quarta-feira, 26 de maio de 2010

À conversa com José Luis Zambujeira


José Luís Zambujeira um homem ligado á muito ao mundo dos toiros, começou como forcado, nos Amadores de Cascais durante anos foi o seu cabo, agora mais voltado para o mundo empresarial é apoderado dos cavaleiros Tito Semedo e da amadora Verónica Cabaço, organiza anualmente uma dezena de corridas no Baixo Alentejo e no Algarve, merecendo destaque as corridas de Aljustrel, Santana da Serra e a corrida da Fatacil, fomos falar com o José Luís Zambujeira;







Jorge Humberto Sampaio (JHS) – José Luís, pode-se considerar o “rei” dos eventos taurinos realizados no Baixo Alentejo e alguns também no Algarve, já para este dia 29 de Maio um Festival inédito em Santa Margarida do Sado?

José Luís Zambujeira (JLZ) – Sim é verdade será um Festival de Beneficência que reverte a favor do Centro Local para a Terceira Idade, é organizado com o apoio da Junta de Freguesia, é uma coisa inédita, pois nunca se fez nada do género em Santa Margarida, pois é uma vila bastante pequena, mas vamos organizar este festival com muito carinho de todos os que participam, esperando que seja um espectáculo atractivo para os toureiros e para o publico que estiver presente, as condições estão criadas o cartel é atractivo, composto pelos cavaleiros João Pedro Cerejo, Tito Semedo, Tiago Martins, a Verónica Cabaço e a pé o Matador Sérgio Santos “Parrita”, forcados de Cascais e Arronches. Depois no dia 12 de Junho vamos ter então a corrida de Aljustrel inserida na Feira do Campo Alentejano, com um cartel também aliciante onde toureia o Mestre João Moura, o Tito Semedo, a Verónica Cabaço e um novilheiro Vicente Forero. Mas essa do “Rei” gostei, pois eu comecei a aventurar-me nestas coisas de organizar e a ajudar a organizar alguma coisa enquanto cabo dos Forcados Amadores de Cascais, porque até aí nunca me tinha passado pela cabeça algum dia vir a organizar alguma coisa, mas o ter ficado a frente do grupo abrigou-me a ter que ir á luta.



JHS – José Luís, nota diferença nas corridas de há 6 ou 7 anos enquanto cabo dos Amadores de Cascais e, as corridas organizadas hoje, as diferenças neste mundo empresarial do qual agora também faz parte?

JLZ – Penso que há sempre diferenças, há 11 anos quando comecei a organizar coisas, pois estava a frente do grupo de Cascais, as coisas eram um pouco diferentes, nestes anos as coisas evoluíram muito, agora existe mais um sentido de responsabilidade, no meu inicio as coisas eram mais pequenas, agora vai-se arriscando mais e neste momento estou bastante apreensivo, pois estamos numa crise profunda e isto cada vez mais é um risco, vamos ver como as coisas funcionam.



JHS – Com tantos ataques à Festa Brava por parte dos tais “anti taurinos”, como vê o futuro da festa?

JLZ – O futuro da festa penso que não estará em risco, pois é bonito ver tanta juventude nas nossas praças, há 10, 15 anos dizia-se que o futuro da forcadagem estava em risco, hoje não, há muitos miúdos que gostam e querem pegar toiros, há muita juventude nas bancadas a pagar o seu bilhete, isto é bonito, dá-nos alento, dá-nos alegria.



JHS – O José Luís foi um dos pioneiros em trazer curros espanhóis para serem lidados em praças portuguesas, este ano o numero de corridas com toiros vindos de Espanha aumentou e há quem diga mesmo que se trata de limpar os campos espanhóis, concorda com estas acusações?

JLZ – Sim, eu fui um dos primeiros a trazer toiros espanhóis para cá, o ano passado trouxe para cá 5 curros de toiros de Espanha, e, funcionaram muito bem, trouxe ganadarias de segunda e de primeira categorias e todas elas funcionaram muito bem e nada de limpeza de currais, agora em Espanha e tal como em Portugal há toiros que saem melhores, há tardes melhores e piores, embora os ganadeiros portugueses tentam sempre denegrir um pouco e nós só começamos a ir buscar toiros espanhóis, quando os ganadeiros se juntaram e disseram que não vendiam toiros por menos de x, ora nós em desmontáveis e em coisas um pouco mais pequenas é completamente impossível pagar certos preços, por isso tivemos de nos voltar para Espanha onde se pode trazer bons animais por muito menos dinheiro.

JHS – José Luís Zambujeira, como é isto de ser apoderado, como é gerir a carreira de um cavaleiro profissional, Tito Semedo e de um amador Verónica Cabaço?

JLZ – Bem isto de ser apoderado não é nada fácil, mas tudo faço e, não faço mais porque não poço pelo meu grupo, pelos meus toureiros, tem que haver uma tremenda dedicação para que as coisas funcionem, mas tem que haver também a colaboração deles para as coisas funcionarem, é um trabalho bastante árduo, mas tem que haver sempre evolução, embora não seja nada fácil, com o Tito estou com ele há 4 anos, as coisas têm funcionado, ele tem evoluído muito, tem percorrido nestes 4 anos as principais praças do pais, vai estar este ano em Junho na feira de Santarém, vai estar em praças importantíssimas em cartéis muito fortes, portanto isto é sinal que o trabalho tem resultado e que as coisas estão a funcionar bem.



JHS – Vamos ter o Tito este ano no Campo Pequeno?

JLZ – Não seria elegante da minha parte estar a dizer que sim, mas penso que o Tito poderá tourear este ano em Lisboa, as coisas estão bem encaminhadas, há contactos nesse sentido, pois poderemos ter o Tito a tourear no Campo Pequeno.



JHS – E a Verónica Cabaço, como é gerir a carreira de uma amadora?

JLZ – Bem a Verónica foi um desafio novo que me surgiu este ano, foi um convite do pai da cavaleira, que me pediu para me juntar a eles, para ajudar, ponderei um pouco, porque ser apoderado de um cavaleiro não é nada fácil quanto mais de dois, mas aceitei e estou satisfeito, a Verónica é uma cavaleira trabalhadora que tem muita vontade e acho que as coisas podem funcionar, já tenho uma série de coisas, agora no 12 de Junho em Aljustrel ao lado do Mestre João Moura e do Tito Semedo, num cartel de enorme responsabilidade, logo no dia 13 vai ao Pinhal Novo, uma terra de toureiros e se as coisas funcionarem, posso já adiantar em primeira mão, ainda nem ela sabe, já tenho agendado corridas onde ela irá lidar dois toiros, temos a Arruda uma novilhada para a empresa do Campo Pequeno, portanto as coisas estão a andar e espero estarem no bom caminho. Se as coisas correrem como o previsto pois iremos tourear este ano muitas corridas e no inicio do próximo, iremos tirar a prova de praticante numa corrida de prestigio, pois é o que pensamos.

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