segunda-feira, 29 de junho de 2009

Rouxinol triunfa em Alcácer numa acidentada corrida



Numa noite amena, a praça de toiros “João Branco Núncio”em Alcácer do Sal, abriu as suas portas para a realização da já tradicional corrida integrada na PIMEL; o público compareceu em bom número e mais de metade da lotação estava preenchida.

O grande triunfador da noite foi sem dúvida o cavaleiro LUIS ROUXINOL, a atravessar um excelente momento de forma, para o qual muito contribui as excelentes montadas que possui. O seu primeiro oponente, 2º da corrida e o mais pesado, com uma apresentação imponente, não foi muito colaborador, mas desde o inicio da lide o ginete de Pegões fez questão de obrigá-lo a entregar-se à lide, ao cravar-lhe um 1º ferro comprido em terrenos de curros, como que dizendo “aqui mando eu”. Depois seguiram-se mais duas boas tiras, partindo sempre para pisar terrenos do toiro. Com os curtos a lide foi correcta e muito do agrado dos tendidos, ferros de frente, sempre bem rematados, terminando com ferro de palmo em terrenos de tábuas.
Com o 5º da noite,”no hay quinto malo”, o melhor toiro da corrida, o triunfo foi enorme, começando com bons ferros compridos, a um toiro que tinha codicia e arrancava de pronto para a montada. Trocou de montada e foi buscar o “Dólar” sem dúvida um grande cavalo, e a lide foi sempre em crescendo, boa brega e entrando de frente e a quarteio, os curtos sucederam-se para júbilo das bancadas. Como não podia deixar de ser, foi buscar o “Mustang”, e no centro da arena cravou um enorme par de bandarilhas.

RUI SALVADOR continua azarado nesta época em que comemora os seus 25 Anos de Alternativa; com o toiro que abriu praça, um manso, Salvador sofreu uma colhida bastante arrepiante e que poderia ter consequências muito graves, o cavalo quando passava pela cara do toiro em terrenos de curros, e na cravagem do 1º ferro comprido, sofreu um ligeiríssimo toque na garupa, indo-se abaixo , o toiro investiu e o cavaleiro ficou debaixo da montada, gerando-se o pânico na arena; Salvador saiu algo combalido, mas como a sua raça é enorme, voltou e deixou três ferros curtos, um deles de violino, embora se notasse pela expressão facial, que estava a fazer um esforço sobre-humano. Felizmente as bancadas compreenderam e carinhosamente tributaram-lhe uma forte ovação.
A sua segunda lide foi bastane diferente para melhor, o toiro cumpriu e Rui Salvador esteve bastante bem a bregar e preocupando-se sempre em mudar os terrenos ao toiro, o qual veio sempre a mais com o decorrer da lide; sortes frontais e ferros a quarteio com o poder que todos lhe reconhecem.

SALGUEIRO DA COSTA cavaleiro praticante teve duas actuações em que alternou bons momentos de toureio a cavalo com falhas que serão fruto da sua juventude e pouco traquejo. Começou na sua 1ª lide por cravar um comprido muito defeituoso, a um toiro que era distraído, mirando tudo à sua volta, depois sofreu um violento toque na montada, a que habilmente conseguiu não sair de cima da sela. Com os curtos cravou dois ferros de muito boa nota, para de seguida falhar novo ferro, e a partir de aqui abusou também um pouco da velocidade. No toiro que encerrou praça, um bom exemplar e com bastante pata e codicia, e já com seu pai na trincheira vindo de Almeirim, onde actuou, o mais jovem da dinastia Salgueiro cravou-lhe dois compridos à tira de poder a poder no centro do albero, com o toiro a arrancar-se com pata e a deixar emoção aos presentes. Foi trocar de montada e inexplicavelmente um peão de brega deu uma série de capotazos ao toiro, quebrando-lhe a tal codicía e ímpeto que possuía, o que realmente condicionou o resto da lide que não teve nada de especial a assinalar; ferros alternando o bom com o menos conseguido. Realmente é um assunto que merece reflexão dos intervenientes na Festa, o facto de sistematicamente se abusar dos capotazos aos toiros, desde o momento em que saem dos curros e abusivamente durante a lide.

Os forcados amadores de Montemor-o-Novo pegaram em solitário o curro Branco Núncio nesta noite de Alcácer e também eles merecem destaque. Não começaram bem e apenas à 4ª tentativa Filipe Mendes pegou o toiro que lhe tocou. Esteve deficiente a receber e o grupo pouco eficiente a ajudar. João Romão Tavares fechou-se bem à córnea, numa rija pega, com o toiro a entrar pelo grupo adentro. João Braga consumou apenas a pega à segunda tentativa, pois na primeira o toiro desfeiteou o grupo. JOÃO CALDEIRA fechou-se bem de pernas e braços, consumando com eficiência uma pega à 1ª tentativa. FREDERICO MANZARRA também não sentiu dificuldades de maior e também à 1ª tentativa pegou o seu oponente.
Para o último toiro da noite a melhor pega, da autoria de GONÇALO SAÚDE que aguentou muito bem o forte derrote que lhe infligiu o toiro, que arrancou prontamente de largo e com muita pata.

A ganadaria de BRANCO NÙNCIO enviou um curro sério e de excelente apresentação, com uma média de 540 kg de peso, e se exceptuarmos o 1º lidado que era manso, os restantes cumpriram, principalmente os lidados na segunda parte, destacando-se o 5º da noite.

Dirigiu a corrida o antigo matador Sr. Júlio Gomes, sendo de louvar o bom critério na concessão de música durante as lides. Foi assesorado pelo médico-veterinário Dr.Patacho de Matos. O cornetim de serviço foi Hélio Tique e a embolação e ferragem da responsabilidade de José Paulo. Abrilhantou a corrida a Banda Filarmónica Amizade Visconde d’Alcáçer.

A terminar um gesto simpático da EMPRESA TERRA BRAVA que no final da lide do 1º toiro ofereceu ao cavaleiro Rui Salvador e a José Maria Cortes cabo do grupo de Montemor, uma lembrança (tricórnio e forcado em barro);ao cavaleiro para assinalar os 25 anos de alternativa e ao forcado para assinalar naquela data pegarem os seis toiros em solitário.

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