segunda-feira, 1 de junho de 2009

A corrida TV em Coruche



Uma das corridas de maior postim do calendário taurino nacional teve como cenário a Monumental de Coruche, à beira Sorraia e com meia casa, na noite do passado sábado. Transmissão via RTP 1, como se impõe e um mundo de Portugueses e não só...a seguir.

O espectáculo teve um aspecto que nos merece registo e o maior apreço. A postura assumida de respeito pelo publico e pela importância da Corrida, evidenciado pelos “profissionais de carreira” e jovens promessas. Andaram com seriedade, empenho e vontade de fazer com que as suas actuações, e o espectáculo, resultassem. Notas mais positivas para as actuações de João Moura Caetano e do premiado com o trofeu para a melhor lide João Telles Jr, embora todas as outras tenham sido serias e de interesse, mas não tão impactantes como estas, fruto também de terem sido bafejados no sorteio com os mais colaborantes da noite. Brito Paes, Manuel Lupi, Marcos Bastinhas e Tomás Pinto, mostraram vontade de agarrar a oportunidade de tourear a TV e de competir numa fornada de futuro da festa de toiros.

No Campo Ganadero destacaram-se pela positiva o segundo de Ribeiro Telles e o quinto de Passanha, Justo vencedor do trofeu em disputa. Os restantes mostraram pouca transmissão, sem complicarem ajudaram pouco ao triunfo dos artistas (cavaleiros e forcados) sendo mais difícil e complicado o último da ordem, com divisa e ferro do Engº. Jorge Carvalho. Estavam de correcta apresentação e de acordo com a importância da Noite e da Praça todos os enviados para concurso de Veiga Teixeira (impressionante de cara), Manuel Veiga e Cunhal Patricio, para além dos mencionados anteriormente.

Viu-se um exemplo de que são os toiros que dão as pegas. E como os Grupos não pegam os mesmos toiros, não faz sentido (numa lógica de Justiça) que se insistam em prémios “para a melhor pega”. Faz sentido a melhor actuação de Grupo, desde que se peguem no mínimo três toiros por grupo, para que a análise seja consistente. Não se trata de uma critica a quem instuiu os prémios da corrida, mas a uma recorrente instituição de prémios de melhor pega em muitas corridas, quando o que faz mais sentido é sem duvida, a melhor actuação de Grupo. E já agora.... ao Grupo mais regular da Época. Sendo aí mais aberrante a escolha de o melhor forcado, como tem sido prática por várias instituições de prémios de época. Pergunto eu...existe algum júri que consiga ver todas as actuações de forcados de uma época, para analisar e atribuir um prémio desses com consistência?

O certo é que o trofeu João Moreira de Almeida, resultou protestado no anuncio da atribuição. Se esta foi a pega mais dura da noite, pela forma como o toiro bateu e houve o mérito da decisão e tenacidade de Antonio Macedo em ficar na cara, mesmo que fechado num píton. Também as pegas ao primeiro por Bruno Casquinha, ao quinto por Ricardo Patusco ( pela maestria com que entrou nos terrenos de compromisso e de lá se sacou a tourear), ambos por Vila Franca de Xira e a do último da ordem de Ricardo Dias de Coruche, correcto e perfeito na segunda tentativa, assim com a já referida primeira da noite. Poderiam ter ganho prémios. Todas são diferentes porque os toiros são diferentes e todos estiveram bem. Daí que exaequo o trofeu João Moreira de Almeida, assentaria como uma luva a ambos os Grupos (ambos irrepreensíveis a ajudar), tal como em muitas outras tardes e noites de prémios para “melhor pega”. Parabéns ao “vencedor” e honra e respeito aos “vencidos”. Parabéns a todos, pois dignificaram o Forcado Amador.

Nota final de destaque para a intenção inovadora da transmissão da RTP 1 ao criar passatempos durante a mesma, por forma a interagir mais com o espectador e em auxiliar na avaliação das características que se pretendem num toiro de lide, assumindo assim uma postura pedagógica, que os muitos que vem, mas não percebem, tanto agradecem. Uma sugestão para as próximas amigo Cáceres e equipa de produção, voltem ao antigamente e promovam pequenos spots/documentos de entrevista com os intervenientes no campo e passem nos dias que antecedem o espectáculo em “horário nobre” a par de passatempos que envolvam o visionamento da corrida para que fiquem completos, criando assim maior expectativa, interesse e divulgação comum.... Mais quatro e teremos 50 corridas TV... quem sabe já no Campo Pequeno!!!

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