

- Data: 20 de Março de 2011
- Empresa: Aplaudir, Lda
- Ganadaria: 6 Toiros da Ganadaria de Couto de Fornilhos
- Cavaleiros: João Salgueiro, João Telles Jr e Tiago Carreiras
- Grupos de Forcados: Amadores de Santarém e Amadores de Alcochete, capitaneados respectivamente por Diogo Sepúlveda e Vasco Pinto
- Assistência: Dois terços da lotação
- Delegados da IGAC: Dirigiu a corrida o delegado técnico Nuno Nery, assessorado pelo médico veterinário Dr. José Maria Nobre

Abrilhantou a Corrida a Banda do Centro Cultural Azambujense.

Integrada nas Festas de S. José, padroeiro da cidade Scalabitana, a empresa Aplaudir de João Pedro Bolota, apostou num cartel, composto por um consagrado, uma jovem figura, com provas já confirmadas e outra jovem figura em fase de afirmação, dois grupos de forcados de primeira linha e um curro de toiros, vindo do Baixo Alentejo, mais precisamente de Barrancos, da Herdade de Couto de Fornilhos, actualmente sob gestão espanhola, bem apresentados, na generalidade, acusando na balança pesos que oscilaram entre os 465 e os 580 Kg, contudo, mansotes no comportamento, criando algumas dificuldades aos lidadores, excepção feitas aos últimos dois, que foram mais colaborantes.

E no que confere à aposta, ela foi parcialmente ganha, já que o publico, correspondeu, enchendo dois terços da lotação da Celestino Graça, o mesmo será dizer que esgotava a quase totalidade das praças do nosso Portugal taurino.

João Salgueiro, um dos triunfadores da época passada, não foi bafejado pela sorte, no lote que lhe coube, mas nem por isso, deixou de mostrar oficio, frente a um primeiro, que procurava as tábuas, como refúgio, despachou a ferragem comprida, aproveitado as curtas investidas iniciais e já com as bandarilhas curtas, cravou quatro ferros de belo efeito, ao som de musica. No seu segundo, o cavaleiro de Valada, esteve ainda mais esforçado, mas não tinha matéria prima, pela frente para esculpir uma peça, daquelas que já nos habituou, mesmo assim, tudo tentou, mas nem sempre as coisas correram a gosto, sendo o seu esforço premiado com musica, após a cravagem de três curtos, terminando num bom plano, com a colocação de mais dois ferros, sendo o último de melhor nível. Deu volta no final da primeira lide e na segunda, agradeceu entre barreiras.

João Telles Jr. apresentou-se em Santarém, em inicio de época, com ganas de triunfador e se no seu primeiro, o mais leve da corrida, tudo fez para dar a volta a um manso, que igual ao anterior, também procurava as tábuas, como defesa, o ginete da Torrinha, não se intimidou e aproveitando os terrenos onde o adversário ia ficando, foi colocando a ferragem da ordem, umas vezes de frente, outras em sortes sesgadas. No seu segundo, o quinto da ordem, foi superiormente aproveitado, pelo mais jovem da Torrinha, colocou dois compridos, rápidos a espevitar, mudou de montada e depois veio um recital de apurada brega, ligando-se a um adversário que não queria muita peleja, mas que lá foi colaborando, permitido a colocação de quatro curtos de excelente nota e já numa terceira montada, dois violinos de primeiríssima execução, o que lhe valeu nota alta, na avaliação das duas actuações, pelo que se poderá considerar o triunfador da tarde. Deu volta ao redondel, em ambas as actuações e lidou ao som dos acordes, executados pela banda de serviço.

O mais jovem de alternativa Tiago Carreiras, teve a sorte do seu lado, tocando-lhe o lote mais manejável e se no seu primeiro, nem sempre soube aproveitar as boas maneiras do adversário, mesmo assim, despachou a ferragem da ordem, destacando-se nas bandarilhas curtas. No seu segundo, um Jabonero de 580 Kg, de bom tipo, criou altas expectativas, na colocação dos dois compridos, sacando depois, o seu cavalo estrela, para a colocação das bandarilhas e quando tudo se conjugava para o êxito rotundo, eis que chega o desacerto, na preparação das sortes, a precipitação no momento de cravar o ferro, originando, alguns falhanços que não agradaram ao publico, mesmo assim, deixou bons apontamentos, antevendo-se um futuro promissor, assim consiga limar algumas arestas. Deu volta no seu primeiro e reservou-se no segundo.

No capítulo das pegas estavam em competição dois grupos de primeira linha, Os Amadores de Santarém e os de Alcochete, capitaneados respectivamente por Diogo Sepulveda e Vasco Pinto.

Como mais antigo, coube ao Grupo de Forcados Amadores de Santarém abrir a função, através de seu Cabo Diogo Sepulveda, citou correctamente, sacou-se com oportunidade para se fechar à córnea, numa viagem que terminou no sector das segundas ajudas com o toiro a afocinhar, fazendo o pino e a recuperar, com o grupo a ajudar com eficácia, concretizando a pega ao primeiro intento. Para o terceiro da ordem, os Escalabitanos, delegaram no forcado António Grave de Jesus, a responsabilidade de levar de vencida o adversário e as coisas não começaram por correr bem, António citou com classe, no entanto, não consentiu a investida do Couto de Fornilhos, por duas vezes, adiantando-se na cara do toiro, ao terceiro intento, já com as ajudas carregadas, consumou sem brilho. Encerrou a função dos Amadores de Santarém, Ricardo Francisco, que nas duas primeiras tentativas, não conseguiu mandar na investida do adversário, adiantando-se no momento da reunião, na terceira vez, conseguiu fechar-se, mas a falta de decisão das terceiras ajudas, goraram a consumação da sorte, saindo o forcado lesionado, foi prontamente, substituído pelo Francisco Gameiro, forcado de disnastia, filho e neto de antigas glórias dos Amadores de Santarém, que à quarta entrada e com as ajudas carregadas consumou sem problemas de maior.

Os Amadores de Alcochete, recentemente regressados de uma digressão por terras Mexicanas, foram a Santarém, reafirmar, porque são um dos grupos que iniciou a temporada em melhor forma, assim, para o segundo da ordem, saiu Ruben Duarte, que frente a um manso, que tardava em sair, se mostrou bem, sacou-lhe a investida possível e fechou-se à córnea, superiormente ajudado em todos os sectores, com o toiro a derrotar na viagem e a deixar por terra, alguns ajudas que viriam a recuperar e com eficácia, ajudaram a consumar a sorte ao primeiro intento, ao segundo do seu lote, foi destacado o forcado Nuno Santana, que não estava nos seus dias, não entendeu a investida do Couto de Fornilhos, adiantando-se por várias vezes, vindo a consumar à quarta tentativa com as ajudas carregadas, fechou a actuação dos Amadores de Alcochete o seu Cabo Vasco Pinto, que frente ao Jabonero , se mostrou bem, provocou-lhe uma larga investida, recuou-lhe na cara, emendando-lhe a reunião, que foi dura, destapando a cara ao toiro, mas com o poder de braços impressionante, recuperou e consumou ao primeiro intento uma extraordinária pega de caras.

No início do espectáculo foi prestado um minuto de silêncio em memória de várias figuras da festa recentemente desaparecidas, como bandarilheiro e apoderado, Mário Freire, Dr Ortigão Costa e Dr. Francisco Botelho Neves.

O Mais e o Menos
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A entrada de público, a lide de João Telles Jr ao segundo do seu lote e a pega de Vasco Pinto dos Amadores de Alcochete
- Nada a destacar

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