domingo, 27 de março de 2011

Arronches: Um interessante festival que deveria ter enchido


Bancadas bem preenchidas; de figuras: Maestros João Moura, Paulo Caetano, Paço Ojeda, a quem João Augusto Moura brindou a sua lide, o Ganadeiro da Terra Francisco Romão Tenório e muitos outros; a qualidade superou a quantidade de público; caso para dizer sem sombra de dúvidas: “Poucos mas bons”, mas sendo o festival de beneficência a favor do fundo de assistência do Grupo de Forcados Amadores de Arronches, impunha-se uma casa cheia, o que não era pedir muito, pois a castiça praça de Arronches tem de lotação pouco mais de mil e seiscentos lugares.


Muito se fala sobre o altruísmo e entreajuda dos taurinos, sempre dispostos e bem, a ajudar seja quem for, exemplo disso o recente festival em Alcochete; mas não posso deixar de referir que quando se trata de “ajudar” forcados a coisa não funciona bem assim; a corrida para ajudar o Jovem Forcado do Grupo de Portalegre Pedro Nabiça o ano passado na Terrugem meteu pouco mais de meia casa, devia ter enchido. Esta que hoje falamos em Arronches meteu um terço se tanto, devia ter enchido. Assim em vez de alimentarem o seu fundo de assistência, os Forcados de Arronches tem sim, é que ser eles “assistidos”, mas em euros, para pagar as despesas inerentes do espectáculo que esforçadamente levaram por diante. Enfim…

Tito Semedo abriu praça com dois compridos correctos, perante um novilho de Infante da Câmara com escassez de forças, mas que não complicou; a lide nos curtos sobe de brilho a partir do segundo ferro baseando-se em ladeios ajustados, forma que o Ginete utilizou para acrescentar emoção á que faltava ao novilho, termina com um bom ferro de palmo, escutou música e deu volta.

Paulo Jorge Santos, mostrou-se uns furos abaixo daquilo que lhe vimos no Certame de Atarfe, onde aliás deveria ter sido o justo vencedor; algo nervoso e um pouco inseguro teve uma lide regular, abrilhantada por música logo a seguir ao segundo curto de boa nota; não podemos esquecer que o novilho de Infante da Câmara também não colaborou em nada com o Paulo. Estamos certos que este cavaleiro tem muito para dar á tauromaquia nesta temporada de dois mil e onze, excelentes montadas e capacidades elevadas para ir muito mais além.

O terceiro foi destinado á lide apeada, também com ferro (CV, Campos Varela) ou seja: Infante da Câmara, serviu, embora com falta de força, para que Sérgio Santos “Parrita” nos oferecesse uma lide interessante: esteve bem com o capote; seguiu para bandarilhas, onde está á vontade, e cravou três pares de boa nota, coloca mais um quarto que além de dispensável saiu sem brilho algum; na muleta apresenta-se confiante e valente, com uma boa série de derechazos inicial, segue logo por naturais e é desarmado, mas novilho e toureiro vem a cima, consegue duas séries ajustadas em redondo, dividiu toda a lide pelas duas mãos; termina com desplante toureiro: de joelhos, e sem “armas”, na cara do novilho, fortes aplausos e sabor a triunfo para este Jovem.

João Agusto Moura lidou um novilho de Paulo Caetano; depois de o receber com excelentes verónicas, templadas e firmes de sitio; na muleta não teve grande sorte com o seu oponente, logo de inicio quando João Augusto se preparava para iniciar a faena, o novilho entrou por ele e aplica-lhe uma forte voltareta felizmente sem consequências. A lide nunca atingiu nível elevado, mas deu perfeitamente para avaliar o muito valor e toreria que este jovem novilheiro possui, o exemplo disso foi a série de naturais que ainda consegui tirar ao novilho; desejamos-lhe que as oportunidades apareçam, é bom para o João, e bom para nós aficionados que certamente nos vamos emocionar e deliciar com as Suas faenas.

João Domingues apresentou-se em Arronches para tirar a Sua prova de praticante, coube-lhe em sorte um novilho do Engenheiro Luís Rocha, que não lhe facilitou a vida, depois de algum desacerto nos compridos, nos curtos “desenrasca-se” sempre nos mesmos terrenos, com pouca criatividade para lidar, e com leque de soluções curto, conseguiu mesmo assim dar a volta por cima.

O Amador Miguel Moura, lidou ao contrário do habitual, o maior novilho da tarde, um acapachado e manso perdido que pertencia ao Ganadeiro local Francisco Romão Tenório; Miguel não pôde de forma alguma repetir o êxito conseguido na semana passada em Vila Viçosa; incansável na brega e preparação das sortes, coloca ainda quatro curtos de boa nota, mas sem matéria prima não era possível; estava bem patente a frustração deste Jovem, que vinha decidido a mais um grande tirunfo, mas que o seu oponente desta vez não lhe permitiu de todo.

Quatro Grupos de Forcados; abriram os da casa por Manuel Barradas á primeira tentativa, por Alter do Chão pegou João Tita também á primeira, Diogo Peças pelos de Monforte á segunda, e a pega da tarde foi executada por João Madeira do Grupo de Monsaraz á primeira tentativa.

Dirigiu com acerto o Sr António Garçoa, assessorado pelo Médico Veterinário Dr. José Guerra


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